UM VELHO PROBLEMA DO MARANHÃO

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O emérito historiador maranhense, Jerônimo Viveiros, publicou no dia 8 de agosto de 1967, em O Imparcial, um trabalho intitulado “Um velho problema do Maranhão”, que no passado gerou graves conflitos entre patrões e empregados domésticos.

Trata-se de uma questão complicada e legada pela escravatura, sob a égide do qual a classe dominante dispensava aos subalternos, tratamentos injustos e desumanos, situação que começou a se esvair com a decretação da Lei Áurea e a Proclamação da República, quando os  governantes brasileiros passaram a se preocupar com um problema social, que respaldado num aparato jurídico abominável, estabelecia regras e normas que estigmatizavam grande parte da população brasileira, aquela que vivia sem a proteção da lei e abandonada pela sorte.

No seu artigo, o professor Viveiros mostrava como no regime monárquico era complicada a convivência entre segmentos sociais que se conflitavam num cenário formado por fazendeiros e proprietários de terras e de escravos, de um lado, e empregadas domésticas – lavadeiras, copeiras e engomadeiras, de outro.        

Afirmava o ilustre historiador, que para enfrentar aquela deplorável e conflituosa situação, o Maranhão teve a sorte de nos estertores do Império ser governado por um presidente, não maranhense, mas dotado de suficiente coragem, que ousou minimizar um problema social, que se arrastava por anos a fio e pouco se modificara com a abolição da escravatura.

O protagonista dessa saudável iniciativa, Dr. José Moreira Alves da Silva, apreciador da vida mundana de São Luís, foi quem assumiu o encargo de dar um freio ou remediar uma questão que afligia a sociedade do Maranhão.

Com esse objetivo, enviou à Assembleia Legislativa Provincial um projeto de lei para permitir a intervenção governamental num assunto tão melindroso, mas que poderia ser contornado pelas normas e regras nele contidas, pois assegurava direitos, deveres e obrigações aos patrões e empregados domésticos.  

Sem maiores delongas, a Lei 1.467 foi aprovada e sancionada em março de 1889, trazendo no seu bojo dispositivos que procuravam harmonizar uma questão que nem a lei que abolira escravidão havia resolvido. Aqui, como se dizia, as coisas continuavam como dantes no quartel de Abrantes.

De acordo com a lei, os criados, dentre outras iniciativas, tinham de se registrar na Polícia, onde recebiam cadernetas que os orientavam quanto às atribuições pertinentes ao exercício de suas atividades laborais.  

Aos patrões, a chamada Lei Moreira Alves, também, preconizava exigências, algumas das quais rígidas e por isso questionadas, a exemplo das dispensas do serviço, só procedidas mediante prévio aviso ou proibidas de cumpri-las antes do contrato se exaurir.

Ainda que a lei apresentasse mecanismos para evitar desentendimentos e conflitos entre segmentos sociais opostos, a mesma teve curta duração.

Primeiro, pela pouca demora no governo do Maranhão do presidente Moreira Alves. Segundo, pelo advento do regime republicano.

Os dois acontecimentos, levaram por águas abaixo uma legislação que se auspiciava adequada para produzir efeitos positivos numa terra em que o poder público pouco ou quase nada fizera para minorar uma questão chocante do ponto de vista social.

Mestre Jerônimo ainda comentava alguns episódios ocorridos em São Luís, a partir de quando a Lei 1467 deixou de ser cumprida. Enquanto o jornal Diário do Maranhão (26-9-91), não se cansava de denunciar as ocorrências entre criados e patrões, com críticas contundentes sobretudo às empregadas domésticas, que “Todos os dias se articulam queixas contra esta casta de serviços e por tal modo elas se portam, no seio das famílias, que já vão se tornando intoleráveis”, o periódico A Cruzada, defendia ardorosamente as criadas que passaram a ser “submetidas a uma espécie de escravidão por intermédio da chefatura de Polícia”.            

TEMPORADA MARANHENSE

O ex-presidente José Sarney e Dona Marly, depois de um ano de marcante presença em São Luís, retornaram a Brasília.

Foi uma temporada, abstraindo-se o aspecto político, saudável e fraterna que o casal passou entre nós, sempre bem cercado de amizades, algumas antigas e outras recentes.

Prometem retornar no carnaval.

