O COMEÇO E O FIM DA CEPALMA

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A última vez que vi Raimundo Bacelar foi a 20 de agosto de 2010, quando em São Luis lançou o livro de sua autoria,“Duque Bacelar Um Predestinado”, no qual relata a trajetória de sua família na área empresarial e política.

Essa trajetória teve no inquebrantável e destemido Raimundo de Melo Bacelar, conhecido como Duque, o começo de tudo. Foi ele que iniciou a construção de um império no povoado Curralinho, depois transformado no município de Coelho Neto, na região do Baixo Parnaíba.

Duque Bacelar, assassinado no dia 22 de junho de 1954, aos 56 anos, legou aos filhos um patrimônio econômico dos mais pujantes do Maranhão. Raimundo Emerson, o terceiro filho, foi continuador da luta do pai, assumindo o comando da família, ampliando os negócios empresariais e mantendo a liderança política herdada do genitor.

No livro, Raimundo conta como ele e os irmãos mais novos encontraram forças para incrementar e diversificar as atividades privadas do grupo Bacelar, destacando-se a Cepalma, empreendimento agro-industrial de grande vulto econômico do Nordeste.

A Celulose e Papéis do Maranhão S.A. – Cepalma foi inaugurada a 20 de janeiro de 1973. Gente de todas as partes do país participou da inauguração do notável projeto, destacando-se o ministro do Interior, Costa Cavalcanti, governador Pedro Neiva, senador José Sarney, presidente do Banco do Brasil, Nestor Jost, superintendente da Sudene, Evandro Sousa Lima, além de renomados empresários, conceituados jornalistas e convidados especiais, que marcaram presença em Coelho Neto viajando a bordo de jatinhos e de aviões tipo DC3, especialmente fretados.

No ato de inauguração, Raimundo Bacelar deu aos convidados informações preciosas sobre a Cepalma, ressaltando que fora constituída em 14 de julho de 1967 e o projeto aprovado pela Sudene em 25 de setembro de 1968. Pelo cronograma da fábrica, a produção inicial seria de 120 toneladas de celulose/dia e entre 50 e 60 toneladas de papel, 38 a 40 toneladas de embalagens corrugadas e 10 a 12 toneladas de sacos multifoliados. Bagaço de cana, babaçu, madeiras subtropicais, eucalipto e bambu seriam usados como matéria-prima. O capital autorizado era de Cr$ 100 milhões, sendo 60 milhões de incentivos fiscais. Além desses incentivos financeiros, a Sudene ainda proporcionava isenção total do Imposto de Renda por dez anos, contados a partir do início da produção.    A construção dos edifícios da usina e dos produtos acabados, numa área de 30 mil metros quadrados, foi executada pelas empresas Soares Leone e Lourival Parente. Para as necessidades de energia elétrica, a Cohebe construiu em torno de 12.000 kwh, além  dos 12.038 gerados pelo sistema termoelétrico da própria empresa. Toda a água era captada no Rio Parnaíba, armazenada em cinco reservatórios.

No que diz respeito à infra-estrutura, a empresa construiu 82 quilômetros de estradas, ligando Coelho Neto a Caxias, escolas, hospital, conjunto residencial e hotel.

Quando da inauguração da Cepalma, eu militava na imprensa diária de São Luis. Por conta disso fui convidado a ver o início do funcionamento da fábrica, instalada com equipamentos modernos e importados da Alemanha, que tinha tudo para dar certo e ser uma alavanca no processo de desenvolvimento do Maranhão.

Um ano depois, contudo, ninguém acreditava no que estava ocorrendo em Coelho Neto. A empresa dava os primeiros passos no sentido de sua desintegração e posterior desativação.

As mais desencontradas versões vieram à tona, aqui e alhures, sobre a paralisação das atividades da Cepalma. Eu, por exemplo, só após o lançamento do livro de Raimundo Bacelar, que narra, corajosamente e sem rodeios, as causas que levaram aquele empreendimento agro-industrial ao precoce desaparecimento, pude fazer um juízo verdadeiro dos fatos que durante anos ficaram guardados na memória dos herdeiros de Duque Bacelar.

A história da derrocada da Cepalma, segundo Raimundo, é longa e penosa. Resumidamente, tudo começou quando a empresa sentiu a necessidade de capital de giro para fazer face ao seu processo produtivo. Como à época, o BNDES não existia, a solução foi recorrer ao Banco do Brasil, que para conceder o financiamento desejado pela empresa, exigiu uma série de procedimentos, dentre os quais a nomeação de um funcionário da instituição bancária para dirigir a fábrica, e com todas as ações do grupo Bacelar caucionadas e hipotecadas.

