CARNAVAL SEM POVO

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O Governo do Estado e a Prefeitura de São Luis que agora trabalham em parceria, estão cientes de que o carnaval deste ano não conseguiu botar o povo nas ruas.

Quando Roseana Sarney assumiu o governo, no seu primeiro mandato, era este o quadro do carnaval de São Luis e foi em cima disso que ela mobilizou recursos, arregimentou artistas e organizou uma programação  bem elaborada, capaz de atrair novamente os foliões e fazer o povo voltar às ruas da cidade.

Se no ano que vem não se fizer uma programação cuidadosa e identificada com a alma carnavalesca da cidade, teremos novamente um carnaval desfigurado, desanimado e sem vibração popular.

SEM CRIATIVIDADE

Dentre tantos pecados cometidos este ano pelos organizadores do carnaval de São Luis, um sobreleva: a pobre ornamentação de rua.

Se no natal passado, a prefeitura caprichou e enfeitou de luzes e adereços as principais ruas e praças da cidade, a decoração do carnaval, pela carência de tudo, em vez de alegrar o povo, teve o efeito contrário.

Aquelas figuras grotescas fixadas nos postes, lembravam mais caranguejos do que fofões. Pela falta de criatividade, melhor seria que a cidade ficasse sem decoração.

NO SAMBÓDROMO

Num camarote estrategicamente bem localizado, um grupo maranhense foi visto no Sambódromo, na segunda-feira de carnaval.

Do grupo faziam parte, Ana Lúcia e Mauro Fecury, Bete e Fábio Braga, Sandra e Fortunato Bandeira e Genoveva e Luis Raimundo Azevedo.

Para os maranhenses, a noitada só não foi mais alegre e divertida, porque o Salgueiro, escola de samba pela qual torciam, perdeu o primeiro lugar para a Beija-Flor.

EUTANÁSIA DO AGENOR

A cada ano, o bloco “Amigos do Agenor”, que já foi um dos mais animados e criativos do carnaval de São Luis, perde mais adeptos e fica mais sem alma.

Este ano, por exemplo, o bloco foi às ruas com pouca gente e as fantasias sem a criatividade de outrora.

Para salvar o “Amigos do Agenor”, a velha guarda, que comanda a brincadeira, só precisa liberar a participação feminina no bloco, ano que vem.

BICUDO, O JULGADOR

Quem assistiu a transmissão, pela TV Globo, do julgamento do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, observou a presença na comissão julgadora de uma figura bem conhecida no meio artístico maranhense.

Fernando Bicudo, que, no governo Lobão, dirigiu o Teatro Artur Azevedo.

Ele foi o julgador do quesito enredo, tema que domina como produtor cultural.

CAMISA DA MANGUEIRA

O engenheiro Nelson Almada Lima é um dos mais animados carnavalescos de São Luis.

Participa do bloco Amigos do Agenor, da Flor do Samba e de outras brincadeiras daqui e de Caxias.

Por ser torcedor fanático da Mangueira, a diretoria da escola mandou a ele um presente de dar inveja: uma camisa da verde e rosa.

PRORROGAÇÃO DE PRAZO

Turíbio Santos foi eleito em 2014 para ocupar o lugar do poeta José Chagas na Academia Maranhense de Letras.

Dias antes de encerrar o prazo de sua posse, tomou uma providência prevista no Regimento Interno da Casa de Antônio Lobo.

Pediu ao presidente Benedito Buzar a prorrogação de mais seis meses, tempo que espera vir a São Luis para tomar posse na cadeira nº  28.

PERDAS IRREPARÁVEIS

Na semana passada, dois ilustres maranhenses deixaram para sempre o convívio dos familiares e amigos.

O advogado José Mário Santos e o oficial do Exército, Otávio Augusto Fernandes.

O primeiro, depois de bom tempo radicado em Brasília, retornara a São Luis, onde fixou residência, em companhia da esposa Cleide.

O segundo, casado com Zélia, residia no Rio de Janeiro.

VIDA DE ALEMÃO

O professor Leopoldo Gil, membro da Academia Ludovicense de Letras,  começou a fazer entrevistas e recolher depoimentos e documentos sobre Cláudio Vaz dos Santos (Alemão).

Finalidade: escrever um livro sobre a vida de um dos homens que mais batalhou pela causa do esporte maranhense.