GABINETE DE BRAID

Político que deseja ter bom desempenho no exercício do mandato, precisa de boa assessoria.

Pensando assim, o deputado Eduardo Braid arregimentou-se para ter a seu lado na Câmara Federal, um ser humano da melhor qualidade moral e profissional.

Trata-se de Emílio Biló Murad, qualificado funcionário da Caixa Econômica Federal, que aceitou o convite do jovem parlamentar para chefiar o seu gabinete, em Brasília.

FESTA EM GUARATINGUETÁ

Zezé e Elir Gomes, que se mudaram para a cidade paulista de Guaratinguetá, completaram sessenta anos de união e de completa felicidade.

Os filhos do casal resolveram organizar uma festa no melhor estilo maranhense, para homenageá-los.

Uma romaria de amigos e parentes do casal marcou presença no evento, que aconteceu no dia 10 de janeiro.

A animação da festa ficou a cargo dos festeiros membros da família Duailibe, que em matéria musical sabem de tudo e mais um pouco.

SESSENTA ANOS

Depois da festa de Guaratinguetá, a família Duailibe reuniu-se ontem para festejar outra retumbante efeméride.

Os sessenta anos do médico e extraordinária figura humana que é Jorginho Duailibe.

Os artistas da festeira família foram convocados e preparam um show musical em homenagem ao aniversariante.          

COMUNISTA E CRISTÃO

O governador Flávio Dino, na prática e por experiência própria, está mostrando que no mundo de hoje os postulados marxistas podem se harmonizar com os sentimentos cristãos.

Em entrevista ao Jornal do Brasil, referindo-se ao decreto do Desarmamento, assinado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, o governador misturou a Bíblia com a política e produziu esta pérola.

“Quando Pedro na narrativa bíblica puxa a espada para enfrentar os romanos, Jesus Cristo disse para ele baixar a espada. Então Jesus era mais do Estatuto do Desarmamento do que o decreto do Bolsonaro”.

Faz sentido.

O ESQUÁLIDO

Os peritos da Polícia Federal descobriram que no inquérito que apura a corrupção na Odebrecht, três políticos teriam sido beneficiados com propinas em torno da obra de Belo Monte, usina hidrelétrica construída na bacia do Rio Xingu.

Os políticos seriam Antônio Palocci, Edison Lobão e Delfim Neto, que respondem pelos codinomes de Italiano, Esquálido e Professor.

A confusão reside no fato de saber quem é o Esquálido.

ESQUEMA DO RACHA

Deputados de 16 assembleias legislativas do país estão sendo investigadas por irregularidades praticadas nos últimos anos e relacionadas ao chamado “esquema do racha”, em que funcionários de gabinetes são instados a devolverem uma parte do salário que recebem como contrapartida à própria contratação.

Quando veio à tona esse problema no Rio de Janeiro, que assumiu proporção inusitada pelo envolvimento de um filho do atual Presidente da República, sabia-se que em outras assembleias legislativas, essa prática era usada em larga escala.

Foi anunciado que a Assembleia Legislativa do Maranhão está, também, nesse rolo. Alguns ex-deputados passaram a tomar remédio para dormir.       

DIREITA, VOLVER

Foi preciso que um candidato assumidamente direitista, Jair Bolsonaro, ganhasse as eleições e assumisse a Presidência da República, para se saber que no Maranhão há um forte movimento de direita.

Chama-se Movimento Brasil Livre e integrado pela Endireita Maranhão, Expresso Liberdade, Círculo Monárquico e Movimento Brasil Conservador.  

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JOSÉ ALMIR: UM HOMEM FORA DE SÉRIE

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Do primeiro casamento de Anacleto Tavares da Silva com Maria Celeste Neves, nasceram três filhos, todos do sexo masculino: José Alberto, José Almir e Murilo.

O pai, um brilhante militar do Exército, com participação em diversos movimentos históricos do Brasil, a exemplo da Revolução de Trinta, educou e preparou os filhos para a vida castrense.

Dos três, o único que não se adaptou ao regime militar foi José Almir, que deixou a Escola Preparatória de Resende, no Rio de Janeiro, em repúdio aos rigorosos exercícios físicos impostos aos cadetes.

