Os dados são da última atualização do Painel de Obras Paralisadas da corte de contas. Educação e saúde somam 70% das paralisações

Na sessão plenária dessa quarta-feira (30/7), o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do Rêgo, apresentou dados atualizados do Painel de Obras Paralisadas. A ferramenta foi criada em 2020 para dar transparência à situação das obras financiadas com recursos federais. Até abril de 2025, das 22.621 obras mapeadas, 11.469 estão paralisadas, o que representa 50,7% do total. O Maranhão segue liderando o ranking, segundo levantamento da corte de contas.
Entre os estados, os que têm mais obras paralisadas são: Maranhão (1.225), Bahia (926), Pará (889) e Minas Gerais (874). Isso mostra que, para melhorar o cenário nacional, é necessário concentrar esforços especialmente nessas regiões.
Financeiramente, já foram investidos R$ 15,9 bilhões em obras atualmente paradas, o que dá uma ideia da dimensão dos recursos públicos federais que serão desperdiçados caso esse problema não seja devidamente
tratado.
Outro dado preocupante é que muitas das novas obras também já estão paradas. Das 5.505 iniciadas entre abril de 2024 e abril de 2025, aproximadamente 1.200 já se encontram paralisadas, ou seja, 22% do total.

Saúde e educação mais afetadas
As áreas mais afetadas continuam sendo educação e saúde, que concentram 70% das paralisações. No total, 8.053 obras desses setores estão inacabadas. Para o presidente da Corte de Contas, apesar dos esforços para a retomada das obras, o resultado ainda é preocupante. “A consequência direta disso é sentida pela população, que sofre com a falta de escolas, creches e postos de saúde, estruturas fundamentais para o dia a dia das pessoas e o desenvolvimento do país”, afirmou Vital do Rêgo.
Em relação aos resultados regionais, o TCU destaca os resultados do Maranhão, Bahia, Pará e Minas Gerais. Juntos, os estados somam quase quatro mil obras inacabadas. “Isso mostra que, para melhorar o cenário nacional, é necessário concentrar esforços especialmente nessas regiões”, avaliou o ministro.
Diante do cenário, o TCU tem intensificado sua atuação. Nos últimos anos, o Tribunal promoveu ações de controle, auditorias temáticas e parcerias com outras instituições. Entre as iniciativas, destacam-se o monitoramento do Acórdão 2.134/2023, que determina à Casa Civil a elaboração de um plano de gestão da carteira federal de obras públicas. O Tribunal também fiscaliza a política de retomada de obras da educação, em parceria com outros órgãos de controle, por meio do uso de ferramentas tecnológicas e da participação cidadã.