AS ELEIÇÕES DE ROSEANA AO GOVERNO DO ESTADO

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Segunda-feira,  21 de maio de 2018, numa vibrante reunião, realizada na casa da família Sarney, no Calhau, Roseana acabou com a angústia que dominava os seus eleitores, interessados em saber se seria candidata ao cargo de governador, nas eleições de outubro vindouro.

Depois de meses de expectativa e apreensão, afinal, a ex-governadora,  sem medo de ser bem-sucedida, declarou em alto e bom som, que está preparada para enfrentar e vencer a luta eleitoral contra o seu impiedoso adversário político, governador Flávio Dino.

PRIMEIRO MANDATO: 1995 A 1998

Ao decidir ser candidata ao Governo do Maranhão, pela quinta vez, Roseana retoma uma caminhada iniciada em outubro de 1994, concorrendo a uma eleição majoritária, enfrentando um adversário duro de queda, o ex-prefeito de São Luís, Epitácio Cafeteira, hábil, astucioso, maquiavélico e apontado como o mais aguerrido adversário político e inimigo pessoal de seu pai, o senador José Sarney.

As eleições de 1994 foram dramáticas para Roseana, pois só se definiram no segundo turno.  A sua votação no primeiro turno, em torno de 541.005 sufrágios, ainda que superior às de Cafeteira e de Jackson Lago, respectivamente, 353.032 e 231.528 votos, não alcançou a maioria absoluta.

Com esse resultado, Roseana e Cafeteira, os dois mais votados no primeiro turno, partiram para um novo embate realizado em clima de guerra e sustentado em acusações destinadas a macular a imagem dos candidatos. Ao final da apuração, disputada voto a voto, Roseana vence o pleito pela apertadíssima diferença de 18.060 votos.

Ela cumpre o mandato de governadora de 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 1998, ao longo do qual realiza uma administração exemplar com um secretariado jovem e competente, promovendo obras importantes na Capital e no interior do Estado, que a projetaram como gestora de alto nível e líder política da melhor qualidade. Teve como companheiro de chapa, o engenheiro José Reinaldo.

SEGUNDO MANDATO: 1999 A 2002

Com o prestígio político em alta, dentro e fora do Maranhão, e incontida popularidade, só comparada à do pai, José Sarney, Roseana impôs-se candidata à reeleição, concorrendo pelo Partido da Frente Liberal.

Para enfrentá-la, um batalhão de candidatos entra em cena, capitaneado por Epitácio Cafeteira (PDT), seguido de Domingos Dutra (PT), Marcos Igreja (PV) e Marcos Silva (PSTU).

O destino, porém, reserva a Roseana, em plena campanha, um inesperado momento de sofrimento. Por recomendação médica, viaja às pressas a São Paulo, a fim de submeter-se a uma delicada cirurgia. Por isso, não participa dos eventos políticos realizados na temporada que precede à pugna eleitoral, quando o corpo-a-corpo se faz necessário.

Mas o seu carisma era tão forte junto ao povo que a  campanha eleitoral ocorre como se ela tivesse presente, no que conta com a boa vontade de amigos e correligionários políticos, que se desdobraram para a sua candidatura se manter firme e inabalada.

E assim aconteceu. Realizadas as eleições, a sua supremacia nas urnas foi incontestável. Dos 2.059.544 eleitores que votaram em outubro de 1998, ela conquistou 1.005, 755 sufrágios, enquanto Cafeteira e Dutra, seus mais ferrenhos adversários, receberam, respectivamente, 405.578 e 97.538 votos.

Empossada a 1º de janeiro de 1999, afasta-se do cargo a 5 de abril de 2002, em cumprimento à lei de desincompatibilização, para candidatar-se ao Senado da República. O vice, José Reinaldo, entra em ação e completa o mandato até 31 de dezembro de 2002.