Desligado da AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras, para a tristeza do pai, José Almir ficou no Rio de Janeiro, onde, conquanto sonhasse com a carreira de advogado, não fez vestibular para o curso de Direito, pois a sua prioridade era o emprego para não viver às custas de mesada, o que conseguiu ao ser aprovado no teste para trabalhar no Banco Real. Como gostou da vida bancária, tratou de se preparar para ingressar no Banco do Brasil, à época, o sonho da juventude brasileira, pelo convidativo salário pago aos servidores.

No primeiro concurso a que se submeteu, em 1954, logrou aprovação e bem classificado, por isso veio trabalhar na única agência do BB em São Luís, localizada na Avenida Pedro II.

No seu retorno, tratou de se reaproximar da ex-namorada, aluna do Colégio de Santa Teresa e filha do então capitão do Exército, Alexandre Colares Moreira, Guilhermina Elvira (Guivi), com a qual contraiu matrimônio em dezembro de 1955 e com quem teve três admiráveis filhos: Sandra, Nilson e Márcio, que lhe deram sete netos, um dos quais seu xodó, carinhosamente chamado de Peixinho.

 Apenas uma vez José Almir interrompeu suas atividades no Banco do Brasil: em 1971, na gestão do Governador Pedro Neiva de Santana, que o convidou para ocupar o cargo de Superintendente do Banco do Estado do Maranhão, presidido por Aldemir Silva, também, do quadro qualificado do BB.

Depois de prestar relevantes serviços ao Banco do Brasil, aposentou-se, mas deixou o nome gravado na instituição, pela maneira como procedia, fosse pela assiduidade ou pelo empenho no trabalho, sempre o primeiro a chegar e o último sair, com a sua mesa de trabalho intocavelmente arrumada.

Aposentado, como era um homem caseiro, passou a se dedicar apenas à família e ao lar, onde extravasava as suas manias e excentricidades, algumas conhecidas como o hábito de almoçar impreterivelmente às 11 horas; de visitar diariamente, chovesse ou fizesse sol, o cemitério do Gavião, para venerar a sua idolatrada genitora; o seu automóvel ficava mais tempo na garagem do que na rua, mesmo assim o trocava por novo modelo, anualmente e no mês de maio. Só uma pessoa podia abrir a porta da casa para ele entrar: a abnegada esposa, Guivi. Se não fosse ela, ficava na rua. Gostava mais de ouvir rádio do que ver televisão, daí porque em cada dependência da sua residência tinha um aparelho radiofônico e sintonizado numa só emissora local. Sua leitura predileta: Histórias da II Guerra Mundial, porque apreciava Adolf Hitler, mas abominava o fascismo.

Esse o José Almir Neves Tavares da Silva, que eu tive o prazer e a honra de privar da amizade, amizade essa que chegava ao ponto de dois dias antes do meu aniversário, pelo telefone, parabeniza-me. E ai de mim se não fizesse o mesmo no dia em que ele mudava de idade.  

Bem antes de adoecer, disse-me que quando morresse duas coisas não teriam no seu enterro: flores no caixão e sapato nos seus pés. Perguntei porque queria ir descalço e a resposta veio na ponta da língua: – Para aonde vou não se precisa de sapato. Faz sentido. Essas exigências foram cumpridas religiosamente pelos familiares.     

SECRETÁRIO DE ALAGOAS

O senador Edison Lobão, derrotado nas eleições de 2018, não pretende abandonar a atividade política.

Como pensa concorrer a um cargo eletivo no pleito de 2020, deve aceitar o convite do jovem governador Renan Filho, para assumir o cargo de Secretário do Governo de Alagoas, em Brasília.

VESTI AZUL

A inusitada declaração da Ministra da Família, Damares Alves, de que menino veste azul e menina veste rosa, repercutiu nos meios artísticos do país.

Não por acaso, retornou as paradas de sucesso a composição do maranhense, Nonato Buzar, que, nos anos setenta, ganhou boa grana com a música Vesti Azul.

SARNEY FILHO

O deputado Sarney Filho é o político maranhense que soube se impor no cenário nacional, razão porque tem sido chamado para ocupar cargos importantes, nos quais pontificou com dignidade e competência.

Por duas vezes chegou ao primeiro escalão do Governo Federal, nomeado para o Ministério do Meio Ambiente, nas gestões do presidente Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer.

