O amor, as paixões e o cérebro

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A neurociência caminha a passos largos no sentido de esclarecer a base material dos sentimentos humanos condição por demais importantes para garantir nossa atividade mental, e       que até no momento não haviam sido desenvolvidos estudos suficientes para esclarecer sua natureza e origem.

Um dos sentimentos especiais e um dos mais importantes, que está sendo muito estudado nos últimos anos, é o amor. É um sentimento indispensável a todos nós, ao ponto de todos quererem senti-lo e viver sob seu comando. É um ingrediente  indispensável à nossa felicidade, nos deixa em paz conosco e com os outros, nos faz avançar na vida e nos motiva às conquistas. O amor nos faz tolerantes, amáveis e nos dá a base para as relações sociais, além de garantir a integridade de nossa vida afetiva.

Quem já se apaixonou sabe como são boas, e inesquecíveis estas experiência. Parece que estamos em estado de graça em todos os sentidos. Fisicamente, sentimos um friozinho na barriga todas as vezes que vemos ou falamos com a pessoa amada, o coração bate mais forte, a respiração se torna rápida, falta o ar nos pulmões, as mãos ficam frias, sentimos um medo enorme de perdermos a pessoa que se ama. Quando amando a melhor sensação é a de estarmos vivendo a vida plenamente e com toda sua intensidade.

As pesquisas que são realizadas em neurociência para se esclarecer a natureza do amor são complexas e sofisticadas. São utilizados equipamentos avançados de neuroimagem, tais como o PET- SCAM, ressonância magnética nuclear e outros métodos. Os cientistas passaram a ter um enorme interesse em decifrar os enigmas do amor semelhantemente ao que ocorria com outros sentimentos, como o medo a raiva, onde os estudos estavam mais avançados. Esses estudos demonstram que quando se ama algumas regiões do cérebro reagem de forma específica a esse sentimento e que esses estímulos ocorrem de maneira muito semelhante ao que ocorre no cérebro de alguém que usa drogas, as mesmas que viciam, com o álcool, tabaco e outras.

Estas conclusões foram obtidas através de imagens de ressonância magnética do cérebro de mulheres e homens que afirmaram estarem apaixonados, em períodos de tempo que variavam de um mês a dois anos.

A parte do cérebro dos participantes apaixonados reagiam igualmente aos estímulos da mesma forma como as partes do cérebro de pessoas envolvidas com o prazer originários do uso de drogas. Portanto havia um local comum para ambas as experiências. Esta região foi designada de área de recompensa cerebral. É uma área profunda do cérebro, formado por outras pequenas subestruturas localizadas no hipotálamo. Os neurocientistas concluíram, entre outras coisas, que o amor é uma dos sentimentos mais poderosos que podemos ter e esta região relacionada com esses sentimento é essencial e indispensável para garantir a nossa sobrevivência. É ela que nos ajuda a reconhecer se algo é bom ou não para nossa existência.

Como vimos acima, é uma  área riquíssima dopamina, um neurotransmissor cerebral envolvido com o prazer, com a alegria e com a felicidade. A dopamina nesta região do cérebro é abundante, especialmente quando há estimulação dessa área. É uma região que estabelece relações profundas com muitas outras áreas do cérebro, através das quais são garantidas as funções necessárias ao nosso equilíbrio mental, emocional social.

Esses trabalhos são unanimes em afirmar, que amar é uma experiência altamente prazerosa e indispensável para nossa vida. Através dele nós nos sentimos mais aptos, mais inteligentes, e com mais disposição. Sentimo-nos com mais coragem e mais seguros. Todo nosso corpo funciona melhor, a auto-estima e autoconfiança se ampliam ainda mais. Os que amam se sentem mais tranqüilos, mais companheiros e mais solidários, demonstrando que o amor desperta em cada um de nós, sentimentos de fraternidade e companheirismo os quais tornando as pessoas mais sociáveis e mais sensíveis.

Quem ama tem mais saúde, pois todos os sistemas biológicos, entre os quais  imunológico, cardiorrespiratório, renal, digestivo e osteomuscular, se tornam mais aptos e se articulam melhor em todo corpo. Do ponto de vista sexual há uma melhora no desempenho, na qualidade e na intensidade das relações.

Porém, nem tudo são flores. Há os que adoecem expressando o amor, esses são disfuncionais os quais apresentam alterações profundas neste sentimento ao ponto de cometerem crimes e atitudes violentas, hostilidades, submissão, indiferença afetiva entre si. Estes sentimentos patológicos respondem por muitos crimes (crimes passionais), em geral abomináveis. Uns chegam ao cúmulo de matar e se suicidar por amor.

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