O segundo mandato de Roseana, não foi igual ao primeiro, no que diz respeito ao desempenho administrativo, fato atribuído a um audacioso projeto, introduzido por ela em 1999, com o objetivo de promover profunda reforma na máquina administrativa estadual, com a criação de 18 Gerências de Desenvolvimento Regional, destinadas à descentralização e regionalização das ações governamentais.

Esse novo modelo de gestão, previa, também, a extinção de secretarias de Estado e órgãos da administração indireta (autarquias e empresas públicas), algumas necessárias e indispensáveis ao funcionamento da máquina administrativa, atos que descontentaram e  contrariaram setores políticos e burocráticos conservadores e os levaram a sabotar aquela inovadora proposta de governo.

Ainda que o segundo mandato de Roseana não chegasse perto do primeiro, foi montado nele que a governadora se projetou no plano nacional e recebeu aplausos da mídia e dos tecnocratas, pela iniciativa pioneira de implantar no Maranhão uma Reforma Administrativa inédita no Brasil, que, se exitosa, poderia servir de modelo para outros estados da Federação. Como se não bastasse, fez ainda o nome de Roseana despontar nas pesquisas de opinião pública, como potencial candidata à Presidência da República, projeto implodido por forças políticas não interessadas em vê-la disputar a sucessão de Fernando Henrique Cardoso.

TERCEIRO MANDATO: 2009 A 2010

No pleito de 2002, Roseana se elegeu senadora, por isso, José Reinaldo Tavares, seu vice, conquistou o direito de ser o candidato do Grupo Sarney ao Governo do Maranhão, eleito para o exercício de janeiro de 2003 a dezembro de 2006.

Mas o que parecia inimaginável aconteceu naquela fase da política maranhense. José Reinaldo, devido a problemas particulares, que não merecem ser aqui comentados, distancia-se e rompe com o sarneísmo, fato que o leva a cair nos braços dos opositores de Sarney.

Resumo da ópera: em 2006, com a deflagração do processo sucessório, forma-se, com anuência de Zé Reinaldo, uma poderosa frente de combate ao sarneísmo, com o lançamento de seis candidatos: Jackson Lago, PDT, Edison Vidigal, PSB, Aderson Lago, PSDB, João Bentevi, Prona, Saturnino Moreira, PSOL, e Antônio Aragão, PSDC.

Para enfrentar essa belicosa estrutura partidária, Roseana Sarney, do PFL, é convocada para uma luta política pesada e imprevisível, em companhia do indomável João Alberto, candidato a vice.

Contra tudo e contra todos, ela consegue ser a candidata mais votada, com 1.282. 053 sufrágios, enquanto Jackson, Vidigal e Aderson Lago, pela ordem, conquistaram, respectivamente, 933.089, 387.337 e 93.651 votos.

No somatório da votação geral, Roseana não obteve a maioria absoluta, o que provoca um segundo turno, entre ela e Jackson Lago, confronto que mudou o cenário da política maranhense, ao apontar no final da apuração a vitória do candidato do PDT, com 1.393.754 votos, e a candidata do PFL, 1.295.880 sufrágios.

As forças partidárias que apoiaram Roseana não se conformaram com o resultado do pleito, no entendimento de o vencedor praticar e abusar do poder econômico e político no processo eleitoral, razão pela qual ingressam  na Justiça Eleitoral com uma ação de impugnação do mandato do candidato do PDT, argumento que convence o Tribunal Superior Eleitoral a cassar o mandato de Jackson e mandar a segunda colocada no pleito, Roseana Sarney, a assumir o cargo de governador, para cumprir um mandato de curta duração:17 de abril de 2009 a 31 de dezembro de 2010.

QUARTO MANDATO: 2011 A 2014

Levando em conta de que a presença de Roseana no governo do Estado foi meteórica, pois mais da metade do mandato havia sido exercido por Jackson Lago, os partidos que lhe davam sustentação política – PFL, PMDB, PT e PV, convencem a candidatar-se às eleições de outubro de 2010, para desenvolver um trabalho fecundo em favor do Maranhão.