Ao ceder às exigências do Banco do Brasil, a Cepalma assinou a própria ruína e a viver a sua via crucis. Para sair da crise, os Bacelar tentaram negociá-la com empresas nacionais e internacionais, mas tais negociações nunca chegaram a bom termo, por força das dificuldades impostas pelo BB e pelo Ministério da Fazenda, que passou a fazer reiteradas devassas no patrimônio dos filhos de Duque Bacelar, que, para se sustentarem, obrigaram-se a desfazer dos bens particulares.

Quem os livrou de passar por maiores dificuldades financeiras foi o advogado Kleber Moreira, que Raimundo fez questão de afirmar com todas as letras da gratidão, que tomou para si a responsabilidade de defendê-los em todas as instâncias da Justiça, sem cobrar honorários.

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AVALIAÇÃO DA FEIRA

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AVALIAÇÃO DA FEIRA

A Fundação Municipal de Cultura não quer esperar o tempo passar para fazer uma imediata avaliação sobre a recente Feira do Livro, realizada em São Luis, no Convento das Mercês.

Na tarde desta quinta-feira, no Museu Artístico, os coordenadores e os participantes do evento vão estar frente a frente para pesar os prós e os contras da promoção.

Grande parte dos participantes da 8ª Feira do Livro deverá pedir para o evento em 2015 retornar à Praça Maria Aragão, local de melhor acessibilidade pública e com maiores condições de segurança.

Uma sugestão também estará em foco é para a Feira do Livro não ser anual, mais bienal, como nos estados mais adiantados, levando em conta a ainda restrita produção editorial no Maranhão.

ESTER, A UNANIMIDADE

De todos os nomes até agora escolhidos pelo governador eleito Flávio Dino para compor o primeiro escalão do governo, a unanimidade gira em torno da jornalista Ester Marques.

Seu nome foi aceito e aplaudido sem restrições, pelos mais diversos segmentos que fazem parte da cultura maranhense.

Ester tem todas as condições de fazer um bom trabalho na Secretaria da Cultura do Maranhão, pois é do ramo e tem prestado relevantes serviços ao longo dos anos.

Ela teve participação ativa e eficiente na elaboração do Plano Estadual de Cultura do Maranhão, recentemente aprovado pela Assembleia Legislativa. Como relatora, sua dedicação foi total e produtiva.

HONORIS CAUSA

Foi inesquecível e ímpar a solenidade realizada na noite de quinta-feira, no auditório do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Estadual do Maranhão.

Uma legião de amigos de Mundinha Araújo, uma das competentes estudiosas da cultura negra no Maranhão, compareceu ao evento para vê-la receber, por justiça e mérito, o título de Doutora Honoris Causa.

Mundinha foi agraciada com a outorga pelos trabalhos desenvolvidos em favor da raça negra e da luta contra o preconceito de cor no Brasil.

Após a solenidade, os membros de todas as entidades afro-descendentes no Maranhão tributaram a ela mais homenagens pelo fato de receber um título que traduz o reconhecimento de uma instituição universitária.

ESCRITOR FRANCÊS

O intelectual francês Jean-Paul Defino, autor de vários livros sobre o Brasil, esteve recentemente em São Luis, mas não teve o reconhecimento que merece.

Veio participar da Feira do Livro, mas foi relegado a um plano secundário pela coordenação do evento.

Jean-Paul Delfino é um escritor famoso na França e no Brasil, pelos livros que dedica especialmente à música popular de nosso país.

Enquanto ele passou desconhecido e no anonimato por São Luis, na semana passada, o jornal O Estado de São Paulo, lhe dedicou meia página,  realçando as suas qualidades intelectuais e de fervoroso amante da música brasileira.

SIMÃO POR MARCELLUS

O governador Flávio Dino estará bem servido na secretaria da Fazenda.

Para ocupar tão relevante cargo, seu primeiro olhar foi na direção de Simão Cirineu, que já trabalhou no órgão, na gestão de Zé Reinaldo Tavares.

Cirineu descartou o convite por motivos da saúde da esposa, que, em Brasília, precisa de sua assistência pessoal.

No piscar de olhos, Flávio lembrou-se da amizade ao auditor fiscal da Receita Federal, Marcellus Ribeiro Alves, técnico competente e correto, que terá a missão de incrementar a renda estadual.

VITORINISMO NA FEIRA

O jornalista Benedito Buzar foi o recordista na venda de livros na 8ª Felis.