Cláudio Alemão, desde jovem foi um incansável esportista e dedicou-se ao soerguimento das mais diversas atividades do esporte amador, pelo qual contribuiu para hoje o Maranhão ter o reconhecimento nacional.

RECUSOU A CAIXA

Partiu do Palácio do Planalto o primeiro convite para Gastão Vieira fazer parte da estrutura do Governo federal.

A ele foi oferecido o cargo de vice-presidente da Caixa Econômica Federal.

Gastão recusou porque o cargo não se compatibiliza com a sua formação profissional e política.

AVISO DO MINISTRO

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, antes do carnaval, mandou um aviso bem apimentado aos novos governadores e prefeitos.

O Ministério da Fazenda não dará sinal verde para os governos estaduais e municipais se endividarem.

Quem quiser enfrentar a crise que vive o país que procure criar mecanismos específicos e cortas gastos.

 

 

 

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JOSÉ CHAGAS E O SARNEIZISMO

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Hoje, tenho o imenso prazer de ceder este espaço ao grande poeta e jornalista José Chagas, do qual transcrevo uma crônica de sua brilhante autoria, intitulada “Receita para extinguir o sarneizismo”.

Nela, Chagas, com a autoridade de notável escritor e observador dos fatos políticos, trata um assunto que ontem como hoje está em pauta: a tentativa de banir José Sarney da vida pública e de toldar a sua imagem política.

A crônica foi publicada neste jornal no dia 28 de agosto de 2006, portanto, há 9 anos, e continua uma atualidade incontestável.  Vejamos, pois. Quando se afirma, como li, outro dia, num jornal, que “em 40 anos de domínio político a oligarquia Sarney impôs ao Maranhão um legado de miséria e dor que quase não encontra paralelo na história das administrações públicas”, temos aí uma declaração que é também a clara confissão de quem subconscientemente fala em nome de um conjunto de culpados, ele mesmo incluído nisso, pois ninguém atualmente no Maranhão, entre governistas e supostos oposicionistas, gregos ou troianos, atenienses e jamaicanos, está fora do contexto sarneizista. Mostrarei como nisso não há exceção.

E cabe perguntar: quem são os que compuseram e ainda compõem essa tão malsinada oligarquia Sarney? Quem são eles? Haverá no Maranhão quem não saiba? São os mesmos que estão cuspindo nos pratos do lauto banquete oligárquico em que se refestelaram, durante os quarenta anos, agora tidos por eles como trágicos. A oligarquia não foi feita e mantida senão por esses infiéis elementos que dela se beneficiaram e agora maldizem, sem perceber que estão maldizendo-se a si mesmos.

Veja-se aquele que é hoje apresentado como o grande “líder” do grupo: – é a maior cria do Sarney, o mau filho político, a quem ele deu todas as condições de ser o que, por sinal, acabou não sabendo. E só se sabe dele hoje por causa da oligarquia. Veja-se outro que é também produzido pela oligarquia ou salvo por ela, e de tal forma que chegou mesmo a ser unha e carne com Sarney. Veja-se mais um que tem suas raízes no início da oligarquia e com a particularidade de tanto ser criado por ela como de ter ajudado na sua criação. Vivos e mortos se incluem nela. E há os que maculam a memória sarneizista de seus ancestrais, esquecidos de que são subprodutos da oligarquia.

Veja-se os que são oposicionistas (já mostrei que o Maranhão nunca teve oposicionistas) e que indiretamente, por meio de seu jogo dúbio, foram se contemplando com as benesses oligárquicas, pois a importância de Sarney politicamente é de tal monta que se torna benéfica tanto aos que estão do seu lado como aos que se dizem contra. Todos tiram partido dela, de um modo ou de outro. Todos devem a ela.

Há um oposicionista que muito habilmente sabe se apor, a ponto de, quando foi conveniente, andar politicamente de mãos dadas com Roseana, e até comemorou juntamente com os sarneys um aniversário da oligarquia. Agora diz que quer o Maranhão liberto, mas liberto naturalmente dele mesmo, como eu já disse, noutro artigo, pois que é parte complementar, queira ou não, da oligarquia que só hoje condena.