Naquelas eleições, Roseana se depara com um quadro bem diferenciado dos anteriores, por isso, exige mudanças na sua estratégia política, com vistas a neutralizar as investidas do jovem deputado federal, Flávio Dino, bem colocado nas pesquisas, e do veterano Jackson Lago, que magoado e revoltado com a perda do mandato de governador, promete dar a volta por cima.

A proposta dos dois candidatos, de juntos ou separados, desestabilizar Roseana, nos programas veiculados pelas emissoras de rádio e televisão, não se consubstancia em sua plenitude, graças a uma iniciativa do senador José Sarney, que se vale do presidente Lula, empenhado até a medula, na eleição de Dilma Roussef para sucedê-lo no Palácio do Planalto, firma um acordo de mão dupla, em que o sarneísmo se comprometia a votar na candidata do PT a Presidente da República, e Lula, por sua vez, garantia a presença no palanque roseanista dos petistas tupiniquins. Para fechar solenemente o acordo, Lula ainda emplaca o seu lugar-tenente no Maranhão, Washington Oliveira, na chapa de Roseana, como vice-governador.

Realizado o pleito em 3 de outubro de 2010, ao qual compareceram 4.320.748 eleitores, com 3.285.100 votos apurados,  Roseana conquista 1.459.792 sufrágios, Flávio Dino, 859.402, e Jackson Lago, 569.412, votação que assegura a ela uma espetacular vitória no primeiro turno.

Em 1º de janeiro de 2011, Roseana, pela quarta vez, é empossada no cargo de governadora, para cumprir o mandato que acabaria a 31 de dezembro de 2014. Eu disse acabaria, porque antes de seu mandato chegar ao final, ela, estranhamente, renuncia ao cargo que ocupava a 10 de dezembro de 2014, ato que conduziu o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo, ao comando do Poder Executivo.

Antes disso, em 27 de outubro de 2011, a governadora se licencia para tratamento de saúde e transmite o governo ao vice, Washington Oliveira, o qual, a 31 de outubro daquele ano, entrega o poder ao presidente da Assembleia, Arnaldo Melo, este, por sua vez, transfere a 3 de novembro de 2011, ao presidente do Poder Judiciário, desembargador Jamil Gedeon, que permanece no cargo até 7 de novembro de 2011, quando, finalmente, o devolve a Roseana Sarney.

 

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SARNEY E CAFETEIRA: UMA RELAÇÃO DE AMOR E ÓDIO

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Em 1962, o servidor do Banco do Brasil, o paraibano Epitácio Afonso Pereira aporta em São Luís, ingressa na vida política e candidata-se a deputado federal. Em 2014, após cumprir o seu segundo mandato de senador da República, dá por encerrada a sua longa vida pública, como representante do povo maranhense.

De 1962 a 2014 foram consumidos 52 anos de exercício em cargos políticos, nos quais Cafeteira teve um relacionamento nada pacífico com José Sarney, em que os sentimentos do amor e do ódio desabrochavam conforme as circunstâncias vividas pelo País e refletidas no Maranhão.

O marco temporal desse meio século de luta conturbada foi o ano de 1962, quando Epitácio Cafeteira concorre às eleições de deputado federal, disputando pelo PR – Partido Republicano, que integrava as Oposições Coligadas, grupo político do qual José Sarney também fazia parte, pois vestia a camisa da UDN – União Democrática Nacional.

Sarney elege-se deputado federal e Cafeteira fica na primeira suplência, mas no começo de 1965 ele é convocado para o exercício do mandato, no qual usa como bandeira a defesa da autonomia política-administrativa de São Luís, a única capital do país a não usufruir essa prerrogativa, que o leva a apresentar um projeto de emenda constitucional, logo aprovado pelo Congresso Nacional, ato que o credencia a candidatar-se a prefeito de São Luís, nas eleições de outubro de 1965, aquelas que Sarney derrotou o vitorinismo.