Mesmo sem fazer convites individuais, o livro de sua autoria – O Vitorinismo, relançado pelo Instituto Geia, foi o mais procurado no evento.

Só na noite do lançamento, Buzar autografou quase 60 exemplares.

HOMENAGEM A SALGUEIRO

O empresário José Carlos Salgueiro passou o seu aniversário, ocorrido em 14 de novembro, em São Paulo.

Em sua companhia, a esposa, Rosimar, filhos, netos e noras.

Ao saber que Salgueiro estava em São Paulo, o seu fraternal amigo, o empresário Pedro Maranhão o homenageou com um supimpa jantar no seu belo apartamento, nos Jardins.

ANIVERSÁRIO NOS STATES

Há quase dez anos, o economista Antônio José Duarte Ferreira, não comemora o seu aniversário em São Luis.

Prefere festejá-lo ao lado da esposa, Carmem Lúcia, em Nova York.

O restaurante preferido para a comemoração da data é sempre o cubano, Victor.

POSSE DE NERES

O escritor José Neres já acertou com o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, a data de sua posse: 20 de março de 2015.

Para recebê-lo, o novo imortal escolheu a sua ex-professora, Ceres Costa Fernandes, a primeira mulher a ter a incumbência de cumprir este ritual acadêmico ao longo da vida centenária da AML.

Neres vai ocupar a vaga do escritor Ubiratan Teixeira.

NETOS DE JERÔNIMO DE ALBUQUERQUE

O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão realizou na semana passada no auditório da Academia Maranhense de Letras um importante simpósio histórico.

Para o brilhantismo do evento, que versou sobre os 400 anos da Batalha de Guaxenduba, o IGHM convidou ilustres historiadores daqui e de outras cidades, para falarem sobre a primeira guerra brasílica.

Atração do simpósio: a presença de dois nonos netos de Jerônimo de Albuquerque Maranhão: o pesquisador Paulo Fernando Albuquerque Maranhão e o advogado Clayton Albuquerque Maranhão, ambos residentes no Rio de Janeiro.

GESTORES DO CEUMA

O senador Mauro Fecury não esconde a alegria pelos três professores da Universidade Ceuma, que foram convidados a participar do primeiro time do governador Flávio Dino.

Marcos Pacheco ocupará o cargo de secretário de Saúde; Artur Cabral assumirá a presidência da Empresa Maranhense de Transportes Urbanos, e Duarte Júnior, será o gerente de Proteção e Defesa do Consumidor.

Para Mauro, os três professores, pela competência e seriedade profissional, vão prestar inestimáveis serviços ao Maranhão.

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EU E O VITORINISMO

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Certa feita, numa conversa com o jornalista Edson Vidigal, no correr da qual o assunto era a política maranhense, concluímos que havia chegado o momento de se fazer um estudo sobre o vitorinismo, sistema político-administrativo que dominou o Maranhão de 1945 a 1965, que teve no senador Vitorino Freire a sua figura de realce.

Na verdade, ainda que Vitorino Freire e o vitorinismo já tenham desaparecidos da cena política maranhense, mas continuam sendo discutidos por uma ótica marcada pelo emocional e pelo radicalismo.

Tais sentimentos inibiram analisar, Vitorino e o sistema criado por ele, como partes de um processo inerente a uma fase histórica, em que o mandonismo, como prática política, vicejava no Nordeste, que pelo fato de ser uma região atrasada social e economicamente, encarregava-se de produzir o coronelismo.

O mandonismo e coronelismo, como lados de uma só moeda, deveriam ter sido extirpados do cenário brasileiro pela famosa Revolução de 30, contudo, não o foi. Ao contrário, continuou em toda a plenitude, chegando mesmo a consolidar-se. Nem mesmo a redemocratização do país, eclodida em 1945, conseguiu erradicá-los, pois a estrutura que os sustentava permaneceu inalterada até os albores da década de 60, quando o Brasil enveredou no caminho da industrialização.

Foi, portanto, em plena fase do mandonismo e do coronelismo que Vitorino Freire aportou no Maranhão. Aqui chegou, no começo dos anos 1930, a convite do interventor Martins de Almeida, para exercer o cargo de secretário-geral do governo e organizar a vida partidária do estado.

A partir daí, junto a outros políticos de seu tempo, construiu as pilastras do sistema através do qual conquistou e exerceu o poder, mantendo-se nele por duas décadas.

