Paralisações expõem descaso do governo Jackson Lago com a população
Duas paralisações de servidores mostram o quanto os problemas do povo maranhense vêm sendo negligenciados pelo governo Jackson Lago. Uma delas atinge os servidores da Caema, que, insatisfeitos com a perda de benefícios, como tíquetes-alimentação, cruzaram os braços desde a semana passada. A outra greve deixou em colapso há quase 20 dias o Hospital Carlos Macieira e restringiu o atendimento a milhares de servidores públicos.
Na Caema, os funcionários paralisaram as atividades por causa do não pagamento de tíquetes-alimentação. Na companhia, só estão operando os setores de manutenção e emergência. Com isso, o abastecimento de água, que já apresenta grave deficiência, fica ainda mais comprometido.
Segundo os grevistas, os tíquetes não foram repassados este mês porque a Caema não renovou o contrato com a empresa fornecedora dos bilhetes. Indignados, os grevistas afirmam que é a primeira vez que isso acontece.
Para muitos funcionários, o tíquete-alimentação representa um reforço importante no contra-cheque e sem ele suas famílias ficam com o orçamento comprometido. Há casos em que o valor do benefício é maior que o próprio salário do servidor.
“Carlos Macieira”
Há cerca de três semanas, pacientes que têm procurado o Hospital Carlos Macieira estão sem atendimento porque os médicos daquela casa de saúde se recusam a trabalhar enquanto não receberem salários que estão em atraso. Apenas casos considerados de emergência estão sendo atendidos.
Os médicos reivindicam ainda melhores condições de trabalho. O hospital, que atende servidores públicos do Estado, é administrado por um tal Instituto Cidadania e Natureza (ICN), contratado ainda no governo José Reinaldo Tavares.
Esse instituto, por sinal, administra outras cinco unidades de saúde na capital, todas vinculadas ao Estado. Uma delas é o Hospital Presidente Vargas, na Jordoa, cujo contrato é alvo de supervisão por uma comissão instituída pelo secretário de Saúde, Edmundo Gomes. Há indícios de má gestão na unidade, que atende portadores de Aids, tuberculose e outras doenças infecciosas.
Preocupado muito mais em firmar acordos políticos e fortalecer sua estrutura de poder no Maranhão, o governador Jackson Lago vem esquecendo do seu papel principal, que é reconduzir o estado ao caminho do desenvolvimento.
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