Mesmo não sendo bem-sucedido no pleito senatorial do ano passado, teve o seu nome lembrado para o cargo de Secretário do Meio Ambiente de Brasília, no qual deverá brilhar pelos conhecimentos sobre um assunto de vital importância para o desenvolvimento do Brasil.   

AUTOBIOGRAFIA

O deputado José Reinaldo já tem um projeto na cabeça para executar depois que encerrar o seu mandato na Câmara Federal.

Deixar para a posteridade um livro com toda a sua história de vida, ao longo da qual, como técnico, exerceu cargos de extrema relevância na administração pública estadual e federal.

Como tem farto material sobre essa trajetória de vida, espera oferecer às novas gerações um testemunho fiel do que fez e realizou pelo Maranhão e pelo Brasil nesses anos de turbulência política.

INICIATIVA POPULAR

Louvável, sob todos os pontos de vista, o gesto do deputado Eduardo Braid de aprovar na Assembleia Legislativa do Maranhão um projeto de sua autoria e de significada relevância democrática.

Trata-se da Lei de Iniciativa Popular, prevista na Constituições do Brasil (Art.61, § 2º) e do Maranhão (Art. 44), mas lamentavelmente desconhecida da população brasileira, que, se a usasse, muita coisa poderia melhorar aqui e alhures.

Que os maranhenses tenham bom proveito dela.  

 A EUTANÁSIA DE UM SUPERMERCADO.

Nada mais triste e melancólico do que ver um empresário, por meio das redes sociais, deflagrar uma campanha pública para salvá-lo de um triste fim.

Não interessa, nesse momento de aflição em que vive aquele homem de negócios, saber se foi ele ou não o culpado pelo fracasso de um empreendimento tão promissor.

 O que punge é vê-lo numa situação vexatória do ponto de vista financeiro, que o levou a perder a cerimônia e vir a público em busca de socorro.  

TO BE OR NOT TO BE

Afinal, qual é a verdadeira situação financeira do Governo do Maranhão?   

Enquanto os pessimistas dizem que o Estado poderá, este ano, sofrer problemas financeiros e deixar de cumprir seus compromissos governamentais.

Os otimistas informam que o Governo maranhense deseja oferecer ajuda financeira ao Ministério da Educação para a construção de creches no Estado.

HOMENAGEM QUE GRATIFICA

No dia de hoje, há quarenta anos, colava grau mais uma turma do Curso de Administração da Universidade Estadual do Maranhão.

Os formados vão comemorar o evento como uma solenidade festiva, na qual eu serei um dos professores homenageados.

A homenagem prova que o tempo passou mais eu continuo presente na memória daquela sadia mocidade.      

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O VEREADOR JOÃO ALBERTO

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O mundo político maranhense ficou pasmo ao tomar conhecimento de que o senador João Alberto de Sousa não concorreria a nenhum cargo eletivo nas eleições de 2018, ele que no percurso de cinquenta anos de atuação pública, participou ativa e destemidamente das refregas eleitorais, majoritárias e proporcionais, sem que as urnas o tivessem decepcionado.

O afastamento extemporâneo de João Alberto da cena eleitoral, fluiu de modo misterioso e sem qualquer informação à opinião pública, causando impactos a adversários e aliados, sobretudo àqueles que sempre o acompanharam nas disputas políticas, iniciadas em 1970, quando concorreu, pela primeira vez, a um cargo eletivo, ao lado de José Sarney, a quem sempre dedicou total solidariedade, lealdade e sinceridade.

Dotado de invejáveis virtudes políticas e de exaltadas qualidades morais, reconhecidas por correligionários e antagonistas, João Alberto, construiu uma longa trajetória de sucessos eleitorais, que lhe valeram conquistar um mandato de deputado estadual, dois mandatos de deputado federal, duas vezes vice-governador do Estado, governador do Maranhão (onze meses), prefeito de Bacabal (sete meses) e dois mandatos de senador da República.

No exercício desses cargos eletivos, brilhou e nenhuma acusação foi a ele imputado, a partir dos meados da década de sessenta, ao trocar o Rio de Janeiro, onde era líder sindical, pelo Maranhão, atendendo o convite do governador José Sarney, que o nomeou para cargos importantes da administração estadual, no exercício dos quais, por ser rigoroso e determinado no trato com os negócios públicos, recebeu o apelido de Carcará.