Ao longo desse tempo, o vitorinismo tornou-se hegemônico no Maranhão, transformando Vitorino, pela sua argúcia e competência, numa figura emblemática, para a qual convergiam sentimentos antípodas.

Os que o tinham como líder e chefe – mais chefe do que líder- não economizavam palavras para exaltá-lo quanto aos métodos usados para chegar ao poder. Já, os que não rezavam na sua cartilha e tão pouco concordavam com o seu modo de agir, não o perdoavam e nem o poupavam das pesadas e impiedosas censuras.

Despertando, cumulativamente, admiração e ódio, Vitorino, por um lado, era duramente criticado e denunciado pelo atraso e malefícios causados ao Maranhão; de outro, porém, foi apontado e venerado como responsável pelos recursos que o governo federal mandava ao estado e destinados à construção de obras e empreendimentos públicos.

Por conta desse maniqueísmo, não foi possível uma avaliação acurada e isenta sobre o jogo político desencadeado no Maranhão, na fase em que o vitorinismo aqui se instalou.

Só no fim dessa dura e encarniçada luta entre vitorinistas e anti-vitorinistas, nos meados dos anos 60, com a vitória de Sarney nas urnas, é que começaram a surgir as condições propícias para um juízo de valor sobre ele e os atores políticos que o acompanharam e participaram de um processo histórico, que para chegarem ao poder ora usavam instrumentos legais e legítimos, ora utilizavam mecanismos sub-reptícios ou antijurídicos, sem a intenção de proveitos pecuniários e vantagens pessoais, mas do usufruto de prestígio e de regalias políticas.

Dou-me por feliz e satisfeito de ser o pioneiro nessa empreitada de trazer a lume um dos períodos mais importantes da política maranhense, período esse já ultrapassado pela nova realidade que passou a viver o Brasil, quando as suas estruturas econômicas e sociais passaram a ser removidas pelo processo de desenvolvimento, que levou de roldão uma prática política baseada no mandonismo e no coronelismo.

Para escrever o livro “O Vitorinismo”, lançado em 1997 e agora reeditado pelo Instituto Geia, com novo formato, vali-me dos jornais armazenados na Biblioteca Pública Benedito Leite, que foram proveitosos e indispensáveis, bem com das entrevistas com os atores políticos, que tiveram atuação, uns de modo tímido, outros de maneira audaciosa, naqueles anos em que a política era movida apenas pelo prazer da paixão, ao contrário, de hoje, em que o vício da corrupção preside as relações entre o poder e a sociedade.

O meu trabalho convém alertar, principalmente aos que gostam de fazer apreciações afoitas e precipitadas, não foi feito com objetivos acadêmicos e visando prêmios. Por não ser cientista político, sociólogo ou coisa semelhante, preocupei-me pura e simplesmente, como homem de imprensa, realizar uma obra jornalística destinada especialmente às novas gerações, hoje interessadas em tomar conhecimento do que ocorreu no Maranhão numa fase em que o embate pelo poder político era renhido, mas não indigno e pernicioso como nos dias correntes.

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DEPOIS DAS ELEIÇÕES E ANTES DA POSSE

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A fase que antecede à posse dos governadores é de expectativa para o eleitorado e de ansiedade e de tensão para os eleitos. Enquanto o eleitorado pensa que no vai acontecer no futuro governo e quem vai ocupar os cargos de primeiro escalão, a cabeça do governador eleito gira em torno das pressões que o esperam, dos que vão ajudá-lo a governar, de como o antecessor deixará a máquina administrativa e quais as ações e as iniciativas que tomará para não decepcionar os que o elegeram.

Esse é o momento que ora vive Flávio Dino, eleito governador nas eleições de 5 de outubro deste ano, e pelo qual já passou José Sarney, quando se elegeu para o mesmo cargo, no pleito de 3 de outubro de 1965.

Para realizar o excelente governo, no mandato de 1966 a 1970, Sarney prometeu na campanha eleitoral fazer mudanças na vida econômica, social e política do Maranhão. Por isso, antes de assumir as rédeas do governo, tomou uma série de providências. Em primeiro lugar, cuidou de viajar para fora e dentro do Brasil.

No plano externo, visitou entidades públicas e privadas da Europa e dos Estados Unidos, com as quais tratou da celebração de contratos para execução de projetos voltados para o soerguimento econômico do estado. No plano interno, foi ao encontro dos órgãos de desenvolvimento regionais – Sudene, Sudam, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia, com vistas à organização  e elaboração de planos, programas e estudos para a promoção de uma gestão moderna e capaz de realizar transformações na sociedade maranhense.

