Ainda somos o país do futebol?

Desolado com a derrota humilhante, David Luiz cai em prantos, observado pelo meia alemão Oezil
Desolado com a derrota humilhante, David Luiz cai em prantos ao fim do jogo, observado pelo meia alemão Özil

A goleada de 7 x 1 sofrida para a Alemanha foi um duro golpe no futebol brasileiro. Talvez o mais contundente da história, que pode jogar por terra nossa tradição de país da bola. Obviamente, nosso passado de vitórias permanecerá intacto, mas daqui pra frente a tendência é que os adversários não nos olhem mais com o mesmo respeito. E é aí que mora o perigo, pois o destemor dos rivais pode resultar em uma sequencia de derrotas jamais vista, que fatalmente nos retirará o status de potência futebolística.

A segunda Copa do Mundo no Brasil pode entrar para a história como a última em que o nosso país figurou entre os favoritos. Não se trata de uma visão pessimista, mas de uma conclusão tirada a partir de vários fatos e circunstâncias. O mais grave de todos é a escassez de craques. Nunca antes tivemos tão poucos jogadores extraordinários na seleção. Na atual, apenas Neymar fez a diferença e mesmo assim sem a regularidade que consagrou tantos outros atletas, como Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo e Rivaldo, cuja presença em campo era sempre certeza de espetáculo.

Para piorar, nossos treinadores parecem estar ultrapassados. O exemplo mais visível é o próprio Felipão, que nem sequer soube escalar o time para enfrentar os alemães com o mínimo de competitividade. O apagão sofrido pela seleção brasileira dos 22 aos 28 minutos do primeiro tempo, quando o time levou quatro gols, foi apenas o reflexo da falta de habilidade do técnico em montar uma equipe equilibrada, capaz de conter a ofensividade do adversário e atacá-lo com competência, como fizeram nesta Copa Gana, Argélia e Estados Unidos, seleções modestas, sem o peso e a tradição do Brasil.

Ao contrário do passado glorioso, marcado pela conquista de cinco copas e de tantos outros títulos expressivos. o futuro do futebol brasileiro desperta preocupação. Nunca passamos por uma fase tão sombria, em que a falta de perspectiva é uma grave ameça à nossa hegemonia.

Se antes a culpa pelos fracassos recaía apenas sobre a cartolagem, agora as derrotas também resultam da carência de bons jogadores, um drama que jamais afligiu o Brasil, que sempre despertou inveja em outras seleções pelo excesso de craques à disposição.

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