NATAIS NA MINHA TERRA NATAL

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Machado de Assis, o maior escritor brasileiro, em um de seus conhecidos sonetos, referindo-se ao Natal, perguntava: Mudei eu ou mudou o Natal?

Quando se aproxima o período natalino, a pergunta machadiana me remete para a terra onde nasci, vivi a minha infância e desfrutei da adolescência.

Trata-se de uma época em que o Natal não tinha a pompa dos dias correntes e nem era comemorado para satisfazer um consumismo desenfreado e imposto pela sociedade capitalista, que transformou a maior festa da cristandade em farra gastronômica e troca-troca de presentes.

 Se atualmente o sentimento material preside as festas natalinas, no passado, o sentido da espiritualidade reinava como princípio básico do evento.

ORNAMENTAÇÃO NATALINA

Nos dias que precediam ao Natal, os itapecuruenses não se preocupavam com a ornamentação feérica de suas residências, até porque a cidade ainda não estava servida por iluminação elétrica.

A comunidade só pensava no cumprimento de uma tradição que se arrastava ao longo do tempo: a instalação de presépios, com as imagens representativas dos participantes da chegada de Cristo no mundo.

Os presépios transformavam-se em atrações e os que se encarregavam de fazê-los não se descuidavam de ornamentá-los com as figuras da liturgia católica.

 Na manjedoura, confeccionada à base de palhinha e de plantas campestres, o Menino Deus ganhava posição de realce na companhia contemplativa da Virgem Maria, de São José, dos Reis Magos – Gaspar, Belchior e Baltazar, de anjos e pequenos animais domésticos.

Pontificavam na cidade presépios de todos os tamanhos e estilos. Uns, mais arrumados e decorados; outros, mais humildes e simples, como a maioria da população.

PRESÉPIOS VISITADOS

Lembro que os presépios mais visitados podiam ser vistos na nave da igreja-matriz de Nossa Senhora das Dores e na casa de Raimundo Coelho, mais conhecido por Mundico Rifiri, residente na Rua do Mocambo, atualmente Paulo Bogéa.

O presépio da igreja, cuidadosamente preparado pelas devotas das irmandades religiosas, por ficar dentro do templo católico, era bem visitado pelas famílias, que faziam questão de levar os filhos para saber como Jesus Cristo veio ao mundo.

O presépio montado por Mundico Rifiri se apresentava bem cuidado e sob os caprichos do próprio dono da casa, que tinha o prazer de mostrá-lo a todos que desejassem visitá-lo e em obediência a um ritual que acontecia todas as noites.

Naquela casa, as famílias e os curiosos se acotovelavam para admirar a criatividade do anfitrião e também participar das ladainhas, entoadas sob fervorosas preces e cânticos religiosos. 

Os presépios só se desmontavam na noite de 6 de janeiro, no dia consagrado aos Reis Magos, quando havia a queima das palhinhas. Mundico Rifiri, como dono da casa e do presépio, nessa noite, recebia os convidados com festas e pompas e aos mesmos oferecia doces e bebidas não alcoólicas, ao som da banda musical, que tocava para o deleite dos presentes.

OS AUTOS NATALINOS

Outra atração também marcante nos dias que antecediam ao Natal eram as apresentações teatrais – os autos, que versavam sobre o nascimento do Menino Jesus, realizados no quintal do velho Tinoco, onde num ambiente devidamente preparado, os protagonistas, geralmente crianças, vestidas a caráter, exibiam seus dotes artísticos.

As apresentações eram ensaiadas pelas filhas do dono da casa, Zainha e Dorinha. Um dos garotos que participava dos espetáculos, era o meu amigo de infância, Júlio Araújo, mais conhecido por Belisca, um dos melhores jogadores de futebol de minha terra.

A MISSA DO GALO

Com relação à noite de Natal, o ponto alto se dava com a celebração solene da Missa do Galo, que começava rigorosamente à meia-noite e ministrada pelos padres da época: Alfredo Bacelar, Alteredo Soeiro e José Albino Campos.

Praticamente toda a população comparecia ao ofício religioso, para reverenciar e louvar o nascimento do Filho de Deus. Terminada a missa, os meus conterrâneos, antes de retornarem às suas casas, aglomeravam-se em frente à igreja para se abraçarem fraternalmente, como rezava a tradição cristã.