Outro, também, oposicionista, persiste graças à oligarquia, porque viveu alimentando-se da raiva que teve dela, sem nunca ser mais do que um raivoso, mas raiva que parece a mesma força, porque ele é hoje visto até como governista e em conluio, logo com quem, com aquele que bebeu do leite oligárquico, do começo ao fim de sua carreira política. Esses dois oposicionistas fazem parta da cooperativa de candidatos ao governo, cooperativa lembrada por um político que sempre lutou dentro da oligarquia, às vezes, de fato, contra, mas nunca sem renegá-la.

Ora, se a oligarquia de Sarney foi feita com essa gente toda, então, voltando-se à frase que citei acima, vemos que todos, sem exceção, contribuíram para tal legado de miséria e dor, que se afirma ali. Talvez essa gente tenha vagado durante quarenta anos no deserto, imitando os israelitas bíblicos. Agora querem chegar à terra de Canaã. Sarney abriu caminho para todos eles, mas se perderam dentro do tempo e do espaço e é como se muitos nem soubessem onde estavam. Descobriram-se agora e se negam, espantados de si mesmos, alguns já velhos e cansados, frutos podres do sarneizismo.

Falam desse tempo, como demônios aflitos que de repente descessem os espaços e ignorassem os rastros por onde passaram antes. Devem tudo ao Sarney, mas querem culpá-lo de tudo. E, de fato, Sarney tem a culpa de havê-los criado indistintamente. Eles próprios se tornaram os maiores defeitos de Sarney, que vê agora as criaturas se voltando contra o seu criador. Não atinam para o que fizeram nem para o que fazem e enraivecidos, alucinados, cegos de rancor, diante da projeção de Sarney na política nacional, usam de todos os meios possíveis para destratá-lo, como se com insultos pudessem diminuí-lo. E sendo impossível apagar-lhe o nome na história do Brasil, eles intentam pelos menos apagá-lo nas fachadas de prédios, em nossa cidade, numa espécie de consolo ao impotente ódio de que se acham tomados. Nem sequer percebem que com isso só demonstram a importância de Sarney. Sarney dói neles.

Na verdade, dói-lhes verificar que Sarney é o único entre os quatro ex-presidentes da República ainda vivos, que continua influenciando na política do país, sendo consultado e ouvido, enquanto os outros três estão mais apagados do que vela de aniversário, depois do sopro. Isso, que poderia ser orgulho para nós, eles não perdoam. Mas prosseguem, de qualquer modo, buscando aproveitar-se do sarneizismo, que sempre foi rendoso para eles. Alguns até descobriram que falar mal do Sarney é coisa que hoje dá dinheiro e assim lavam a burra nos jornais e na televisão.

Que se conclui disso? Que para exterminar de uma vez por todas o sarneizismo, como eles querem, (e eu até concordo em que é mesmo necessário), a receita é a seguinte: dar uma varredura geral em tudo, eliminando principalmente toda essa cambada que o Sarney criou em má hora. Em suma: jogar no lixo ou incinera os que só agora querem dar uma de puros, quando são eles os próprios miasmas que infectam o sarneizismo. Sem essa providência higiênica, nada feito. E se permanecerem, continuará ainda o Estado vivendo o sarrneizismo, mesmo sem a presença do Sarney. Eles sabem disso mais do que ninguém. E esse é o seu desespero.

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GOVERNADORES CARNAVALESCOS

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O carnaval de São Luis até a década de 1960 dividia-se em brincadeiras de rua e de salão.

No carnaval de rua, prevaleciam as manifestações populares em suas diversas atrações: corsos, blocos, batucadas, mascarados e fofões.

O carnaval de salão primava pelos bailes nos clubes de primeira e de segunda. Os de primeira realizavam-se no Jaguarema, Lítero Recreativo Português, Cassino Maranhense e Clube dos Sargentos, bem como nas residências particulares – os chamados assaltos. Os de segunda, também denominados bailes de máscaras, faziam grande sucesso na cidade e organizados para atender uma clientela masculina, que buscava programas com mulheres descompromissadas.

Os clubes sociais, freqüentados por associados e convidados da alta e média sociedade, organizavam festas carnavalescas que começavam no réveillon e terminavam no chamado tríduo momesco.

A essas festas carnavalescas, não faltavam os representantes dos setores da iniciativa privada e membros dos poderes públicos.  Aos governadores e prefeitos os clubes destinavam mesas especiais, colocadas em lugares privilegiados. Na chegada deles, a orquestra executava o hino estadual e os foliões paravam de cantar, pular e dançar.