Paralelamente, não negligenciou quanto à seleção criteriosa de nomes para assumirem os cargos e as funções diretamente responsáveis pela remoção de uma estrutura burocrática emperrada e causadora do atraso social e da pobreza econômica.

Nesse sentido, formou um secretariado de alto nível, com figuras humanas respeitadas e conceituadas do quilate de Pedro Neiva de Santana, na secretaria da Fazenda, Cícero Neiva, na secretaria de Interior e Justiça, Nivaldo Macieira, na secretaria da Agricultura, Haroldo Tavares, na secretaria de Viação e Obras Públicas, José Murad, na secretaria de Saúde, Orlando Medeiros, na secretaria de Educação, José Rodrigues Paiva, na secretaria de Segurança, José Maria Cabral Marques, na secretaria de Administração, Alberto Tavares, na secretaria de Governo, César Cals, na presidência da Cemar, e o coronel Antônio Medeiros, no comando da Força Pública.

Ao longo da sua gestão, algumas alterações foram feitas na sua equipe de trabalho. Na Agricultura, Nivaldo Macieira foi substituído por Lourenço Vieira da Silva; na Educação, Orlando Medeiros entregou o cargo para José de Ribamar Andrade e este para José Maria Cabral Marques; na Administração, José Teixeira substituiu Cabral Marques; na Secretaria de Governo, Alberto Tavares deu lugar a Antônio Luis Oliveira e este o transferiu para Eliézer Moreira Filho.

Para compor o corpo técnico, vieram da Sudene  os maranhenses Joaquim Itapary, Mário Leal, Darson Dagoberto Duarte, Mariano Matos, que se juntaram a Bandeira Tribuzi, Carlos Alberto Madeira, Eliézer Moreira Filho e João Alberto de Sousa.

Com esta formação política e técnica, mesclando juventude e experiência, Sarney organizou uma equipe administrativa comprometida com a ruptura e o reencontro. Ruptura com o passado, que aviltava o exercício governamental; reencontro com o povo, numa comunhão de esperanças e de responsabilidade.

Paralelamente, anunciou a assinatura de um elenco de decretos, com a marca da moralização administrativa, ressaltando-se a criação da Comissão Central de Inquérito, para apurar autores de crimes praticados contra a vida pública; anulação de pleno direito dos contratos de obras e aquisições de equipamentos, excetuando-se os realizados mediante concorrência pública; anulação de atos de nomeação, contratação, admissão de pessoal, realizados 90 dias anteriores à data das eleições; criação do registro de bens e valores pertencentes ao patrimônio do estado; recolhimento no prazo de 48 horas dos saldos existentes nas coletorias.

Ultimadas essas ações de impacto, destinadas ao combate à desenfreada corrupção, tratou e deu prioridade aos procedimentos para transformar o exercício do poder num instrumento para o desenvolvimento das aspirações coletivas.

Capacidade e decisão eram virtudes que não faltavam ao novo governador, que, com ajuda de jovens e qualificados técnicos, partiu para a criação do GTAP – Grupo de Trabalho da Assessoria de Planejamento, com o objetivo de elaborar um plano quadrienal de desenvolvimento sócio-econômico do Maranhão; fazer um levantamento dos recursos mobilizáveis; identificar os campos de aplicação para os recursos não comprometidos; organizar um cronograma de liberação e aplicação dos recursos; e, finalmente, reestruturar administrativamente o estado.

O GTAP, para vencer a corrida contra o tempo, aprontou em caráter de urgência, um programa visando alcançar quatro pontos fundamentais: elevar a produtividades dos fatores de produção; integrar setorialmente a economia estadual; criar novas oportunidades de emprego; e melhorar a distribuição da riqueza social.

Pela importância que o planejamento passou a ter na administração pública estadual, o governador posteriormente transformou o GTAP em Superintendência de Desenvolvimento do Maranhão – Sudema, autarquia que, pela sua natureza, competia planejar, coordenar e controlar a política de desenvolvimento. O órgão teve como primeiro superintendente Eliézer Moreira Filho.

Para a consecução dos objetivos planejados pela Sudema, Sarney levou em conta uma premissa básica, sem a qual o seu governo não se viabilizaria e por ele anunciada quando da homologação de sua candidatura a governador: “O que o povo do Maranhão quer, o que nós queremos é o progresso; queremos o porto do Itaqui, queremos o asfaltamento da estrada São Luís -Teresina, queremos a energia de Boa Esperança, queremos as fábricas funcionando, queremos a felicidade do nosso povo, queremos, enfim, um Maranhão Novo, um Maranhão mais rico, um Maranhão melhor.”