Poucas famílias, geralmente as mais dotadas de recursos financeiros, se davam ao luxo de promover ceias, que não lembram em nada das atuais e extravagantes.

Caracterizavam-se pela frugalidade, até porque careciam de produtos sofisticados e exportados, encontrados, tempos depois, em abundância, nos estabelecimentos comerciais de São Luís. Pratos à base de camarão, carne suína, capão ou peru, eram servidos e consumidos para festejar a data maior da cristandade.

O ROUBO NATALINO

Por falar em aves, não posso esquecer de uma prática que dominava a cidade na noite de Natal. Após a Missa do Galo, o ato de roubar galinhas dos quintais dos incautos. O roubo, infalivelmente executado por figuras masculinas, era praticado com espírito de pura aventura.

Após a apropriação indevida das “criações”, assim chamadas porque criadas em quintais, recebiam um tratamento culinário, para serem devoradas pelos autores do “crime”, convidados e apreciadores do desonesto ato. No dia seguinte, a população sabia os nomes dos “ladrões”, mas ninguém os denunciava à polícia.

Os irmãos, João Boca de Bilha e Zé Fininho, nessa arte de surrupiar galináceos, na noite de Natal, eram imbatíveis.

PRESENTES NATALINOS

No tocante aos presentes natalinos, só os filhos das famílias mais bem dotadas financeiramente tinham o privilégio de recebê-los. Não eram brinquedos sofisticados, como os atuais, pois o comércio de Itapecuru não vendia artigos dessa natureza.

Os brinquedos eram colocados debaixo das redes onde dormiam as crianças. Lembro-me da minha ansiedade e de meus irmãos para descobrirmos ao acordar o que Papai Noel nos trouxera.

Eu, tinha um irmão que, às noites, tinha o costume de acordar várias vezes para urinar e depositar o líquido nos chamados penicos ou urinóis.

Numa noite de Natal, ele, estava tão angustiado para saber o que ganharia de presente, que urinou na rede e a urina caiu toda sobre o que Papai Noel lhe trouxera.

Quando acordou, além do vexame, só não passou o dia triste e revoltado, porque havia um presente sobrando, o qual Papai Noel deu um jeito de chegar às suas mãos.     

O troca-troca de presente entre adultos não existia. Veio anos depois por imposição do marketing empresarial, que inventou essas brincadeiras, largamente conhecidas por “amigos ocultos” ou “amigos secretos”, para incrementarem o faturamento da indústria e do comércio.

O MEU PAPAI NOEL

O meu pai, Abdala Buzar, próspero comerciante em Itapecuru, era visceralmente um homem que gostava de brincar e de se divertir em dois eventos: carnaval e natal.

Era seu costume, nessas oportunidades festivas, sair às ruas e visitar os amigos, com roupas adequadas. Com o bom humor que Deus lhe deu, proporcionava à cidade momentos de alegria e descontração.

Na foto, ele, vestido de Papai Noel, ao lado do irmão José Buzar e da filha Lélia, participando de uma festa natalina no Social Itapecuru Clube, nos anos 1960.    

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CAMILA: A EXEMPLAR PRIMEIRA-DAMA

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A menos de quinze dias, São Luís estará sob o comando de um novo prefeito, Eduardo Braid, que derrotou, no segundo turno das eleições de novembro recente, o aguerrido opositor Duarte Júnior.

Eduardo Braid receberá o cargo de gestor de Edvaldo Holanda Júnior, que cumpriu oito anos de mandato, vencendo as eleições de 2012, derrotando João Castelo no segundo turno, e suplantando Eduardo Braid, em 2016, no segundo turno.

 Edvaldo Holanda deixará o Palácio La Ravardière, em lua de mel com a população de São Luís, pelo excelente trabalho, sobretudo no segundo mandato, quando executou ações importantes e iniciativas oportunas, como há tempos não se viam e destinadas à modernização e à recuperação urbanística da cidade.

Antes de Edvaldo, só um prefeito teve o desassombro de fazer uma administração voltada para melhorar o cenário urbanístico da capital: Mauro Fecury, que construiu dezenas de colégios, postos de saúde, inúmeras praças, abriu e duplicou avenidas e promoveu loteamentos que deram origem a vários bairros na periferia.  