Vitoriosos no pleito, Sarney e Cafeteira assumem, respectivamente, o Governo do Estado e a Prefeitura de São Luís, mas as relações entre ambos logo se deterioram, quando o prefeito, através de um gesto demagógico, decreta o fim dos bailes populares ou de máscaras em São Luís, medida não acatada pelo governador  que a combate impiedosamente.

Como se não bastasse, a Câmara de Vereadores abre guerra contra Cafeteira e institui uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que rejeita a sua prestação de contas, ato que resulta num pedido de intervenção do Governo do Estado na prefeitura, que Sarney não atende, mas o prefeito não o perdoa por considerá-lo mentor daquela conspiração.

SARNEY E CAFETEIRA – I

Esses dois episódios, ocorridos em 1966, concorrem para o rompimento de Sarney com Cafeteira, que se arrasta por 20 anos, tempo em que o jogo entre os dois é pesado e se agiganta face ao decreto do regime militar, que extingue o pluripartidarismo e cria o partido governista, Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o oposicionista, Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Para evitar a filiação de Cafeteira à Arena, Sarney monta uma operação bélica, cujo desfecho é o sumiço do livro de filiação partidária. À falta de opção, o prefeito ingressa no MDB.

Ao deixar a prefeitura, Cafeteira, com boa popularidade em São Luís, disputa pelo MDB, em 1970, a eleição para o Senado, mas não se elege. No pleito seguinte, em 1974, candidata-se e deputado federal, sendo o único eleito pelo MDB, com votação consagradora. Nas eleições de 1978 e 1982, pela legenda do PMDB, reelege-se com facilidade à Câmara Federal. No exercício desses mandatos, sua oposição a Sarney no Maranhão mantém-se incessante e vigorosa.

SARNEY E CAFETEIRA – II

Em 1985, com o regime militar em fase de eutanásia, surge a oportunidade de as oposições chegarem ao poder, ainda que através das eleições indiretas. Para enfrentar o candidato do Governo, Paulo Maluf, surge a Frente Liberal, formada pelo PMDB e uma dissidência governista, em que o senador José Sarney, bafejado pela sorte, tem o seu nome cogitado à vice-presidência da República, na chapa encabeçada por Tancredo Neves.

A formalização da chapa passaria pelo aval do PMDB do Maranhão, do qual o deputado Epitácio Cafeteira era o presidente regional e principal inimigo de Sarney. Se ele vetasse a participação do senador na chapa da Aliança Democrática, Paulo Maluf poderia ganhar a eleição e a abertura política virava um sonho de uma noite de verão. Mas Cafeteira, com a sua esperteza, viu chegar o momento precioso para se tornar o candidato de Sarney nas eleições de 1986 ao governo do Maranhão. Proposta feita, proposta aceita. Dessa forma, Sarney teve a sua candidatura homologada a vice-presidente da República e Cafeteira contou com o apoio do sarneísmo à sua eleição ao cargo de  governador do Estado.

Selado esse acordo, depois de vinte anos de recíprocas  retaliações políticas e pessoais, Sarney e Cafeteira fumaram o cachimbo da paz.

SARNEY E CAFETEIRA – III

Há que imaginasse que com Sarney na presidência da República, em vista do falecimento de Tancredo Neves, e  Cafeteira no comando da máquina administrativa estadual, o Maranhão viveria dias de paz política. Ledo engano, pois novos  desentendimentos afloraram pelo não cumprimento da palavra de Cafeteira, que prometeu fazer do deputado Sarney Filho o seu sucessor no Palácio dos Leões. Era a gota d’água que faltava para a volta das animosidades, que os levaram mais uma vez ao ringue, onde a truculência verbal reina em toda plenitude.

Com o ódio pairando no ar, o relacionamento entre Sarney e Cafeteira se agrava com a renúncia do governador, que se desincompatibiliza do cargo, para ser candidato nas eleições de 1990, ao Senado, renúncia essa que permite a subida ao poder do vice, João Alberto de Sousa, que alimenta a crise, que culmina no distanciamento político e pessoal do ex-governador do senador.