Órgãos criados no governo Sarney: Sudema – Superintendência de Desenvolvimento do Estado do Maranhão, Caema- Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão, Cemar – Centrais Elétricas do Maranhão, Cohab – Companhia de Habitação Popular do Maranhão, Codebam – Companhia de Valorização da Baixada Maranhense, Telma – Companhia de Telecomunicações do Maranhão, Cema – Centro Educacional do Maranhão, FMTVE – Fundação Maranhense de Televisão Educativa, Prodata – Centro de Processamento de Dados do Maranhão, CPM – Companhia Progresso do Maranhão, BDM – Banco de Desenvolvimento do Maranhão,

Cetrap – Comissão Estadual de Transferência de População

Ações do governo Sarney que mudaram a fisionomia do Maranhão: pavimentação da BR-135- Estrada São Luís-Teresina, construção da estrada Santa Luzia-Açailândia, implantação e pavimentação da estrada Miranda-Santa Luzia, implantação da rodovia da Baixada, implantação do Porto do Itaqui, instalação da Usina Hidrelétrica de Boa Esperança, instalação do Distrito Industrial, construção da Barragem do Bacanga, construção da Ponte do São Francisco, conclusão da Ponte do Caratatíua, construção da Avenida dos Franceses, criação e implantação das Faculdades de Administração, Engenharia, Agronomia e Educação em Caxias, implantação dos projetos educacionais João de Barros e Bandeirantes, construção do Conjunto da COHAB, ampliação da Barragem do Batatã, construção do Ramal Ferroviário Pedrinhas-Itaqui, criação do Conjunto Residencial Anjo da Guarda, instalação da Hidrelétrica de Carolina, adoção de ampla Reforma Administrativa

 

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MIAMI E BELÁGUA

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Qual a diferença entre Miami e Belágua?

Do ponto de vista econômico-social, Miami é a cidade mais desenvolvida da Flórida.

Belágua é a mais atrasada do Maranhão.

No tocante à política, em Miami o candidato Aécio Neves obteve o maior percentual de votos de brasileiros radicados nos Estados Unidos.

Belágua, percentualmente, é a cidade do Brasil que deu a maior votação à candidata Dilma Roussef.

ESTILO JÂNIO QUADROS

As gerações novas não conheceram Jânio Quadros, o presidente da República, que governou o Brasil em 1961 e tinha a mania de administrar por meio de bilhetes.

O governador eleito, Flávio Dino, vem praticando atos que lembram o ex-presidente Jânio Quadros.

Anuncia o seu futuro secretariado através de mensagens curtas e pela internet.

DIPLOMAÇÃO DOS ELEITOS

O desembargador Froz Sobrinho já escolheu a data para a solenidade de diplomação dos candidatos eleitos a 5 de outubro.

Será nas proximidades das festas natalinas: 19 de dezembro.

Para que a solenidade seja um evento retumbante e ser assistida por todos os convidados, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral quer promovê-la no Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão.

OS DONOS DE VOTOS

Neste período pós-eleitoral, jornalistas e blogueiros maranhenses cometem as mais absurdas avaliações sobre as votações obtidas pelos candidatos Aécio Neves e Dilma Roussef, no segundo turno do pleito presidencial.

Para os falsos analistas, os votos conquistados por Aécio e Dilma no Maranhão foram por conta do prestígio de alguns políticos.

Pura balela. A votação de Dilma foi dada pela grande massa favorecida pelo programa Bolsa Família e outros benefícios sociais do governo federal.

Já a votação de Aécio adveio da classe média alta e descontente com o governo desastroso do PT, responsável pela inflação, a desativação da economia e a corrupção vigente no país.

CONCESSÕES DE FLÁVIO

O governador eleito, Flávio Dino, já começa a decepcionar a opinião pública.

A maneira como escolhe os que vão integrar o primeiro escalão do seu governo discrepa completamente do discurso usado na sua campanha eleitoral.

Ele, que teve uma extraordinária votação na recente eleição, não precisa fazer concessões aos partidos e aos políticos que o apoiaram.

Nomear deputado eleito para o cargo de secretário de estado e o lugar deste ser ocupado na Assembleia por quem não se elegeu, como se fosse prêmio de consolação, é prática política do passado, que ele condenou e prometeu acabar.

POSSE DE GULLAR

O poeta maranhense Ferreira Gullar quer recuperar o tempo perdido.