Voltemos a Edvaldo Holanda, que, além de empreender um notável trabalho nas áreas urbana e rural, com a construção de novas praças, recuperou as tradicionais e abandonadas praças, reformou mercados e feiras, construiu e remodelou colégios e postos de saúde, asfaltou ruas e avenidas do centro e dos bairros,  sem que se tenha visto ou ouvido qualquer acusação ou denúncia contra ele, de realizar tantas obras em São Luís sem desviar verbas ou se apropriar de recursos públicos.

Edivaldo ainda teve o mérito de não se envolver no processo da sua sucessão. Sendo um político correto e avesso às maquinações espúrias e comuns nas fases pré-eleitorais, não apoiou ninguém e limitou-se a ver a banda passar.

O prefeito que ora termina o mandato, outorgado democraticamente pelo povo de São Luís, além de seu notável e eficiente desempenho administrativo, contou com uma figura feminina, a esposa, Camila Holanda, que sempre esteve ao seu lado nos lançamentos, visitas e inaugurações de obras, quando mostrava, com sorriso singelo e simpatia contagiante, a total solidariedade ao marido e gestor.

Camila, conquistou a cidade de ponta a ponta pela maneira discreta como se comportou no exercício do mandato do homem que escolheu para companheiro e pai de seus filhos, sem  se imiscuir na sua administração, a não ser nos momentos em que ele, como homem público, precisava tê-la ao seu lado, para enfrentar as tarefas diárias e desafiadoras impostas pelo cargo.

Como primeira dama da cidade, brilhou pela marcante presença em atos que exigiam a sua participação como esposa, sem exercer nenhuma função burocrática.

A presença de Camila nas inaugurações e nas ações que levaram o marido a ser considerado um dos melhores prefeito de São Luís, fazia com que os eventos ocorressem e fluíssem com leveza, sobriedade e dignidade.

Que o seu exemplo sirva de exemplo para as que vierem a sucedê-la. Aqui e alhures.       

DE MAIS E DE MENOS

O que o governador Flávio Dino tem de mais e o Presidente da República, Jair Bolsonaro, de menos: oratória fácil, cultura geral, dicção perfeita, vernáculo rico, serenidade e versatilidade.

 NOTA ZERO

O político de Chapadinha, Magno Bacelar, ficou conhecido por Nota Dez, pelos êxitos alcançados na vida pública como gestor municipal e deputado estadual.

Nas recentes eleições, para a prefeitura de Chapadinha, perdeu feio para uma candidata paradoxalmente chamada de Belezinha.

Com a derrota, Magno Bacelar, mudou de Nota Dez para Nota Zero. 

TROCA DE PARTIDO

Muita gente admira o governador Flávio Dino pela sua cultura, mas não o tolera por ser membro do PC do B.

Agora, que está de malas e bagagens para trocar o PC do B pelo PSB, há possibilidade da sua popularidade melhorar, pois ser socialista é mais palatável do que comunista.    

O ACADÊMICO TYRONE

O desembargador Tyrone Silva, que preside o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, recebeu em sua terra natal especial homenagem.

Foi eleito membro da Academia Vargemgrandense de Ciências, Letras e Artes.

AS BELAS DELEGADAS

Antigamente, as delegacias de polícia do Maranhão eram chefiadas por homens, geralmente policiais militares e indicados por políticos.

Depois que a legislação exigiu concurso para o exercício do cargo de delegado de polícia e a exigência de nível superior, melhorou substancialmente o quadro de profissionais dedicados a essa profissão.

Em São Luís, as delegacias policiais, atualmente, em sua grande maioria, são ocupadas por figuras do sexo feminino e portadoras de beleza e competência.

MÃOS LAVADAS

Faço minhas as palavras do brilhante escritor Zuenir Ventura: – Só agora, como octogenário, aprendi a lavar as mãos corretamente, ou seja, passando a empregar água e sabão na palma, no dorso, entre os dedos, unhas e até o punho.

MANDATO FAMILIAR

A família Soeiro está representada na Câmara Municipal de São Luís pela terceira geração.

Nas eleições de 1996, o radialista Albino Soeiro elegeu-se vereador e cumpriu o mandato durante quatro legislaturas.

Por motivo de saúde, nas eleições de 2012, indicou a esposa Bárbara, que exerceu os mandatos em duas legislaturas.