SARNEY E CAFETEIRA – IV

Separados novamente, Sarney e Cafeteira trilham caminhos diferentes. Enquanto o primeiro deixa a presidência da República e elege-se senador pelo Amapá, o segundo, graças à máquina administrativa, que usa e abusa na sua gestão, recebe do povo maranhense o mandato de senador da República, que cumpre no período de 1991 a 1998.

No desempenho do mandato no Senado, em duas oportunidades, Cafeteira se lança candidato a governador, mas é derrotado nas eleições de 1994 e de 1998, sempre para a candidata Roseana Sarney, reveses esses que levam Cafeteira e Sarney a travarem uma guerra suja através da imprensa e que acaba na Justiça (Operação Granville e Caso Reis Pacheco).

Em 2002, Cafeteira, ansioso para retornar à atividade política, de olho no mandato de senador, parte para enfrentar Roseana Sarney, que renuncia ao cargo de governador, para representar o Maranhão no Senado da República. Novamente, Cafeteira não consegue impor-se eleitoralmente e perde uma eleição majoritária, desta feita, para a filha de seu maior inimigo político.

SARNEY E CAFETEIRA – V

Quem pensou que Cafeteira, depois de três derrotas seguidas, fosse tirar o time de campo, equivocou-se redondamente, pois em 2006, após dezesseis anos distante do sarneísmo, se aproxima mais uma vez do grupo político ao qual devotava ódio para propor uma aliança, que faz dele o candidato às eleições majoritárias de senador.

Sem medo de ser feliz, agarra-se a essa oportunidade ímpar de retornar ao Congresso Nacional, na condição de senador, cargo eletivo que seria o último de sua vida, tendo em vista à avançada idade. Cumpre o mandato até o fim, ainda que apoiado numa cadeira de rodas, mas de paz e de bem com José Sarney, com o qual viveu aos trancos e barrancos durante 52 anos.

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CAPELANIA E CAPELÃES NA POLÍCIA MILITAR

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Os deuses, ao que parece, estão a conspirar contra o governador Flávio Dino, no seu intento de reeleger-se para o segundo mandato de chefe do Poder Executivo do Maranhão.

A evidência dessa conspiração vem da irrupção de três deploráveis atos, aflorados seguidamente, com forte repercussão dentro e fora do Estado, que deixaram o Governo numa saia justa.

A mais recente, a nomeação, sem concurso, de 34 religiosos para os cargos de capelães, com remunerações compensadoras, foi a que causou mais barulho e estrago ao Governo, na medida em que virou assunto obrigatório na mídia impressa, eletrônica e redes sociais, onde os blogueiros se encarregaram de viralizá-la, no entendimento de atrelar padres e pastores ao projeto político de reconduzir o governador ao Palácio dos Leões.

Para melhor compreensão da nomeação desses religiosos, necessário trazer a lume a história da implantação da  Capelania na Polícia Militar do Maranhão, bem como das modificações e alterações sofridas ao longo do tempo, promovidas por governadores que, no exercício do poder, ora avançam, ora recuam, na legislação que rege a matéria.

No cumprimento dessa tarefa, louvo-me no interessante livro do tenente-coronel, Raimundo de Jesus Silva, intitulado “Polícia Militar do Maranhão – Apontamentos para sua história”, publicado em 2006. Nele, o registro de que a Capelania do Corpo Militar de Polícia da Província foi criada a 15 de julho de 1843, pela Lei 149, tendo o capelão a graduação de alferes.

Extinta em 1850, mas restabelecida um ano depois, para, em seguida, ser substituída por um Vicariato Castrense, que não se sabe o tempo de sua duração e quem a comandou no Maranhão.

Pelo que informa o autor do livro, a Capelania Militar só voltou a ter vida no Maranhão graças ao movimento encabeçado pelo então comandante da PME, tenente-coronel do Exército, Francisco Mariotti, que levou o governador Edison Lobão a aprovar na Assembleia Legislativa a Lei 5.776, de 20 de agosto de 1993, que “determinava que o órgão tivesse dois capelães, nos postos de capitão, exercidos, respectivamente, pelo monsenhor Hélio Maranhão, e pelo pastor Misael Mendes da Rocha, dupla, que, em dez anos, fez um trabalho maravilhoso de inclusão social na corporação, através das ações evangelizadoras.”