Ele passou anos a fio recusando entrar na Academia Brasileira de Letras.

Ao se eleger, não quis esperar o ano vindouro para tomar posse.

Marcou para o dia 5 de dezembro a solenidade de seu ingresso na Casa de Machado de Assis.

GASTÃO COM DILMA

As ações do deputado Gastão Vieira estão super valorizadas em Brasília.

Ele foi convidado pela coordenação nacional da candidata Dilma Roussef para assistir a apuração das eleições do segundo turno.

Após a apuração, que a reelegeu, Dilma visitou o seu comitê de campanha, onde encontrou Gastão. Depois de abraçá-lo efusivamente, a presidente da República disse-lhe: – Você não advinha o quanto torci pela sua eleição a senador.

CHORO DA VEREADORA

A suplente de vereador, Fátima Araújo, se for novamente candidata, nas próximas eleições à Câmara Municipal de São Luis, pode, antecipadamente, contar com o voto de um bom número de eleitores.

O choro de Fátima, por não aprovar os projetos por ela apresentados na Câmara Municipal, repercutiu na sociedade e tornou-a merecedora de crédito político.

O patético da não aprovação dos projetos de Fátima Araújo: ausência dos vereadores às sessões da Câmara Municipal.

MINISTRO DA CULTURA

Os jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro, na ânsia demoníaca de “queimar” o senador José Sarney, estão a divulgar a sua nomeação para o Ministério da Cultura.

Para deixá-lo em situação constrangedora junto à presidente Dilma Roussef, afirmam que ela já o convidara para ocupar o cargo.

Os amigos mais chegados ao senador dizem que a notícia carece de qualquer fundamento, pois Sarney, ao terminar o mandato, estará com as atenções voltadas para as atividades intelectuais e não mais para ações políticas.

MUSEU DA LITERATURA

A Vale deu uma guinda de 180 graus com relação ao destino do imóvel recuperado pela empresa no Centro Histórico de São Luis.

A intenção da Vale era instalar no prédio restaurado o Museu da Literatura Maranhense.

De acordo com os novos planos da empresa, o Museu da Literatura desaparece para dar lugar a um projeto voltado para a exposição das atividades artísticas e culturais do Maranhão.

CIDADÃO ARARIENSE

O reitor da Universidade Estadual do Maranhão, José Augusto Oliveira, viveu momentos de grande emoção no dia 17 de outubro.

Motivo: recebeu o título de Cidadão Arariense, outorgado pela Câmara Municipal de Arari, que reconheceu o trabalho realizado pelo reitor da Uema em prol do ensino superior.

No seu discurso de agradecimento pela conquista da cidadania arariense, José Augusto ressaltou o seu parentesco com o saudoso padre Clodomir Brant, que, como sacerdote e educador, relevantes serviços prestou ao povo de Arari.

OS AMIGOS NO CARIMBÓ

Com antecipação, os convidados estão recebendo os convites para a XXVI Festa dos Amigos.

O evento promovido por Mauro Fecury será, este ano, no dia 13 de dezembro.

Para animar a festa, foi contratado o melhor conjunto de carimbó de Belém do Pará.

A PEDRA E A PALAVRA

O documentário “A pedra e a palavra” produzido pelo cineasta Joaquim Haickel, acaba de ganhar mais um prêmio internacional.

Depois de premiada no Festival de Cinema Avanca 2014, a nova produção cinematográfica do cineasta maranhense, conquista no Festival Internacional de Cinema e Literatura da Trofa, também em Portugal, o prêmio de melhor documentário.

“A pedra e a palavra” é um documentário tão bem produzido que a crítica internacional não tem economizado elogios, menções honrosas e prêmios valiosos ao trabalho de Joaquim Haickel.

NETA DE ALEMÃO

Cláudio Vaz dos Santos, o estimado Alemão, está feliz com o sucesso que a neta Natcha vem fazendo em São Luis com o seu novo empreendimento comercial.

A Natcha Vaz Decoração e Ambientação de Eventos, voltada para a realização de eventos e festas temáticas, está instalada na Avenida Daniel de La Touche, 2000, loja 04, no Edifício São Patrício, Cohama.

 

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O IMORTAL JOSÉ CHAGAS

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Na condição de membro da Academia Maranhense de Letras e confrade de José Chagas, não pude despedir-me do grande poeta quando de seu falecimento, a 13 de maio deste ano.

Estava bordo de uma aeronave da TAM, que decolaria para São Paulo, quando o celular toca. Era a sobrinha de Chagas, Deusana, que me informava sobre o triste falecimento do tio, vitimado por um Acidente Vascular Cerebral, no Hospital UDI, após vinte dias internado naquele estabelecimento.