No pleito deste ano, a vereadora Bárbara, cansada das atribuições parlamentares, lançou o filho Otávio candidato a vereador e o garoto se elegeu sem maiores dificuldades, mantendo a tradição vitoriosa da família Soeiro.      

PROCURADOR DA PREFEITURA

Mais uma boa e feliz escolha do futuro prefeito Eduardo Braid: para comandar a Procuradoria Geral do Município de São Luís, convidou o brilhante advogado Bruno Duailibe, que teve desempenho exemplar como membro do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão.

COVID ATACA HAICKEL

Apesar de todos os cuidados, o acadêmico Joaquim Haickel, foi atacado de maneira traiçoeira pelo Covid 19.

Ele não está internado em hospital. Tenta se livrar do vírus por meio de tratamento doméstico.    

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EWERTON E MARANHÃOZINHO: EIS A TRISTE OPÇÃO

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 As eleições municipais deste ano, do ponto de vista do futuro do Maranhão, foram as mais desastrosas e catastróficas, desde a redemocratização do País, em 1945.

Não me refiro do resultado das disputas entre prefeitos e vereadores eleitos, até porque pela relação dos candidatos registrados na Justiça Eleitoral, sabia-se que, excetuando-se poucos nomes, a grande maioria se constituía de despreparados, pilantras, viciados e corruptos. 

O que inquieta e preocupa são os políticos que saíram fortalecidos nas eleições de 2020 e, por causa disso, estão sendo citados como potencialmente cotados à sucessão do governador Flávio Dino: o senador Weverton Rocha e o deputado federal, Josimar Maranhãozinho.

Esses parlamentares, que representam tristemente o Maranhão no Congresso Nacional, comenta-se que gastaram fortunas incalculáveis de recursos, nas recentes eleições às prefeituras e câmaras municipais, para se credenciarem como fortes candidatos ao Palácio dos Leões, para  sucederem o governador Flávio Dino, que corre o risco de transferir o poder para figuras humanas inidôneas.     

Um dilema terrível povoará a cabeça do povo de nossa terra, nas eleições de 2022, quando tiver de decidir nas urnas o político que nos governará no próximo quadriênio, se forem os que se anunciam como fortes e imbatíveis.

O Maranhão não merece, depois de ver tantos homens ilustres e sem nódoas na vida moral e política, no comando do Governo do Estado, do nível de Archer da Silva, Eugênio Barros, Matos Carvalho, Newton Bello, José Sarney, Antônio Dino, Pedro Neiva de Santana, Nunes Freire, João Castelo, Ivar Saldanha, João Alberto, Edson Lobão, Ribamar Fiquene, Roseana Sarney, José Reinaldo Tavares, Jackson Lago e Flávio Dino, assistir a chegada ao Palácio dos Leões de pessoas sem expressão e que trazem no currículo a marca de donos de uma máquina política viciada e degradante.

A esperança do povo maranhense é de que o vice-governador Carlos Brandão saia da toca e se imponha com uma alternativa viável para suceder a Flávio Dino, que, também, precisa entrar em campo, para impedir o Governo do Estado de cair no colo de gente incompetente e que deseja o poder para se locupletar.

Em tempo: já disse e repito. Se um dos políticos citados acima subirem as escadas do Palácio dos Leões em 2023, como dizia o poeta Manoel Bandeira: – Vou embora para Paságarda, pois lá sou amigo do rei.

RETORNO DE GASTÃO

É questão de tempo, o retorno de Gastão Vieira às atividades na Câmara dos Deputados.

O governador Flávio Dino já o avisou que precisa de seu trabalho no Congresso Nacional, onde, como parlamentar, sempre teve boa atuação.

Gastão deverá substituir Rubem Júnior ou Márcio Jerry, que voltarão a ocupar cargos no primeiro escalão do governo.

PREFEITO DE ARAME

Muita gente não entende porque o engenheiro Pedro Fernandes, disputou a eleição para uma prefeitura da expressão de Arame.

Depois de eleito, sabe-se o motivo de tão inusitada decisão: Pedro Fernandes, bom técnico e     excelente parlamentar, é dono de propriedades rurais em Arame, todas produtivas, super valorizadas e compradas legalmente.

