
Estima-se que um milhão de pessoas no Brasil seja acometido pelo glaucoma, doença que pode levar à cegueira definitiva. Deste quantitativo, 50% ou mais desconhecem sofrer desse mal. Entre a população acima de 40 anos, a incidência da enfermidade é de 2% a 3%. Os dados são da Conselho Brasileiro de Oftalmologia e ficam em evidência durante o mês de maio, período nacional de combate à doença.
Oftalmologista especialista no assunto, o médico Mário Menezes — da Clínica de Olhos Espaço Visão — alerta para o fato de a doença comumente não apresentar sintomas. Por isso, consultas oftalmológicas regulares são a principal forma para a detecção precoce, o que pode evitar a progressão da doença e complicações mais graves.
“O diagnóstico é feito a partir de um exame oftalmológico cuidadoso da pressão intraocular e do fundo do olho e, quando necessário, de exames complementares. Se não for diagnosticada e tratada a tempo, o glaucoma pode levar à cegueira”, destacou. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 12% dos casos de cegueira no mundo são ocasionados pelo glaucoma, caracterizada pela perda progressiva do campo visual.
Entre os fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da doença estão a pressão intraocular elevada; idade acima dos 60 anos ou acima dos 40 anos, para o caso de glaucoma agudo; histórico familiar; doenças no olho, como alguns tumores, descolamento de retina e inflamações. Além de diabetes, problemas cardíacos, hipertensão e hipertireoidismo. Vale destacar que pessoas de raça negra também têm maior tendência a desenvolver a enfermidade.
“Os tratamentos disponíveis atualmente não são capazes de reverter o comprometimento da visão provocado pela doença, mas sim de barrar que ela evolua mais ainda, e o tratamento adequado, contínuo e diferenciado para o paciente é fator decisivo para o sucesso do cuidado”, destacou o especialista Mário Menezes.