Antes de o avião decolar, comuniquei, por telefone, a Jomar Moraes o que acabara de acontecer e pedi a ele, dado a minha impossibilidade de interromper o compromisso agendado em São Paulo, que informasse aos confrades aquela terrível notícia e realizasse os procedimentos que nós, da Academia, assumimos quando morre um confrade de levar o corpo para a sede da instituição, para ser velado e receber as merecidas homenagens póstumas, desde que a família consinta.

Lamentei muito não estar presente no velório e no enterro de Chagas, que conheci e me tornei amigo no final dos anos 1960, quando comecei a trabalhar no Jornal do Dia, que o empresário Alberto Aboud acabara de vender para um grupo político.

Chagas, à época, era figura de primeira grandeza do jornal, em cuja página principal deliciava os leitores com primorosas e diárias crônicas, versadas principalmente sobre São Luis, onde não nascera, mas a ela, desde que aqui chegara, dedicava grande carinho e especial devoção, pelo que representava como um centro produtor e irradiador de cultura.

Aquelas fantásticas crônicas, que eu as lia da primeira à última letra e com uma sofreguidão incomum, fazia questão de com ele comentá-las e de citar as frases nelas contidas, algumas sarcásticas, outras floreadas de ternura.

Naqueles tempos do Jornal do Dia, ele e eu dedicávamos grande amizade a uma extraordinária figura humana e política do Maranhão – o deputado Henrique de La Rocque Almeida, que, em sua ampla e confortável residência, à Rua dos Afogados, gostava fidalgamente de receber os jornalistas de São Luis para homenageá-los e colocar a conversa em dia.

Numa daquelas recepções, surgiu a ideia de Chagas, já desfrutando de relevante conceito e respeito na cidade, candidatar-se à Câmara Municipal de São Luis. A princípio o poeta resistiu, mas a insistência e o apoio do anfitrião fizeram-no recuar e a disputar o pleito de 1966, sendo eleito vereador pela Arena, com grande votação.

Em outro momento da minha vida, tive a ventura de conviver fraternalmente com José Chagas. Corria o ano de 1990, eis que recebo convite do então presidente da Academia Maranhense de Letras, Jomar Moraes, para candidatar-me à vaga do meu saudoso professor Fernando do Reis Perdidão, catedrático da Faculdade de Direito.

Como nunca havia pensado em tão ousado projeto, tentei esquivar-me, mas Jomar e o poeta convenceram-me a entrar para a Casa de Antônio Lobo.

Naquele sodalício, conheci o outro lado marcante do poeta e cronista de São Luis. Ele não parecia aquele homem que, também, resistiu ingressar na Academia Maranhense de Letras. Surpreendeu-me pela maneira como gostava de participar das sessões acadêmicas e de discutir com entusiasmo os assuntos em pauta.

Era dos primeiros a chegar e dos últimos a sair às reuniões das quintas-feiras na AML. Solidário com os confrades e sempre disposto a colaborar, pontificava e atuava como acadêmico dedicado e pronto a lutar para a instituição honrar as tradições de cultura do povo maranhense.

A partir de 2010, o poeta começa a sentir o peso da idade e das doenças que o afligiam. Algumas vezes, as crises que o atormentavam eram tão graves que só o internamento hospitalar atenuaria o seu sofrimento. Numa das ocasiões, pensei que ele não suportaria a crise. Sem pestanejar, busquei a ajuda do senador José Sarney, seu amigo dileto e admirador, que imediatamente entrou em ação e resolveu a situação, internando-o no Hospital Carlos Macieira.

Quando ele deixou, por problemas de saúde, de freqüentar a Academia, as sessões deixaram de contar com a sua contribuição, sob todos os pontos de vista, valiosa e produtiva. Levamos um bom tempo para nos acostumar sem a sua presença e suas participações, sempre em prol do desenvolvimento da cultura e das letras maranhense, das quais era a figura emblemática e fulgurante.

Durante a minha gestão na presidência da Casa de Antônio Lobo, o seu aniversário sempre foi comemorado. Sem que ele soubesse, ao amanhecer do dia, entrávamos em sua casa com um especial café da manhã para compartilhar com ele da alegria pela data e de tê-lo como amigo, confrade e um intelectual renomado e brilhante, que só não foi um poeta de invejável projeção nacional, porque nunca quis sair de São Luis, terra que abraçou com acendrado amor e veneração.

 

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