Poucos os casos ocorridos no Maranhão, sobretudo na área da segurança pública, que não foram resolvidos pela sua incontida bravura cívica, destacando-se a operação policial bem-sucedida, na região tocantina, livrando-a de um bando de criminosos e assaltantes.

Como João Alberto ou Carcará, conquistou prestígio e popularidade, que o levaram a ingressar na militância partidária, filiando-se à Arena, pela qual disputou as eleições de 1970 e conquistou um lugar ao sol na Assembleia Legislativa do Estado.

Da Assembleia pulou para a Câmara de Deputados, onde por dois mandatos representou o povo maranhense e dali saiu para ser o companheiro de chapa do governador Epitácio Cafeteira. Nas eleições municipais de 1988, autorizado pela Assembleia Legislativa, licenciou-se da função de vice-governador e elegeu-se prefeito de Bacabal. Vitorioso, exerceu o cargo por alguns meses, sendo convocado para, como vice-governador, substituir Cafeteira, que renunciara a chefia do Executivo para ser candidato ao Senado da República. A posse de João Alberto foi contestada politicamente pelos deputados estaduais e juridicamente pelo presidente do Poder Judiciário, desembargador Almeida e Silva, ambas implodidas pelo Supremo Tribunal Federal, que garantiram a ele o direito de assumir o Governo do Estado, onde ficou 11 meses no cargo, mas deu um show como gestor público. O seu empenho pessoal na eleição de Edison Lobão contribuiu para elegê-lo governador.

Essa passagem de João Alberto pelo Palácio dos Leões, deu-lhe cacife para duas vezes ser o companheiro de chapa de Roseana Sarney ao Governo do Estado e posteriormente se candidatar ao Senado da República, onde cumpriu dois mandatos. No primeiro mandato, ocupou a vice presidência da Casa; no segundo, presidiu a polêmica Comissão de Ética.

A longa caminhada política de João Alberto, permeada mais de êxitos do que de fracassos, deve-se a duas palavras que não existem no seu vocabulário: traição e covardia, que não cultiva e nunca as usou em qualquer circunstância. Quem pode testemunhar isso é o ex-presidente José Sarney, que jamais duvidou da sua amizade e lealdade.

Estou chegando ao final desse panegírico, sem revelar o que João Alberto, como amigo fraterno e colega de infância, me confidenciou dias atrás. 1) Não disputou as eleições de 2018 para, como bom pai, não prejudicar a reeleição do filho, João Marcelo à Câmara dos Deputados; 2) Em 2020, voltará às ruas de Bacabal para ser candidato a vereador; 3) Se eleito, quem sabe, recomeçará a sua gloriosa vida política.

BASE DE ALCÂNTARA

As Forças Armadas, na sua grande maioria, manifestaram-se contra a proposta do presidente Bolsonaro de instalar no território nacional uma base militar dos Estados Unidos.

Se isso acontecesse, poderia prejudicar as negociações com os americanos, que se mostram bastante interessados na Base de Alcântara.

SLOGAN DE GOVERNOS

Das sugestões apresentadas ao Presidente Bolsonaro, no tocante ao slogan de seu Governo, optou pelo “Pátria Amada Brasil”, expressão extraída do Hino Nacional.

No Maranhão, há quem pense também em criar um slogan para o Governo do Estado, que poderá ser sacado do Hino Maranhense: “Maranhão, Berço de Heróis.”

SUCESSOR OU SUCESSORA

Do discurso do governador Flávio Dino, na solenidade de sua posse, para cumprir o segundo mandato, extraio essa pérola política.

“Minhas mãos e minha ficha continuam cem por cento limpas e assim estarão quando eu entregar o Estado para o meu sucessor ou sucessora.”

Significa dizer que uma mulher poderá substituí-lo. Falta só combinar com o povo

QUEBRA DE PROTOCOLO

Em Brasília e São Luís, na solenidade de posse do Presidente Jair Bolsonaro e do governador Flávio Dino, a quebra do protocolo foram visíveis.

No Palácio do Planalto, quem se encarregou de passar por cima do ritual, foi a esposa do novo chefe de Governo, que fez um discurso em libras.

No Palácio dos Leões, o protocolo foi quebrado pela primeira vez, com a faixa de governador passando pelas mãos de várias pessoas.

PRESENTE DE NATAL

Quem, em 2018, recebeu o maior presente de Natal foi o empresário Mauro Fecury.