CARTA DE FLÁVIO

Além de inscrever-se como candidato à vaga do filho, Sálvio Dino, na Academia Maranhense de Letras, Flávio Dino enviou carta aos acadêmicos, nas quais mostra a vontade de fazer parte da instituição que honra as tradições de cultura e do  desejo de nela ingressar para aprender com os que ao longo de décadas, tem emprestado seus talentos ao Maranhão.   

Na epístola, disse que nas estradas existências nas quais caminhou sempre combinou a leitura, a escrita e a ação política.

Para a Cadeira, 32, que era ocupada por Sálvio Dino, estão também inscritos José Rossini Corrêa, Antônio Guimarães de Oliveira, José Carlos Sanches e José Eulálio Figueiredo.

AZZOLINE NA FAZENDA

O prefeito eleito de São Luís, Eduardo Braid, começou de maneira acertada a convidar os que vão ajudá-lo a administrar a capital maranhense.

Para a Secretaria da Fazenda, a indicação do economista José de Jesus Azzoline foi recebida com aplausos.

Trata-se de um técnico sério, competente e experiente, qualidades já demonstradas nos cargos ocupados na administração pública e na atividade privada. 

JOGOS AMIGOS

Se não tivéssemos vivendo tempos tenebrosos, por causa da infeliz pandemia do covid-19, no dia de hoje, Mauro Fecury abriria as portas do CEUMA, para receber os amigos do passado e do presente, para um evento festivo.

Este ano, seria o trigésimo que Mauro promoveria ininterruptamente, os amigos para se reencontrarem e matar as saudades de tempos idos e vividos.  

Em 2021, que não será um ano trágico, certamente, Mauro Fecury, estará de braços abertos à espera novamente dos amigos para celebrar dias venturosos que nos aguardam.

AVISO AOS NAVEGANTES

Por favor, não convidem para sentar na mesma mesa o governador Flávio Dino e o senador Weverton Rocha.

CONVITE A MAX

Desde os tempos de deputados estaduais, Eduardo Braid e Max Barros formalizaram sólida e fraterna amizade.

Por conta disso, Braid esperava que Max não recusaria o convite para fazer parte de sua equipe administrativa.

Ledo engano. Max aceitou apenas presidir a equipe de transição.                      

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REFLEXÕES ALEATÓRIAS SOBRE AS ELEIÇÕES DE 2020 EM SÃO LUÍS

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A partir de 1992, a legislação eleitoral estabeleceu que nos municípios com mais 200 mil eleitores, no caso de nenhum candidato obter a maioria absoluta da votação no primeiro turno, ou seja, a metade mais um dos sufrágios, haverá um segundo turno, entre os dois mais votados.

De 1992 a 2020, São Luís é a única cidade maranhense em que se realizaram eleições em dois turnos. Dos oito pleitos processados, só dois candidatos conseguiram vencer no primeiro turno, por maioria absoluta de votos: Jackson Lago, em 2000, e Tadeu Palácio, em 2004.

Nas eleições, deste ano, mais uma vez, o pleito foi decidido no segundo turno, entre os dois candidatos mais votados no primeiro turno: Eduardo Braid e Duarte Júnior.

Convém lembrar que Braid, em 2016, disputou e perdeu o segundo turno para o atual prefeito Edvaldo Holanda Júnior.

O GRUPO DO GOVERNADOR

Para enfrentar o deputado Eduardo Braid, que não reza na sua cartilha, o governador Flávio Dino pensava que poderia vencê-lo, no primeiro turno,  por um dos quatro candidatos de sua base política:  Rubem Júnior, Duarte Júnior, Neto Evangelista e Bira do Pindaré, deputados e ocupantes de cargos no primeiro escalão do atual governo.

O que melhor desempenho apresentou no primeiro turno, Duarte Júnior, não era o preferido do governador para enfrentar Braid no segundo turno. As fichas de Flávio no primeiro turno foram todas jogadas em Rubem Júnior, que, dos quatro, obteve a pior performance.

DUARTE SURPREENDE

Com uma atuação notável no primeiro turno, graças ao seu espírito de luta e de sua indomável coragem, que muitas vezes, ultrapassa os limites da tolerância política, Duarte obrigou Flávio Dino a arregaçar as mangas e assumi-lo como o seu candidato, para enfrentar e vencer Braid, façanha não materializada, pois não contou, como esperava, com os candidatos derrotados do seu grupo, que se omitiram ou fizeram corpo mole, por causa da antipatia devotada a Duarte.

