Violência gera violência

Corsa Classic conduzido pelo sargento morto em operação policial na Avenida Daniel de La Touche
Corsa Classic conduzido pelo sargento Benedito Lima, morto em operação da PM na Avenida Daniel de La Touche

Em meio à guerra entre facções criminosas e à audácia dos bandidos que integram essas quadrilhas, a Polícia Militar tem aumentado a dose de rigor no atendimento a algumas ocorrências, principalmente àquelas com risco de confronto. Fortemente armados, traficantes, assaltantes e homicidas não só se digladiam entre si como passaram a desafiar à bala as próprias forças de segurança pública, chegando a assassinar alguns policiais. Tamanha ousadia desperta na tropa um sentimento de permanente tensão, o que vez ou outra provoca abordagens mais enérgicas, como a que resultou na morte do sargento Benedito Gomes Lima Filho, na noite do último sábado, no Maranhão Novo.

Não é possível, pelo menos neste momento, afirmar se houve excesso dos PMs envolvidos na operação que culminou na morte do militar, atingido por nove tiros. A versão oficial é de que ele e o homem que o acompanhava no carro não atenderam à ordem para que parassem e que ainda foi efetuado um disparo contra a viatura. Nesse caso, a reação da polícia não poderia ser diferente, já que o ato de confrontar as autoridades de segurança é típico de bandidos.

A atitude audaciosa dos criminosos certamente contribuiu para que o caso tivesse o desfecho que teve, uma vez que a polícia anda sobressaltada com os atentados perpetrados contra seus membros, até mesmo em delegacias e traillers, estes últimos recolhidos dias depois do fuzilamento de um soldado dentro de uma dessas unidades, na Vila Nova, bairro da área Itaqui-Bacanga, em novembro do ano passado. É provável que os integrantes da guarnição tenham pensado que perseguiam membros de uma facção criminosa e, sentido-se ameaçados, usaram energia máxima.

Qualquer cidadão tem o direito de agir em legítima defesa, ainda mais um policial, cuja missão é proteger a sociedade e garantir a própria sobrevivência no dia a dia da profissão de alto risco que exerce. Diante da mínima ameaça, um agente de segurança pública deve empreender todos os esforços para que a autoridade do Estado prevaleça.

Evidentemente, todo policial deve estar preparados para conduzir as diligências com o mínimo de violência. Mas da forma como o episódio foi narrado pela cúpula da PM, o desfecho trágico foi inevitável.

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