Da redemocratização do país aos dias de hoje, poucos foram os governadores que deixaram de comparecer às festas carnavalescas. Os dois primeiros, Sebastião Archer da Silva e Eugênio Barros parece que não tinham muita afinidade com o Rei Momo.

Tudo leva a crer que foi no governo de Matos Carvalho (1956-1960) que o poder público estadual passou a marcar presença na folia de São Luis. Tudo começou com um grupo de mulheres da alta sociedade – ressaltando-se a primeira dama, Ada Carvalho, que, com a colaboração dos principais clubes sociais, promoveu uma deslumbrante festa carnavalesca no Teatro Artur Azevedo, especialmente decorado por Iêdo Saldanha. A renda do evento destinou-se às obras sociais. O acesso exigia que as mulheres se apresentassem com fantasias finas e os homens com traje a rigor.

O governador Newton Bello também gostava de carnaval. Mas não costumava freqüentar os bailes dos clubes Jaguarema, Lítero e Cassino Maranhense. Geralmente, reservava a noite de terça-feira para comparecer ao Clube dos Sargentos, no bairro do João Paulo, onde, em companhia do secretariado, esbaldava-se até a madrugada de quarta-feira.

Quando José Sarney e Antônio Dino se elegeram governador e vice (1966 a 1970), o Jaguarema passou a ser o clube oficial. Sarney e Dino chegavam ao clube juntos e com os familiares. O vice-governador chamava a atenção dos foliões pelo uso de um chapelão.

Mas foi o sucessor de Sarney, o professor Pedro Neiva que, apesar da idade avançada, marcou época no carnaval. Ele, ao lado da esposa Eney,do filho Jayme e da nora Alberlila, dificilmente perdia um baile de carnaval no Jaguarema. Embora não dançasse, passava a noite fazendo o que gostava: conversar.

Os governadores que vieram a seguir, Nunes Freire, João Castelo e Luiz Rocha, apenas Castelo gostava de carnaval, por isso, na temporada momesca, dividia-se entre São Luis e Caxias, sua terra natal.

Ivar Saldanha, substituto de Castelo, não era de freqüentar clube social. Adorava as brincadeiras de rua, onde se juntava aos batuqueiros e sambistas. Servia-se de surrado boné para saudar os foliões que o identificavam.

Mas foi o sucessor de Luiz Rocha, o governador Epitácio Cafeteira, que deixou o seu nome indelevelmente marcado no carnaval de São Luis. Não por ter feito algo de positivo. Ao contrário, acabou sendo o responsável direto pelo fim do carnaval popular e dos bailes de máscaras.

Cafeteira perpetrou esse golpe contra o carnaval ao no exercício do cargo de prefeito da capital maranhense. Surpreendentemente, no dia 2 de janeiro de 1966, os jornais da cidade chegaram às ruas com uma notícia absurda e insensata: um decreto do prefeito proibia taxativamente a realização de bailes populares, bem como o uso de máscaras nas festas carnavalescas. Justificativa: o uso de máscaras nos clubes carnavalescos contribuía para o aumento da prostituição e da imoralidade pública.

A repercussão do decreto foi imediata. Enquanto a maioria da população criticava a atitude do gestor, considerando-a demagógica, parte restrita da sociedade, especialmente o clero, apoiava. Os donos dos bailes, inconformados com os inerentes prejuízos, entraram com recursos na Justiça para tornar sem efeito o decreto da municipalidade.

O vice-governador Antônio Dino e o deputado Clodomir Millet usaram as emissoras de rádio e televisão para condenar o ato do prefeito e exigir que o governo do Estado agisse imediatamente para reabrir os bailes populares. Nesse sentido, o coronel Antônio Medeiros, secretário de Segurança, avoca a competência quanto ao disciplinamento das brincadeiras carnavalescas, por isso, autoriza o funcionamento imediato dos bailes de máscaras.

Cafeteira desconhece o ato do secretário de Segurança, indo bater às portas da Justiça para anulá-lo.  Com a cidade em pé de guerra, o governador Sarney pede ao coronel Alberto Braga para a Guarnição federal instaurar Inquérito Policial Militar para conter as atitudes do prefeito, que visavam promover a intranqüilidade social.

Para não entrar na briga, a Justiça só meses depois se pronuncia sobre o polêmico assunto, fato que fez a população não brincar o carnaval e ainda assistir a eutanásia dos bailes de máscaras.

