AS ELEIÇÕES DE ROSEANA AO GOVERNO DO ESTADO

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Segunda-feira,  21 de maio de 2018, numa vibrante reunião, realizada na casa da família Sarney, no Calhau, Roseana acabou com a angústia que dominava os seus eleitores, interessados em saber se seria candidata ao cargo de governador, nas eleições de outubro vindouro.

Depois de meses de expectativa e apreensão, afinal, a ex-governadora,  sem medo de ser bem-sucedida, declarou em alto e bom som, que está preparada para enfrentar e vencer a luta eleitoral contra o seu impiedoso adversário político, governador Flávio Dino.

PRIMEIRO MANDATO: 1995 A 1998

Ao decidir ser candidata ao Governo do Maranhão, pela quinta vez, Roseana retoma uma caminhada iniciada em outubro de 1994, concorrendo a uma eleição majoritária, enfrentando um adversário duro de queda, o ex-prefeito de São Luís, Epitácio Cafeteira, hábil, astucioso, maquiavélico e apontado como o mais aguerrido adversário político e inimigo pessoal de seu pai, o senador José Sarney.

As eleições de 1994 foram dramáticas para Roseana, pois só se definiram no segundo turno.  A sua votação no primeiro turno, em torno de 541.005 sufrágios, ainda que superior às de Cafeteira e de Jackson Lago, respectivamente, 353.032 e 231.528 votos, não alcançou a maioria absoluta.

Com esse resultado, Roseana e Cafeteira, os dois mais votados no primeiro turno, partiram para um novo embate realizado em clima de guerra e sustentado em acusações destinadas a macular a imagem dos candidatos. Ao final da apuração, disputada voto a voto, Roseana vence o pleito pela apertadíssima diferença de 18.060 votos.

Ela cumpre o mandato de governadora de 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 1998, ao longo do qual realiza uma administração exemplar com um secretariado jovem e competente, promovendo obras importantes na Capital e no interior do Estado, que a projetaram como gestora de alto nível e líder política da melhor qualidade. Teve como companheiro de chapa, o engenheiro José Reinaldo.

SEGUNDO MANDATO: 1999 A 2002

Com o prestígio político em alta, dentro e fora do Maranhão, e incontida popularidade, só comparada à do pai, José Sarney, Roseana impôs-se candidata à reeleição, concorrendo pelo Partido da Frente Liberal.

Para enfrentá-la, um batalhão de candidatos entra em cena, capitaneado por Epitácio Cafeteira (PDT), seguido de Domingos Dutra (PT), Marcos Igreja (PV) e Marcos Silva (PSTU).

O destino, porém, reserva a Roseana, em plena campanha, um inesperado momento de sofrimento. Por recomendação médica, viaja às pressas a São Paulo, a fim de submeter-se a uma delicada cirurgia. Por isso, não participa dos eventos políticos realizados na temporada que precede à pugna eleitoral, quando o corpo-a-corpo se faz necessário.

Mas o seu carisma era tão forte junto ao povo que a  campanha eleitoral ocorre como se ela tivesse presente, no que conta com a boa vontade de amigos e correligionários políticos, que se desdobraram para a sua candidatura se manter firme e inabalada.

E assim aconteceu. Realizadas as eleições, a sua supremacia nas urnas foi incontestável. Dos 2.059.544 eleitores que votaram em outubro de 1998, ela conquistou 1.005, 755 sufrágios, enquanto Cafeteira e Dutra, seus mais ferrenhos adversários, receberam, respectivamente, 405.578 e 97.538 votos.

Empossada a 1º de janeiro de 1999, afasta-se do cargo a 5 de abril de 2002, em cumprimento à lei de desincompatibilização, para candidatar-se ao Senado da República. O vice, José Reinaldo, entra em ação e completa o mandato até 31 de dezembro de 2002.

O segundo mandato de Roseana, não foi igual ao primeiro, no que diz respeito ao desempenho administrativo, fato atribuído a um audacioso projeto, introduzido por ela em 1999, com o objetivo de promover profunda reforma na máquina administrativa estadual, com a criação de 18 Gerências de Desenvolvimento Regional, destinadas à descentralização e regionalização das ações governamentais.

