Novos conhecimentos sobre as origens da dependência química.

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Neste artigo, destaco uma das mais importantes contribuições científicas na área da dependência química, no que diz respeito às bases etiopatogênicas, isto é, as origens deste transtorno.

Por se tratar de um fenômeno ultracomplexo as contribuições para o entendimento destas doenças vem de várias áreas do conhecimento: psicologia, sociologia, fisiologia, bioquímica etc. e, cada uma destas contribuições são relevantes e muito importanes.

Um assunto muito atual, que está sendo debatido no mundo todo pela neurociência e pela psiquiatria é o conceito de Patologia Dual, aplicada a área da saúde mental. Este conceito é definido como sendo a concomitância entre um transtorno mental e a dependência química de uma droga em que ambas as condições fariam parte de um mesmo complexo neuropatobiológico, isto é, um substrato neurofisiológico único com manifestações clinicamente diferentes. Ocorre que este conceito novo vem ocasionado muita confusão pela semelhança que pode existir com o conceito de comorbidade tema já tratado neste jornal em artigos anteriores.

Por comorbidade entende-se a coexistência de mais de um transtorno psiquiátrico em uma só pessoa, como é o caso do alcoólatra ser portador de depressão, o esquizofrênico ser dependente de cocaína, o fóbico ser tabagismo e assim por diante. Ocorre que nestes casos as doenças têm origens distintas umas das outras, são independentes, e não se vinculam quanto a sua causalidade e seu aspecto clínico. Na patologia dual, a dependência química, é um endofenótipo, isto é, é uma característica estrutural interna de nosso organismo que não pode ser observada a olho nu, associado a um transtorno mental mais abrangente, que é uma doença mental.

A patologia dual, embora seja um conceito novo, o mesmo vem despertando interesses muito grandes entre os cientistas que trabalham na área da dependência ao ponto da Associação Mundial de Psiquiatria já dispor de um departamento que trata desta nova abordagem do problema da dependência de drogas.

Este novo conceito de dependência modifica a conduta tradicional em relação ao doente mental e o próprio dependente porque a abordagem de uma ou outra condição de forma independente não é suficiente justamente porque ambas fazem parte de um mesmo complexo neuropatobiológico.

A dependência também apresenta aspectos genéticos bem caracterizados, por exemplo, 10% (em média) das pessoas que fazem uso ou abuso de substâncias (álcool e outras drogas) desenvolvem dependência química que sugerem uma predisposição genética. Por outro lado, a alta prevalência de adição entre doentes mentais, com índices acima de 60%, sugere ser a patologia dual um endofenótipo ligado a esta condição psicopatológica. Ao mesmo tempo, em que a dependência química nesse grupo de indivíduos aumenta significativamente a vulnerabilidade aos transtornos mentais de base. Na clínica verificamos estes achados quando usuários de crak, álcool e cocaína  além de dependentes destas drogas apresentam característica de concomitância de outra patologia mental, sobretudo com distúrbios de personalidade, depressão e transtornos de ansiedade.

            A dificuldade no diagnóstico da patologia dual decorre, segundo os pesquisadores, do fato dos complexos sintomáticos estarem compartimentalizados diferentemente nas classificações psiquiátricas atuais (CID-10 e DSM-IV), que não levam em consideração que complexos sintomáticos clinicamente diferentes estejam relacionados aos mesmos substratos neurobiológico e etiológicos.

De acordo com o presidente da Sociedade Espanhola de Patologia Dual, Néstor Szerman, as altas taxas de prevalência de patologia dual orientam a afirmar que todos os programas dirigidos a indivíduos com doença mental grave deveriam se organizar como programas de patologia dual, já que isto é mais a regra que a exceção.  

Esta, portanto, é mais uma importante porta que se abre no rumo do tratamento e recuperação destes milhares de dependentes de drogas que há mundo e em nosso país e que seja sempre bem vinda estas aportações científicas, pois só quem ganha somos nós.

 

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Há algo na vida mais importante que as mulheres?

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Há dois dias comemorou-se o Dia Internacional da Mulher, data que por tamanha importância, não poderia deixar de tecer alguns comentários, até como demonstração de gratidão, respeito e reconhecimento pela importância que as mesmas dispõem na minha vida.

Deixei meu coração e meus pensamentos soltos para que pudesse dizer o que sentia sem a preocupação de retocá-los ao falar sobre as mulheres. Comecei a me fazer inúmeras perguntas e as respostas sempre apontavam para as mulheres. Se não, vejamos: o que há de mais importante na vida do que as mulheres? O que seria de nós homens se as mulheres não existissem? Como nasceríamos sem as mulheres? Como iríamos prorrogar a espécie humana, sem as mulheres?   Como seria nosso crescimento, nosso desenvolvimento, sobretudo nos primórdios? Quem nos amaria, sem ser as mulheres? Quem nos defenderia quando estamos inseguros e indefesos? Quem nos colocaria no colo nas angústias, no sofrimento e na dor? Quem cuidaria dos nossos filhos mais que as mulheres? Quem nos daria prazer com paixão? Quem nos acompanharia até a morte e umas preferem inclusive morrer a deixar que o homem morra?

Fui mais longe quando constatei que minha inquietude refletida nestas perguntas obscureceu minha razão, ao ver que em tudo a mulher está presente, e, exercendo um papel indispensável em vários sentidos da vida. Poderia eu, até sem exagero, dizer que não fossem as mulheres, nós não existiríamos ou se viéssemos a existir certamente não seria na forma como nós nos concebemos, pois está na mulher, nossa maior inspiração.

Então, percebo que é muito pequeno o tributo às mulheres quando se consagra apenas um dia, mesmo sendo internacional, para exaltá-las e referenciá-las, pois são elas as grandes razões da vida. Portanto deveríamos exortar nossa gratidão sempre, todos os dias.

Este reconhecimento do valor de vocês mulheres na vida não é só meu e sim de todos. Apesar disto, ainda não sanamos nossa dívida com vocês. Fomos maus, injustos, preconceituosos, arrogantes ao segregá-las, subjugá-las, discriminando-as ao longo da história.

Foram séculos de dominação machista sem a qual cresceríamos bem mais do que crescemos na vida, porém graças a sua arrojada capacidade de luta, sua tenacidade, braveza e inconformação, estão virando jogo adquirindo reconhecimento, importância, notoriedade e valor e, sobretudo dignidade pela relevância de seu ser.

Há quem diga, erroneamente, que por trás de um grande homem há uma grande mulher. Nenhuma mulher está por trás de homem nenhum, a mulher ou está na frente ou no mínimo ao seu lado, para compartilhar. Homem e mulher são faces distintas de uma mesma moeda. Nenhum é mais importante do que o outro, sobretudo em gêneros. Homem e mulher devem estar um do lado do outro sempre para dar sentido à vida.

Quero, portanto, nesta minha crônica, homenageá-las tão somente, reconhecendo de forma muito modesta o quão são importantes e imprescindíveis na vida, ao mesmo tempo pedir a Deus que as protejam sempre e que prossigam com suas lutas de reconquitas.

Para finalizar gostaria de enviar um beijo e um abraço muito carinhoso às mulheres mais importantes de minha vida, sem as quais não chegaria a lugar algum: Rita Palhano, minha mulher, Pilar e Ludmila, minhas filhas e a minha mãe Lalá Palhano, que embora já tenha falecido, a mantenho viva dentro de mim. Parabéns às mulheres!

 

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Parte do ICMS do Rio de Janeiro deverá er destinado ao controle do uso de drogas

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