No Governo José Reinaldo Tavares, veio à tona a Lei 7.884, de 31 de janeiro de 2003, que, no seu Artigo 55, revogou  o Artigo 3º,  da Lei Lobão, no que tange aos direitos, deveres e prerrogativas dos capelães católico e  evangélico.

Segundo o coronel Jesus Silva, a Capelania Militar do Maranhão recupera a sua plenitude no Governo Jackson Lago, por meio da Lei 8.082, de 17 de fevereiro de 2.004, que criou sete cargos de capelães da Polícia Militar, sendo quatro padres católicos e três pastores evangélicos.

Sob o bastão de monsenhor Hélio Maranhão e do pastor Misael Rocha, a Capelania  da Polícia Militar  prestou inestimáveis serviços à corporação, que passou a atender melhor a sociedade, razão pela qual o governador Flávio Dino, mediante lei, deu-lhe uma estrutura maior, mas abusou quando embutiu nela mais 34 cargos de capelães.

CÔNEGO ARTUR GONÇALVES

Não posso concluir esta matéria sem destacar e fazer justiça a um membro da Igreja Católica, que, na década de 1950, empenhou-se a fundo para consolidar a Capelania da Polícia Militar no Maranhão, através da qual proporcionou aos soldados e oficiais da nossa briosa corporação, uma proveitosa assistência espiritual: cônego Artur Gonçalves.

BITA DO BARÃO

Há quem diga que os padres e os evangélicos, nomeados recentemente para capelães, não estão, em suas orações e preces diárias, intercedendo em favor do governador Flávio Dino, que vem sendo crucificado, aqui e alhures, por conferir a eles compensadores salários.

Os que assim pensam, acham, também, que se o governador tivesse nomeado Bita do Barão para capelão da Polícia Militar, não estaria atravessando uma fase tão ingrata como a atual.

CAPELÃO DA AML

A meu convite, o culto padre, João Resende, aceitou ser o capelão da Academia Maranhense de Letras.

A celeuma gerada em torno da nomeação de padres e pastores para capelães da Polícia Militar e Civil, fez com que o padre João Resende fosse questionado sobre o salário que ganha na AML.

Resposta do sacerdote: – Na Academia, não ganho um centavo. Só amizade.

ALCKMIN NO MARANHÃO

Parece que a presença do ex-governador Geraldo Alckmim em São Luís, na semana passada, fez bem à sua candidatura, pois ele saiu daqui fortalecido politicamente e pronto para um bom desempenho na corrida eleitoral.

Na Universidade Ceuma, falou desembaraçadamente e  apresentou-se bem humorado, simples e preparado para governar o Brasil, pelo vasto conhecimento dos problemas nacionais.

MAURO ELOGIADO

Eu tive o prazer de ouvi-lo naquela  Universidade, onde sem arrogância e com tranquilidade,  respondeu as perguntas dos estudantes, que ficaram impressionados com o seu discurso de otimismo.

No Ceuma, não economizou elogios ao empresário Mauro Fecury, pela construção de um empreendimento educacional, que enche de orgulho o Maranhão.

Ao ver a estátua de Sarney, de corpo inteiro, na entrada da biblioteca, Alckmim parabenizou  Mauro pela iniciativa, pois nada melhor do que um intelectual para dar nome a uma casa de livros.

SADAM RUSSEIN

Foi no Ceuma que o ex-governador paulista, involuntariamente, reportou-se à política maranhense ao ser questionado pelo estudante de Direito, Sadam Russein, que com inteligência e sagacidade, quis saber se havia capelães na Polícia Militar de São Paulo.

Sem perceber a malícia da pergunta, Alckimim respondeu: – Não há porque eu acabei com a capelania que lá existia.

