Deputado Wellington é testemunha em processo que apura a “farra de capelães” no governo Flávio Dino

Wellington foi ouvido no processo por já ter abordado a “farra de capelães” na Assembleia Legislativa

O deputado estadual Wellington do Curso foi ouvido, na manhã dessa terça-feira (15), na qualidade de testemunha, pelo Juízo da Ouvidoria Militar. O objetivo foi prestar esclarecimentos sobre denúncia acerca da “farra de capelães” no Maranhão, vez que o deputado Wellington já havia abordado o assunto na Assembleia Legislativa.

Durante a audiência, Wellington fez referência a alguns pontos, entre eles o de um tenente da Polícia Militar que foi exonerado e, no mesmo dia, nomeado como coronel no Corpo de Bombeiros.

Wellington reafirmou denúncia de que Flávio Dino usa as nomeações para o cargo de capelão para captar votos

“Sabemos que o cargo de capelão é de livre nomeação e exoneração do chefe do Executivo. No entanto, o que os militares nos falaram é da ação imoral de Flávio Dino de fazer de um cargo sério um instrumento para captar votos. É isso mesmo: Flávio Dino desrespeita militares e usa cargo de capelão para conquistar votos. Isso não sou eu quem está dizendo, mas sim os nossos militares que estão enojados com essa postura desrespeitosa do Governador. Temos aqui uma cópia do Diário Oficial em que um tenente da Polícia Militar é exonerado e nomeado, no mesmo dia, como coronel do Corpo de Bombeiros. Uma verdadeira imoralidade que deve ser combatida”, afirmou o deputado Wellington.

Assembleia aprova PEC das emendas impositivas em segundo turno

Presidente Othelino Neto conduziu os trabalhos na seção que aprovou em segundo turno a PEC das emendas impositivas

O Plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou, na sessão plenária desta quarta-feira (16), por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 006/2020, de autoria do presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), e do deputado Dr. Yglésio (PROS), que cria as emendas parlamentares impositivas individuais, prevendo reserva orçamentária para seu cumprimento. A matéria segue para promulgação e já passa a valer na execução do Orçamento de 2021.

O chefe do Legislativo reforçou o momento histórico vivido pelo Parlamento maranhense com a aprovação da PEC das emendas impositivas, um tema permanente na Casa há algumas legislaturas. Depois de muito diálogo e entendimento entre todos os deputados, o texto final foi aprovado em segundo turno.

“A partir de agora, já compõe a Constituição Estadual a obrigatoriedade do pagamento das emendas parlamentares em um determinado percentual. Considero isso um grande momento para a Assembleia Legislativa do Maranhão porque os deputados terão esse instrumento mais eficiente previsto em nossa Constituição para poder, por meio das suas emendas parlamentares, ajudar a melhorar a vida dos maranhenses”, afirmou Othelino Neto.

Deputados juntos no plenário após a aprovação da PEC das emendas impositivas

Instrumento essencial para participar da elaboração do orçamento anual do Estado, a emenda parlamentar é o dispositivo por meio do qual os deputados procuram aperfeiçoar a proposta encaminhada pelo Poder Executivo, destinando recursos a determinadas obras, projetos ou instituições. Com a emenda impositiva, o Governo do Estado é obrigado a pagar e o deputado passa a ter maior autonomia para atender às demandas da população.

O deputado Yglésio, coautor do projeto, também comemorou a provação da PEC. “Após o primeiro turno da votação, já conseguimos para 2021, através de acordo com o Governo do Estado, uma ampliação de mais 10% no montante dos recursos a serem aplicados. E seguiremos firmes em busca de ampliação dos espaços do Parlamento Estadual na política maranhense”, completou o parlamentar.

Execução

A proposta também prevê a obrigatoriedade da execução orçamentária e financeira mínima da metade dos créditos constantes da Lei Orçamentária Anual (LOA), destinados às emendas individuais, ressalvados os casos de impedimentos de ordem técnica, legal ou derivado de situações de calamidade pública.

Com resgate histórico, livro “Othelino: um herói da imprensa livre” é lançado em São Luís

Deputado Othelino, neto do personagem central do livro, cumprimenta o autor no lançamento

Com um valioso resgate histórico sobre a vida de um dos mais expressivos e polêmicos  jornalistas do Maranhão, foi lançado, na noite de terça-feira (15), o livro “Othelino: um herói da imprensa livre” do escritor Manoel Santos Neto. A biografia conta com riqueza de detalhes toda a trajetória profissional de Othelino Nova Alves (1911-1967), que foi brutalmente assassinado, no final da década de 60, quando exercia o seu direito de liberdade de expressão e de imprensa.

O biografado é avô do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB). O lançamento do livro aconteceu no hall do Plenário Nagib Haickel, em um ato discreto para familiares e amigos, obedecendo às normas sanitárias por conta da pandemia da Covid-19.

Othelino com o autor e representantes da imprensa na noite de autógrafos

Grande parte da família do biografado e do deputado Othelino Neto acompanhou a solenidade remotamente de diversos estados pelo aplicativo Zoom. 

O livro é um relato épico, como bem definiu o presidente do Parlamento Estadual, deputado Othelino, que conta tanto a história do seu avô, como contextualiza o momento político, social e, principalmente, o que era ser jornalista naquela época. Resgata também momentos angustiantes que a imprensa viveu no Brasil a partir de diversos regimes de exceção, como a ditadura do Estado Novo, quando Othelino Nova Alves foi vitimado. 