Depois dessa desastrosa ação de Cafeteira, o carnaval de São Luis ingressou numa completa decadência. Sem os bailes populares, as brincadeiras de rua sumiram e as festas nos clubes sociais perderam o encanto e a animação.

Só depois que Roseana Sarney elegeu-se governadora (1995-1999), sendo ela uma fanática foliona, o carnaval de São Luis voltou a dar sinal de vida. Para isso, investiu recursos, convocou os artistas e elaborou uma programação para reanimar o povo e fazê-lo participar dos eventos em homenagem a Momo.

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PONTO NEGATIVO

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O Governo do Estado divulgou os pontos positivos conquistados nos primeiros trinta dias de Flávio Dino no poder.

A empolgação com o resultado do primeiro mês de governo foi tão grande fez com que a assessoria do governador omitisse o lamentável episódio ocorrido no Convento das Mercês.

A presença da força policial na Fundação da Memória Republicana, impedindo o ingresso no imóvel da presidente da FMR e do presidente do Conselho Curador foi grosseira e desnecessária e deixou o governo mal perante a opinião pública.

Ainda bem que o governo reconheceu o erro e de imediato abriu um canal de comunicação com a Fundação da Memória Republicana, que se reflete no entendimento entre o presidente do Conselho Curador, Benedito Buzar, e o Dr. Valdene Caminha, nomeado diretor do Convento pelo governador Flávio Dino.

RESPONDE A INQUÉRITO

O deputado Waldir Maranhão conseguiu um feito que nenhum parlamentar de nossa bancada até agora alcançara.

Sem que ninguém esperasse, ele, surpreendentemente, foi alçado candidato a 1º vice-presidente da Câmara de Deputados da chapa vencedora, encabeçada pelo deputado Eduardo Cunha.

Os parlamentares e os jornalistas que cobrem os trabalhos do Congresso Nacional ainda não sabem explicar como um deputado do baixo clero chegou a um posto tão alto como o conseguido por Waldir Maranhão.

Mas o deputado maranhense poderá pagar um preço alto por isso. Com os holofotes da mídia sobre ele, a opinião pública nacional tomou conhecimento do calvário de Waldir no Supremo Tribunal Federal, onde responde a inquérito, acusado de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

DONA IVONNE

A viúva do escritor Josué Montello, Ivone, encontra-se triste e desolada.

Motivo: soube que a competente bibliotecária Joseane Sousa, que dirigia a Casa de Cultura Josué Montello, foi demitida sumariamente do cargo que ocupava.

Joseane administrava a instituição desde os tempos de vida do escritor maranhense, do qual recebia as maiores atenções e carinho pela maneira como se dedicava ao trabalho de conservação e divulgação da casa montelliana.

Por não conhecer o governador Flávio Dino, Ivonne Montello sente-se sem condições de pedir o retorno da bibliotecária ao posto, exercido por ela com seriedade e responsabilidade.

NETA DE GASTÃO

O ex-deputado Gastão Vieira que se submeteu, em Brasília, a uma cirurgia de vista, passa bem, mas está vivendo um momento de plena felicidade.

A responsável por este contentamento é a neta querida, Sofia, filha de Graziela e Ricardo Lins.

Ela acaba de realizar uma grande proeza: foi aprovada, com nota alta, no vestibular para o curso de Relações Internacionais, numa das melhores faculdades de São Paulo, a FAAP- Fundação Armando Álvares Penteado.

PREFEITA DE SATUBINHA

Aonde quer que ela esteja presente, as atenções voltam-se repentinamente para o seu aspecto físico.

Trata-se da prefeita de Satubinha, Dulce Maciel da Cunha, a Dulcinha, parecidíssima com a ex-governadora Roseana Sarney.

Ela ainda não foi ao Palácio dos Leões, com receio de o governador Flávio Dino a confundir com a filha de José Sarney.

GRANDE REVELAÇÃO

Quem conhecia o advogado Duarte Junior não tem se surpreendido com a sua boa atuação à frente do Procon.

Mas quem não o conhecia, não tem economizado elogios ao sem bom desempenho na direção de órgão de grande visibilidade popular.

O talentoso e jovem advogado, pela primeira vez ocupa um cargo público, no comando do qual tem mostrado firmeza e competência, revelando-se como a grande figura do atual governo.