O ex-governador perdeu o prumo quando viu o auditório explodir de rir, mas logo se recompôs ao saber o motivo para tanta alegria.

SUCESSORES DE JOÃO ALBERTO.

Tudo indica que  o senador João Alberto encerrará a sua vida pública nesta legislatura.

Mas não pretende sair da cena política e ser definitivamente esquecido pelo povo maranhense que o elegeu deputado estadual,  prefeito de Bacabal, vice-governador, deputado federal e senador.

Para sucedê-lo na atividade política deixará dois filhos: João Marcelo, que disputa a reeleição à Câmara federal, e  João Manoel,  candidato  a suplente de senador.

GASTÃO E O GASTADOR

Gastão Vieira é dos homens públicos mais preparados de nossa terra, ex-deputado federal e que já exerceu cargos importantes nesta República, destacando-se o de ministro do Turismo.

Rubens Pereira Júnior, também preparado, dotado de boa formação jurídica e um bom representante do Maranhão na Câmara dos Deputados, mas, no desempenho de seu mandato, vem pecando por ser um incontido gastador da cota que todo parlamentar, por direito, deve usá-lo, mas com parcimônia.

Não à toa, a imprensa de Brasília move contra ele uma impiedosa campanha de execração pública.

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TUDO COMO DANTES

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O uso da Polícia Militar para espionar adversários políticos do governo e os habeas corpus impetrados contra as ações da Polícia Federal, que investiga os contratos realizados ao arrepio da lei por agentes administrativos, são assuntos que continuam na ordem do dia nas redes sociais e nos jornais de São Luís.

Até agora, o Governo não encontrou meios convincentes para mostrar à opinião pública de que os fatos denunciados são factoides ou maquinações políticas dos adversários, por isso, os blogueiros e os jornalistas continuam a tratá-los com os destaques que merecem, dando-lhes versões e interpretações diferenciadas das veiculadas pelos governistas.

Até onde a vista alcança, tudo indica que tanto a espionagem policial quanto as irregularidades dos contratos, não deverão sair tão cedo das postagens das redes sociais e das pautas dos jornais, pois o Governo, através das Secretarias de Segurança e da Saúde, ainda não conseguiu ser bem-sucedido nas suas refutações e manifestações de esclarecimento, quase sempre veiculadas com explicações inconsistentes e simplórias, que não conseguem ganhar credibilidade na sociedade.

Para agravar mais a situação, o Governo vem de adotar um recurso parlamentar, que se imaginava desaparecido da cena política maranhense, usado nos velhos tempos da politicalha, quando o Poder Executivo se via encurralado na Assembleia Legislativa pelas denúncias dos deputados oposicionistas.

Trata-se de colocar no plenário o seu rolo compressor parlamentar, com o intuito de arquivar aquilo que os detentores do poder não estão interessados em ver aprovado.

Foi assim e por meio desse anacrônico artifício, que o Governo usou a expressiva bancada que o apoia na Assembleia Legislativa, para mandar para o espaço a proposta apresentada pela minoria oposicionista, no seu desejo de convocar para depor no plenário os implicados nas operações das Secretarias de Segurança e de Saúde.

Não à toa, o povo tem razão quando diz que, em alguns aspectos, a Assembleia Legislativa do Maranhão continua como dantes no quartel de Abrantes.

Em tempo: na legislatura 1962-1966, eu, no exercício do mandato de deputado estadual, que contava, também, com a participação de Sálvio Dino e Ricardo Bogéa,  protagonizei um episódio que permite fazer um cotejo e uma apreciação entre o Poder Legislativo de ontem e de hoje.

Tudo aconteceu no dia do aniversário do jovem jornalista Milson Coutinho, dono de uma coluna política no Jornal Pequeno, em que ele, diariamente, não poupava o governador Newton Bello. Em homenagem ao aniversariante, propus à Assembleia o envio de uma mensagem de felicitações. Por interferência do líder do governo, deputado Pereira dos Santos, a sessão foi interrompida e só reaberta depois de alguns minutos, quando chegou do Palácio dos Leões a ordem para não aprovar a mensagem a Milson.