Ao apagar das luzes do ano velho, veio a informação oficial de Brasília de que o Ministério da Educação autorizara o funcionamento do curso de Medicina na capital da República.

Com o curso de Medicina em Brasília, sobe para quatro o número de cidades onde o Grupo Fecury prepara profissionais da saúde para prestar bons serviços à sociedade: São Luís, Imperatriz e Belém.

KÁTIA EMPLACOU NOVAMENTE

O País inteiro pediu e o presidente da República, Jair Bolsonaro, nomeou Kátia Bogéa para continuar à frente do IPHAN.

Quando eu disse o País, significa que valeu também o pedido especial do ex-presidente José Sarney, que chegou ao Palácio do Planalto através da sua numerosa legião de amigos.

A presença de Kátia no IPHAN é a certeza de que o nosso patrimônio histórico e artístico não será esquecido, a despeito de vozes isoladas.

DIFÍCIL RELACIONAMENTO

Na entrevista concedida à Folha de São Paulo, o governador Flávio Dino não deu sinal de que deseja uma aproximação com o Presidente Jair Bolsonaro.

Ao contrário disso, reafirma a sua posição de distanciamento do Palácio do Planalto e espera ter com o novo chefe da Nação o mesmo relacionamento que teve com o ex-presidente Michel Temer: institucional e normal.

Como Bolsonaro não é Temer, o tempo dirá se acatou a sugestão do governado maranhense de manter esse tipo de relação.

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PRESIDENTES QUE PASSARAM EM MINHA VIDA

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De 1938, quando eu vim ao mundo aos dias correntes, nada menos do que dezenove presidentes, assumiram por via legal ou por caminhos nada democráticos, o posto mais alto e mais importante do regime republicano brasileiro.

Nos meus tempos de criança, de 1938 a 1945, o Brasil foi governado por Getúlio Vargas, que se aboletou no poder e instalou o Estado Novo, que durou quinze anos. Com o fim da ditadura varguista, vieram as eleições para a escolha dos governantes do País, sendo eleito o general Eurico Gaspar Dutra, para o mandato de 1946 a 1950. Naquelas eleições, eu, por ser menor de idade, não participei do processo eleitoral, o que aconteceu, também, no pleito seguinte, o de 1950, com o retorno de Getúlio ao poder, por via democrática, mas sem concluir o mandato porque suicida-se em agosto de 1954.

No pleito de 1955, com 17 anos, mais uma vez, fiquei longe do processo sucessório por exigência da lei, que determinava a idade de 18 anos ao direito do voto, razão porque não sufraguei o nome do melhor presidente do Brasil de todos os tempos: Juscelino Kubitscheck de Oliveira, em cujo mandato (1955 a 1960), o País avançou 50 anos em cinco.

Foi na sucessão de JK, na qual concorreram os candidatos Jânio Quadros (UDN), Henrique Teixeira Lott (PSD-PTB) e Ademar de Barros (PSP), que debutei como eleitor, mas as urnas não foram favoráveis ao candidato que recebeu o meu voto: o marechal Henrique Teixeira Lott, derrotado pelo ex-governador de São Paulo, que renunciou ao mandato em agosto de 1961 e levou o País a uma crise institucional, que resultou na mudança da forma de governo, que de presidencialismo virou parlamentarismo e o vice-presidente João Goulart assumiu como Chefe de Estado e não como Chefe de Governo.

Com a deposição de João Goulart, em março de 1964, o Brasil ingressa novamente numa fase de excepcionalidade, com os militares governando ao arrepio da Lei e da Constituição de 1946, esta, diversas vezes alterada para ficarem vinte anos no poder, sob o comando dos generais Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo , eleitos por via indireta e através de um Colégio Eleitoral composto de membros do Congresso Nacional e de representantes das Assembleias Legislativas.

O retorno do País ao regime democrático, em 1985, conduziu os candidatos Tancredo Neves e José Sarney aos cargos de presidente e vice da República. Com a morte de Tancredo Neves, ascende ao poder o vice, José Sarney, que convoca, em 1990, o eleitorado para eleger pelo sufrágio universal, direto e secreto, seus novos dirigentes. Ao final das apurações, o ex-governador de Alagoas, Fernando Collor, é o vencedor, mas sem o meu voto, pois, no primeiro turno, votei no paulista Mário Covas, e, no segundo, em Lula.