NOVENTA ANOS DE VADECO

Os filhos do ex-funcionário dos Correios, Waldimir Costa de Jesus, mais conhecido por Vadeco, vão realizar um evento festivo para comemorar os seus noventa anos de vida.

A comemoração será no Excellence Eventos, nesta sexta-feira, 13, às 21 horas.

Com toda longevidade que Vadeco carrega, mantém-se lúcido, loquaz, alegre, feliz e dirige sem medo e com maestria o seu automóvel, a qualquer hora do dia ou da noite.

SARNEY EM FORMA

O ex-senador José Sarney vem de realizar um shake up médico no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Após se submeter a uma bateria de exames, os médicos constataram que o seu estado de saúde é bom e invejável.

Como está desvinculado das atividades políticas, Sarney aproveita o tempo em Brasília para freqüentar uma academia de saúde, onde faz o exercício conhecido por Pilates.

CARNAVAL NO RIO

Este ano, o carnaval carioca não contará com a presença de um animado grupo de maranhenses.

Há mais de dez anos, Kátia, Raimundo Bogéa, Graci, Ricardo Perez, Bete, José Jorge e Antônio Nelson Faria, trocavam o carnaval de São Luis pelo do Rio de Janeiro, onde se esbaldavam nos blocos de rua.

Ana Lúcia e Mauro Fecury, que também gostam do carnaval carioca, especialmente dos desfiles das escolas de samba, vão estar no sambódromo em companhia do filho Marco Antônio e da nora Daniela.

Só não marcarão presença na Feijoada do Amaral, porque este ano o evento foi cancelado.

PERÍCIA MÉDICA

Há 32 anos, o médico Claudionor Lobão chefiou a Perícia Médica do Maranhão.

Pela sua idoneidade moral e rigor profissional tornou-se respeitado no meio médico.

Para surpresa dos que admiram o Dr. Claudionor ele foi exonerado do cargo que ocupava com dedicação e impessoabilidade.

FALTA DE COSTUME

O governador Flávio Dino ainda não se acostumou com a liturgia do cargo para o qual foi eleito.

Há mais de um mês no exercício do cargo de governador, continua sentado ao lado do motorista que o conduz no automóvel palaciano.

Os seguranças e o cerimonial que o acompanham já fizeram de tudo para ele sentar no banco de trás do carro oficial, como manda o protocolo, mas a resistência continua.

Não se sabe até quando.

SAUDADES DE ROSEANA

Neste carnaval, os foliões de São Luis vão começar a sentir saudades de Roseana Sarney.

Era na temporada carnavalesca que ela mostrava o seu lado popular e amante das brincadeiras de Momo.

Quem transitar pela Rua do Passeio e olhar para uma casa verde, onde moravam os avós de Roseana, Vera e Carlos Macieira, certamente não verá a pessoa que na época de carnaval esquecia que era governadora e se transformava na maior foliona da cidade.

MINAS E ENERGIA

Esta semana, o deputado José Reinaldo Tavares deve afastar-se do mandato na Câmara Federal para assumir o cargo de secretário de Minas e Energia.

Como não gostou do local onde funciona a secretaria que vai comandar, despachará no escritório da Companhia de Gás do Maranhão, criada por ele quando governador.

Para ajudá-lo na secretaria de Minas e Energia, Zé Reinaldo contará com a ajuda do inseparável amigo de infância, Aziz Tajra, nomeado subsecretário.

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CULTO À PERSONALIDADE

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O culto à personalidade é uma estratégia de propaganda política baseada na exaltação das virtudes – reais e supostas – do governante.

Essa forma de propaganda política foi particularmente desenvolvida pelos regimes totalitários contemporâneos, principalmente quando o nazismo, o fascismo e o comunismo ascenderam ao poder na Alemanha, na Itália e na Rússia.

No Brasil, a partir da década de 30, com a instalação da ditadura de Getúlio Vargas, o culto à personalidade do governante veio à tona com toda força.

Com a imprensa completamente sufocada e a censura imposta de forma intolerável, Getúlio usou esse mecanismo para manter-se no poder, conquistar o apoio da massa e difundir os seus predicados pessoais e políticos.

Uma forma que o DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda encontrou para divulgar nacionalmente a imagem do ditador foi fixar obrigatoriamente o seu retrato nas repartições públicas e entidades privadas.