LOBÃO E BEL

Durante 120 dias, o senador Edison Lobão esteve afastado de suas atividades no Senado da República, o que ensejou a convocação do terceiro suplente, o pastor Bel.

Nessa temporada que passou no Congresso Nacional, o pastor notabilizou-se pela maneira histriônica como exerceu o mandato.

Como a licença de Lobão exauriu-se, o Senado deixou de contar com um dos políticos mais hilários e que deixou o Maranhão corado de vergonha.

CENTENÁRIO DA FACULDADE

A solenidade em que a Universidade Federal do Maranhão, comemorou os cem anos de fundação da Faculdade de Direito, realizada no Teatro Artur Azevedo,  no que diz espeito à organização, deixou muito a desejar e descontentou grande parte da assistência.

A começar pela ausência do governador Flávio Dino, ex-aluno e professor do curso de Direito, esperado com muita expectativa, que se fez representar pelo secretário de Educação, Felipe Camarão, que pronunciou um discurso de improviso e inadequado para a ocasião.

A entrega das comendas aos homenageados foi outro ponto negativo da solenidade, com os agraciados batendo cabeça e perdidos no palco do teatro.

FESTIVAL  DE RIBAMAR

Há seis anos, o Festival de Literatura, na cidade de São José de Ribamar, deixou de ser realizado.

Evento bem-sucedido, criado na primeira gestão do prefeito Luís Fernando Silva, teve inexplicavelmente sua continuidade interrompida no mandato do prefeito Gil Cutrim.

Com o retorno de Luís Fernando ao comando da cidade balneária, o Festival de Literatura, anteriormente promovido com o Instituto Geia, terá suas ações retomadas, este ano, em agosto, mas em parceria com o apoio da Academia Maranhense de Letras.

AS BATERIAS DE HAICKEL

O cineasta Joaquim Haickel, depois de um longo silêncio, decidiu abrir as baterias contra o Governo do PC do B.

Através dos jornais e da rede social, levou ao conhecimento da opinião pública, por meio de um sentencioso artigo, o processo de perseguição que vem sofrendo atualmente, sobretudo da parte da Secretaria da Cultura, que fechou as portas para ele que, ao longo dos últimos anos, vem produzindo uma expressiva quantidade de documentários e filmes de curta metragem sobre a nossa terra e a nossa gente e ganhando prêmios nacionais e internacionais.

Como cineasta e membro da Academia Maranhense de Letras, não compreende e nem sabe explicar os motivos pelos quais o Governo do PC do B, move contra ele uma guerra tenaz, impedindo que possa contar com os benefícios da Lei de Incentivo à Cultura, logo ele o autor, como deputado estadual, de um mecanismo legal que tem ajudado a cultura maranhense a se impor e a ter o reconhecimento mundial.

AGILDO RIBEIRO

Na semana passada, faleceu no Rio de Janeiro, o grande ator Agildo Ribeiro, com quem, eu e José Mário Santos, construímos uma boa amizade, no final da década de 1950.

Conhecemos Agildo, à época, casado com a linda Conchita Mascarenhas, numa alegre noitada, num restaurante, em Copacabana.

Por conta dessa amizade, assistimos dezenas de peças teatrais e jantamos várias vezes, em diferentes restaurantes, onde a conversa varava a madrugada e girava em torno da política.

CLAUDIA E RENSACENÇA

As negociações entre o Ceuma, através de Mauro Fecury, e Cláudia Vaz dos Santos, para fazerem do Espaço Renascença uma casa noturna de alto nível, estão bem adiantadas.

A vontade de Mauro é transformar aquele espaço numa espécie de Canecão, que durante anos dominou a diversão noturna do Rio de Janeiro.

Se Cláudia aceitar a proposta do Ceuma, São Luís passará a contar com uma casa, que além de apresentar shows, oferecerá música ao vivo, para ouvir e dançar, e um restaurante de categoria internacional.

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