Collor não cumpre o mandato inteiro, pois em 1992 é defenestrado do poder por força do impeachement, que culmina na posse do vice, Itamar Franco.

O sucessor de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, vence as eleições de 1994 e de 1998. A ele dei o meu voto para cumprir dois mandatos, nos quais teve bom desempenho administrativo.

Para substituir FHC, se duelaram no pleito de 2002 os candidatos Lula e José Serra, sendo vencedor o representante do PT, que não viu a cor do meu voto, pois sufraguei o candidato do PSDB nos dois turnos.

Na corrida sucessória de 2006, vencida novamente por Lula, cravei o meu voto no candidato derrotado, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckimin.

A popularidade de Lula extrapola no lançamento da candidatura da ex-ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, vencedora das eleições de 2010 e 2014. Mais uma vez o PT não conquista o meu voto, pois em 2010 optei pelo candidato do PSDB, senador José Serra, inapelavelmente derrotado. Na segunda, em 2014, sufraguei, sem vacilar, o nome de outro tucano, senador Aécio Neves, também, repelido nas urnas.

Para coroar a minha aversão ao PT, no pleito recente de 2018, no primeiro turno, votei em Geraldo Alckimin. No segundo, ignorei as candidaturas de Fernando Hadad e Jair Bolsonaro, optando pelo voto em branco, o que aconteceu pela primeira vez na minha vida de cidadão brasileiro.

RECADO PARA O GOVERNADOR

O governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, mandou aos governadores que não apoiaram o candidato Jair Bosolnaro este recado: “Quando se assume o papel de governador depois que a eleição passa, nós temos a responsabilidade de melhorar a vida população, independentemente de quem seja o presidente, para construirmos uma relação constitucional sadia e harmoniosa.”

OS OITENTÕES DA AML

Nada menos que quatro membros da Academia Maranhense de Letras entrarão no clube dos oitentões em 2019.

Alberto Tavares e Milson Coutinho, respectivamente, dias 2 e 9 de março.

Américo Azevedo Neto a 29 de outubro e Carlos Gaspar a 5 de dezembro.

Haja festa.

NOMES ARTÍSTICOS

Segundo os Cartórios de Registro Civil do Estado do Maranhão, os nomes mais escolhidos pelos pais no momento do registro de nascimento de seus filhos, em 2018, foram João Miguel e Enzo Gabriel.

O primeiro, com 663 registros e o segundo com 564.

Foram-se os tempos em que os pais escolhiam os nomes de Benedito, Raimundo, João Batista, José de Ribamar, Antônio, Joana, Maria de Jesus, das Dores, Aparecida, Conceição, Nazaré e outros que tais, de conformidade com os santos do dia.

Hoje, quem inspira os pais, no tocante aos nomes dos filhos, são os atores e as atrizes das novelas globais.

DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

Poucos os prefeitos que este ano pagaram o décimo terceiro salário aos servidores municipais.

Até pouco tempo o 13º salário era pago religiosamente pelo setor público, que com essa remuneração extra, proporcionava aos servidores um final de ano feliz.

De uns tampos para cá, contudo, o 13º só tem servido para atormentar a vida dos funcionários públicos, os quais, à falta de tão importante salário, ficam impedidos de comemorar data festiva e plena de fraternidade.

FÓRMULA SALVADORA

OS sindicatos e as associações que representam o funcionalismo público estadual, já sabem o que fazer nos próximos anos para o governador Flávio Dino pagar antecipadamente o 13º salário e a folha de dezembro.

A partir do mês de julho começarão a veicular pelos meios de comunicação que o Governo do Estado, pelos gastos desnecessários ou desvirtuados, não terá condições de pagar o que é devido aos servidores no final de ano.

BOLSONARO EXALTA SARNEY

Os que não gostam de Sarney ou nutrem por ele animalesca inveja, não vão perdoar o Presidente da República, Jair Bolsonaro, pela maneira afetuosa como cumprimentou o ilustre maranhense, na tarde de sua posse, em dois momentos distintos.

Como se não bastasse, no dia seguinte, em discurso numa solenidade oficial e sem a presença de Sarney, Bolsonaro realçou de maneira eloquente a atuação do ex-presidente da República na condução dos destinos do Brasil.

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