O DESEMPENHO DE NETO EVANGELISTA

O único membro do governo de Flávio Dino, que teve atuação destacada e desassombrada no segundo turno da eleição, o deputado Neto Evangelista, que, como um leão, entregou-se de corpo e alma à campanha de Eduardo Braid, ao qual deve ter transferido boa parte da votação conquistada no primeiro turno.

Neto Evangelista foi peça fundamental na vitória de Braid, no segundo turno. Com a sua garra e simpatia, participou decididamente das caminhadas, carreatas e comícios, como se fosse o próprio candidato.       

Se há alguém que Braid deve e muito pela retumbante vitória nas eleições de 2020, esse cara é Neto Evangelista e que tem tudo para se impor como uma nova liderança dessa nova geração política.

ACERTOS E ERROS DE DUARTE  

Duarte Junior teve audácia e competência para se fazer candidato à prefeitura de São Luís, ultrapassando obstáculos e hostilidades do grupo político a que pertence, que não o vê com bons olhos.

Essa aversão a Duarte, se evidencia no plenário da Assembleia Legislativa, onde a sua figura humana e política, é repudiada pelos deputados estaduais, que o criticam em função de sua arrebatada personalidade e do seu impulsivo comportamento, aliás, expostas de maneira visível nos programas e entrevistas pelos meios de comunicação social, nos quais procurava descontruir de modo agressivo os adversários e seus familiares, fato que não o beneficiou eleitoralmente, ao contrário, contribuiu para desgastá-lo.

A AUSÊNCIA DE EDIVALDO DA SUCESSÃO

Quando da realização do primeiro turno das eleições municipais de São Luís, foi fartamente divulgado que o prefeito Edivaldo Holanda Junior se omitiria do processo eleitoral, resguardando-se para participar do segundo turno.

Os que imaginavam que o alcaide optasse por um dos candidatos no segundo turno, equivocaram-se redondamente, pois, Edivaldo sumiu por completo da campanha, mostrando o seu desinteresse pelo resultado do pleito e quem o sucederia no Palácio La Ravardiére, com a responsabilidade de dar continuidade ao bom trabalho que realiza na cidade, principalmente na segunda gestão.

Quem priva da amizade do prefeito, sabe que ele se omitiu da campanha para não entrar em choque com o governador Flávio Dino, que apoiava Duarte Júnior, candidato pelo qual não dispensa nenhuma simpatia.

A torcida do atual prefeito era por Eduardo Braid, no qual votou silenciosa e tranquilamente.

UMA CAMPANHA DE PROMESSAS

Eu sou, com muita honra, eleitor da terra onde nasci e pela qual tenho mórbida paixão: Itapecuru. Mas como vivo e moro em São Luís, acompanho com desusado interesse as eleições aqui transcorridas.

Quero com isso dizer que, das eleições municipais travadas em São Luís, de 1992 a 2020, nunca vi e ouvi tantas promessas mirabolantes, demagógicas e irresponsáveis dos candidatos à sucessão de Edivaldo Holanda.

Neste ano, os candidatos, sem exceção, no primeiro e no segundo turno, sem dó e piedade do eleitor, nos debates e entrevistas pelas emissoras de rádio e televisão, prometeram realizar coisas impossíveis, como se o Brasil não estivesse atravessando uma crise sem precedentes, provocada por uma pandemia, que afetou de modo brutal o sistema produtivo e terá uma brutal repercussão, nos próximos anos, nas transferências federais aos estados e municípios.

Outro problema, que observei com a devida atenção: nenhum candidato teve a preocupação de dar uma olhada no orçamento da prefeitura de São Luís, para saber através daquela carta de intenção, a disponibilidade de recursos para aplicar em diferentes setores da municipalidade.

Para os candidatos, não vale ver orçamento na campanha. Essa tarefa é para depois da posse e quando, no exercício do cargo, se defrontarem com uma realidade inimaginável.

Aí vem a frustração e o desespero, face à carência de recursos, pois os cofres da prefeitura não dispõem de lastro financeiro suficiente para o cumprimento das promessas descabidas e levianas.

MORTOS E VIVOS

Terminadas as eleições, que o candidato eleito se lembre daquela máxima do Marquês de Pombal, quando do terremoto que arrasou Lisboa em 1755: – Que se enterrem os mortos e cuidemos dos vivos.                     

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