
Em meio à guerra entre facções criminosas e à audácia dos bandidos que integram essas quadrilhas, a Polícia Militar tem aumentado a dose de rigor no atendimento a algumas ocorrências, principalmente àquelas com risco de confronto. Fortemente armados, traficantes, assaltantes e homicidas não só se digladiam entre si como passaram a desafiar à bala as próprias forças de segurança pública, chegando a assassinar alguns policiais. Tamanha ousadia desperta na tropa um sentimento de permanente tensão, o que vez ou outra provoca abordagens mais enérgicas, como a que resultou na morte do sargento Benedito Gomes Lima Filho, na noite do último sábado, no Maranhão Novo.
Não é possível, pelo menos neste momento, afirmar se houve excesso dos PMs envolvidos na operação que culminou na morte do militar, atingido por nove tiros. A versão oficial é de que ele e o homem que o acompanhava no carro não atenderam à ordem para que parassem e que ainda foi efetuado um disparo contra a viatura. Nesse caso, a reação da polícia não poderia ser diferente, já que o ato de confrontar as autoridades de segurança é típico de bandidos.
A atitude audaciosa dos criminosos certamente contribuiu para que o caso tivesse o desfecho que teve, uma vez que a polícia anda sobressaltada com os atentados perpetrados contra seus membros, até mesmo em delegacias e traillers, estes últimos recolhidos dias depois do fuzilamento de um soldado dentro de uma dessas unidades, na Vila Nova, bairro da área Itaqui-Bacanga, em novembro do ano passado. É provável que os integrantes da guarnição tenham pensado que perseguiam membros de uma facção criminosa e, sentido-se ameaçados, usaram energia máxima.
Qualquer cidadão tem o direito de agir em legítima defesa, ainda mais um policial, cuja missão é proteger a sociedade e garantir a própria sobrevivência no dia a dia da profissão de alto risco que exerce. Diante da mínima ameaça, um agente de segurança pública deve empreender todos os esforços para que a autoridade do Estado prevaleça.
Evidentemente, todo policial deve estar preparados para conduzir as diligências com o mínimo de violência. Mas da forma como o episódio foi narrado pela cúpula da PM, o desfecho trágico foi inevitável.
1 comentário em “Violência gera violência”
Gostei do blog! Veja as previsões de Aline, da Cidade das Pirâmides, para o ano de 2014. https://www.youtube.com/watch?v=6v_iFO6_dyc Abraços