Em discurso emocionado, o presidente da Assembleia, que estava acompanhado de sua esposa, Ana Paula Lobato, destacou a importância do livro, que foi idealizado pelo seu pai, Othelino Filho, para a sua família e a imprensa maranhense. “Sinto-me muito emocionado e honrado pela oportunidade de prestigiar o lançamento do livro que conta a vida do meu avô, um homem que se dedicou à imprensa livre e à sua luta pela liberdade de expressão e de informar”, disse. 

Othelino Neto destaca a importância da obra que retrata seu avô como resgate histórico

Para Othelino, a obra é uma forma de resgatar não só a história de luta da vida do seu avô, mas, sobretudo, o que ele representa para a história da imprensa maranhense. “Portanto, considero este momento muito especial não só para nossa família, mas também para todos aqueles que militam no dia a dia da imprensa do Maranhão e do nosso país, fundamental para o equilíbrio da sociedade”, acrescentou.

Othelino Neto também agradeceu ao autor da obra por sua sensibilidade ao retratar a vida do saudoso Othelino Nova Alves. “Muito bom que o Manoelzinho tenha sido o jornalista responsável pela obra porque também é um homem do povo e que conhece a nossa realidade. É um homem, tal qual o meu avô, que, essencialmente, defendia as causas daqueles que mais precisavam e a combater as desigualdade e injustiças”, completou.

EXPOSIÇÃO

O lançamento do livro contou com uma exposição da memória fotográfica de Othelino Nova Alves, retratando momentos ao lado da família e de sua trajetória como um dos mais destacados jornalistas, advogados e ativistas políticos do Maranhão. Além de apreciar a exposição fotográfica, familiares e convidados assistiram, ainda, a uma reportagem especial produzida pela TV Assembleia, resumindo a história e a trajetória de Othelino Nova Alves.

LIBERDADE DE IMPRENSA

O jornalista Ademário Cavalcanti, acompanhado da filha, a promotora Lítia Cavalcanti, e outros jornalistas que atuaram na imprensa na década de 60, como Cunha Santos e José Salim, estiveram presentes na cerimônia. Também prestigiaram o evento o procurador-geral de Justiça do Maranhão, Eduardo Nicolau, e o deputado federal Márcio Jerry, que também é jornalista.  

Cunha Santos, que prefaciou a obra – primeiro volume de uma série de 12 livros-reportagem, intitulada “Valha-me Deus! Notícias que não publiquei”, contendo 250 páginas, divididas em 28 capítulos -, disse que o livro revela o nível de perseguição que jornalistas têm sofrido a vida inteira. “Othelino Nova Alves foi escolhido como um dos mártires da imprensa no Maranhão. Essa obra é muito importante para que os maranhenses e as novas gerações de jornalistas tenham um exemplo claro do que é, de fato, o exercício dessa profissão e a luta pela liberdade de imprensa e de expressão”, assinalou o jornalista.

O radialista, jornalista e advogado, José Salim, lembra até hoje daquele 30 de setembro de 1967. Ele trabalhava à época em um periódico e foi um dos primeiros a chegar ao local do crime. Ele destacou a importância do registro para que não só a história de Othelino Nova Alves se perca, mas, também, da imprensa maranhense. “É um registro que se faz necessário até para dar exemplo aos jornalistas de hoje em termos de combatividade e investigação. O livro também busca concretizar o sonho do filho em ver a história do pai contada. Se vivo estivesse, tenho certeza de que estaria conosco celebrando a alegria de ver o legado de Othelino Nova Alves tornado pública”, completou.

Othelino com o autor, a irmã e a esposa no concorrido lançamento

O jornalista e deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) disse que todos aqueles que um dia militaram na imprensa ou na política do Maranhão já ouviram pronunciar o nome de Othelino Nova Alves como um exemplo de coragem e compromisso com a boa prática jornalística. “Ele tinha o destemor e a coragem de utilizar o jornalismo como uma trincheira para defender pontos de vista de uma maneira bastante democrática. Isso marcou a sua trajetória, de modo a escrever o seu nome no panteon da imprensa maranhense e, também, da política do nosso estado”, disse Jerry.

SOBRE O AUTOR

Para o autor da biografia, Manoel Santos Neto, contar a história de Othelino Nova Alves representa um marco para a história. “Fico feliz em poder contar e resgatar a história de vida de um homem que era impulsivo, porém firme na defesa de suas ideias e que fazia questão de combater as injustiças, a corrupção, o analfabetismo, a pobreza e os desmandos administrativos da época. É uma linda história que servirá de exemplo para a geração atual e futura de jornalistas que buscam informar com responsabilidade”, disse. 

Manoel Santos Neto é maranhense de São Luís. O jornalista, formado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), é também membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e trabalhou como repórter e redator em diversos jornais impressos. 

Foi chefe de Reportagem e editor de Política no jornal O Estado do Maranhão e integrou a equipe fundadora da Folha do Maranhão. Além disso, participou da equipe de redatores do Suplemento Cultural & Literário Guesa Errante, editado pelo Jornal Pequeno. Tem uma vasta obra no campo literário e histórico com quatro livros já lançados.

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