A fotografia de Getúlio usada de maneira despudorada nos quatro do país levou os caricaturistas da época a se esmerarem na arte de reproduzir a figura do ditador como pai dos pobres e de salvador da pátria.

Nos carnavais dos anos 1940, os compositores também se inspiravam no retrato de Vargas para fazer músicas de grande sucesso popular. O compositor Haroldo Lobo, por exemplo, teve uma produção musical de sua autoria muita cantada, que começava assim: “Bota o retrato do velho, bota no mesmo lugar, o sorriso do velhinho faz a gente trabalhar”.

No Maranhão, o representante da ditadura varguista, o interventor Paulo Ramos, soube como poucos usar o culto à personalidade. De 1937, quando assumiu o poder, no advento do Estado Novo, até renunciar ao cargo em 1945, impôs à sociedade a colocação de seu retrato em salas de aula, hospitais, casas de saúde, delegacias de polícia, bares, restaurantes, estabelecimentos comerciais e industriais, e, pasmem, em pensões da zona do meretrício.

Além dessa exigência, Paulo Ramos ainda obrigava a realização de solenidades, com banda de música e discursos laudatórios, no ato de aposição de quadros em que a sua carranca reluzia em toda a plenitude.

Um episódio ocorrido em São Luis, na fase da transição da ditadura para a democracia, revela o quanto de abuso o interventor Paulo Ramos cometeu em matéria de culto à personalidade. Numa solenidade no Palácio dos Leões, na presença do novo interventor Clodomir Cardoso, o valoroso capitão do Exército, Alexandre Colares Moreira, retirou da parede o retrato de Paulo Ramos e rasgou-o até ficar em picadinhos.

Malgrado o fim do regime ditatorial de Vargas, o culto à personalidade não desapareceu da cena brasileira e maranhense. Presidentes da República e governadores de Estado continuaram em plena democracia a praticar essa extravagante estratégia de propaganda pessoal.

Sebastião Archer, Eugênio Barros, Matos Carvalho, Newton Bello, José Sarney, Antônio Dino, Pedro Neiva, Nunes Freire, João Castelo, Ivar Saldanha, Luiz Rocha, Epitácio Cafeteira, João Alberto, Edson Lobão, Ribamar Fiquene, Roseana Sarney, José Reinaldo Tavares e Jackson Lago, alguns mais, outros menos, mantiveram tão abominável herança, nos legada pelo autoritarismo getulista.

Os cofres públicos gastam uma fábula de dinheiro na preparação de molduras com fotografias de governantes.  São milhares de retratos em policromia, que as assessorias dos governantes distribuem no começo de cada mandato, mas, no final do governo, são expurgados e atirados no lixo da história.

O único governador que teve a preocupação de não deixar que as suas fotografias virassem cinzas foi Ivar Saldanha. Dias antes de passar o cargo a Luiz Rocha, mandou que o seu fiel escudeiro, Janjão Vaz dos Santos, retirasse das repartições públicas os seus retratos e os transportasse para a sua cidade natal- Rosário, onde fez uma solenidade pública para entregá-los aos conterrâneos e correligionários políticos.

Não se sabe ainda se o governador Flávio Dino, tal como seus antecessores, posará para a foto oficial, com a finalidade de fixá-la nos órgãos da administração direta e indireta.

A esse respeito, a opinião pública está dividida. Alguns acham que ele cumprirá sem maiores problemas o ritual da fotografia. Outros, porém, pensam o contrário. Poderá insurgir-se contra essa prática, por entender que remonta e teve origem na ditadura.

O governador que já proclamou a República no Maranhão e instalou o capitalismo em nosso território, quem sabe, poderia oferecer ao povo maranhense mais um ato de bravura cívica, ou seja, acabar com essa nefanda tradição do culto à personalidade dos governantes, muito dos quais, ao término dos mandatos, deveriam ser esquecidos e não lembrados ou reverenciados.

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GLAUBER ROCHA E FERNANDO GABEIRA

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31 de janeiro de 1966. Posse de José Sarney no Governo do Maranhão, perante extraordinária multidão, na Avenida Pedro II. O cineasta baiano, Glauber Rocha, já glorificado internacionalmente com o filme “Deus e o diabo na terra do sol”, esteve presente àquele ato público e político.

Glauber, à época, com 25 anos, filmou toda a solenidade com a finalidade de produzir um documentário intitulado “Maranhão 1966”, do qual aproveitou algumas cenas para inserir no seu antológico filme “Terra em Transe”.

Em cima do discurso de Sarney, o cineasta documentou a miséria, a pobreza, a falta de saúde e a péssima educação oferecida ao povo maranhense e o que o jovem governador pensava para remover esse dantesco quadro de subdesenvolvimento.

Quarenta e oito anos depois, não um cineasta, mas um jornalista da TV Globo, Fernando Gabeira, vem ao Maranhão para entrevistar Flávio Dino, sobre a situação do Estado e como o recebera.

Se Glauber fez um trabalho para o cinema, Gabeira realizou um programa jornalístico para a televisão. O cineasta e o jornalista, conquanto tenham usado ferramentas de comunicação midiáticas distintas, procuraram pontuar as dificuldades que esperavam Sarney e Flávio e as estratégias que adotariam para promover as mudanças prometidas na campanha eleitoral, para o Maranhão superar o seu atraso econômico e social.

Visto sob os olhos de ontem e de hoje, tanto o documentário de Glauber Rocha quanto a entrevista de Fernando Gabeira foram feitas com o desiderato de atrair as atenções da nação brasileira para a situação do Maranhão e alertar as autoridades federais para o drama da população, na sua grande maioria, ainda à margem do progresso e das conquistas da tecnologia.

Salvo melhor juízo, foi com esse propósito que Sarney e Flávio, em tempos diferentes e distantes, trouxeram Glauber e Gabeira a São Luis. Quanto a isso, parece não haver dúvidas. Mas quanto à repercussão do documentário e da entrevista, a situação muda literalmente. O trabalho do cineasta baiano bateu de longe o realizado pelo jornalista carioca.

Enquanto o documentário sobre Sarney até hoje é objeto de estudos e pesquisas, mantém-se na pauta da mídia impressa e eletrônica e saiu da esfera do cinema para invadir a internet, a matéria jornalística a respeito de Flávio, não alcançou o efeito desejado. Limitou-se puramente ao cotidiano da televisão e sem obter a ressonância que dela esperavam os adeptos do governador do PC do B. Em São Luis, a entrevista foi vista por pouca gente, não ganhou destaque e nem causou comentários e sussurros.

O programa de Gabeira, por não repercutir aqui e alhures, virou um factóide. Já o documentário de Glauber, contestado por alguns e exaltado por muitos, transformou-se em obra de arte.

O jornalista e escritor Nelson Mota, por exemplo, não economizou elogios ao trabalho cinematográfico do cineasta baiano. De sua apreciação crítica, pontuo esse trecho: “Em Maranhão 66, a narrativa se estrutura na dialética entre as imagens de realidade dramática e a demagogia caricata do jovem político provinciano que está tirando do poder um velho coronel”.  Mais ainda: “Em vez de filmar uma celebração vitoriosa, Glauber usou e abusou da verdade e do patrocínio de Sarney para fazer um devastador documentário sobre um arquetípico político brasileiro”.

RECURSOS BLOQUEADOS

A Academia Maranhense de Letras passa por uma crise sem precedentes em matéria de recursos para a sua manutenção.

Ao longo dos últimos anos, a instituição tem vivido por conta de subvenções decorrentes de projetos de leis aprovadas pela Assembleia Legislativa e Câmara Municipal e sancionadas, respectivamente, pelo governador João Castelo e pelo prefeito Tadeu Palácio.

De acordo com as leis, o Governo do Estado e a Prefeitura de São Luis se obrigam a repassar mensalmente à Casa de Antônio Lobo recursos da ordem de dez salários mínimos, o equivalente a pouco mais de R$ 36.000,00 anuais.

Há dois anos, a prefeitura deixou de repassar tais recursos à AML, inobstante os apelos feitos ao prefeito e à direção da Fundação Municipal de Cultura.

O Governo do Estado, todavia, cumpre, não com a regularidade desejada, o que manda a legislação aprovada. Mas o último repasse de 2014, embora liberado pela secretaria da Cultura, encontra-se retido no Banco do Brasil por ordem de bloqueio do governador Flávio Dino.

Embora limitada, a importância bloqueada faz falta à Academia, razão pela qual os “imortais” esperam que o governador autorize a liberação do recurso.

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