Esse novo modelo de gestão, previa, também, a extinção de secretarias de Estado e órgãos da administração indireta (autarquias e empresas públicas), algumas necessárias e indispensáveis ao funcionamento da máquina administrativa, atos que descontentaram e  contrariaram setores políticos e burocráticos conservadores e os levaram a sabotar aquela inovadora proposta de governo.

Ainda que o segundo mandato de Roseana não chegasse perto do primeiro, foi montado nele que a governadora se projetou no plano nacional e recebeu aplausos da mídia e dos tecnocratas, pela iniciativa pioneira de implantar no Maranhão uma Reforma Administrativa inédita no Brasil, que, se exitosa, poderia servir de modelo para outros estados da Federação. Como se não bastasse, fez ainda o nome de Roseana despontar nas pesquisas de opinião pública, como potencial candidata à Presidência da República, projeto implodido por forças políticas não interessadas em vê-la disputar a sucessão de Fernando Henrique Cardoso.

TERCEIRO MANDATO: 2009 A 2010

No pleito de 2002, Roseana se elegeu senadora, por isso, José Reinaldo Tavares, seu vice, conquistou o direito de ser o candidato do Grupo Sarney ao Governo do Maranhão, eleito para o exercício de janeiro de 2003 a dezembro de 2006.

Mas o que parecia inimaginável aconteceu naquela fase da política maranhense. José Reinaldo, devido a problemas particulares, que não merecem ser aqui comentados, distancia-se e rompe com o sarneísmo, fato que o leva a cair nos braços dos opositores de Sarney.

Resumo da ópera: em 2006, com a deflagração do processo sucessório, forma-se, com anuência de Zé Reinaldo, uma poderosa frente de combate ao sarneísmo, com o lançamento de seis candidatos: Jackson Lago, PDT, Edison Vidigal, PSB, Aderson Lago, PSDB, João Bentevi, Prona, Saturnino Moreira, PSOL, e Antônio Aragão, PSDC.

Para enfrentar essa belicosa estrutura partidária, Roseana Sarney, do PFL, é convocada para uma luta política pesada e imprevisível, em companhia do indomável João Alberto, candidato a vice.

Contra tudo e contra todos, ela consegue ser a candidata mais votada, com 1.282. 053 sufrágios, enquanto Jackson, Vidigal e Aderson Lago, pela ordem, conquistaram, respectivamente, 933.089, 387.337 e 93.651 votos.

No somatório da votação geral, Roseana não obteve a maioria absoluta, o que provoca um segundo turno, entre ela e Jackson Lago, confronto que mudou o cenário da política maranhense, ao apontar no final da apuração a vitória do candidato do PDT, com 1.393.754 votos, e a candidata do PFL, 1.295.880 sufrágios.

As forças partidárias que apoiaram Roseana não se conformaram com o resultado do pleito, no entendimento de o vencedor praticar e abusar do poder econômico e político no processo eleitoral, razão pela qual ingressam  na Justiça Eleitoral com uma ação de impugnação do mandato do candidato do PDT, argumento que convence o Tribunal Superior Eleitoral a cassar o mandato de Jackson e mandar a segunda colocada no pleito, Roseana Sarney, a assumir o cargo de governador, para cumprir um mandato de curta duração:17 de abril de 2009 a 31 de dezembro de 2010.

QUARTO MANDATO: 2011 A 2014

Levando em conta de que a presença de Roseana no governo do Estado foi meteórica, pois mais da metade do mandato havia sido exercido por Jackson Lago, os partidos que lhe davam sustentação política – PFL, PMDB, PT e PV, convencem a candidatar-se às eleições de outubro de 2010, para desenvolver um trabalho fecundo em favor do Maranhão.

Naquelas eleições, Roseana se depara com um quadro bem diferenciado dos anteriores, por isso, exige mudanças na sua estratégia política, com vistas a neutralizar as investidas do jovem deputado federal, Flávio Dino, bem colocado nas pesquisas, e do veterano Jackson Lago, que magoado e revoltado com a perda do mandato de governador, promete dar a volta por cima.

A proposta dos dois candidatos, de juntos ou separados, desestabilizar Roseana, nos programas veiculados pelas emissoras de rádio e televisão, não se consubstancia em sua plenitude, graças a uma iniciativa do senador José Sarney, que se vale do presidente Lula, empenhado até a medula, na eleição de Dilma Roussef para sucedê-lo no Palácio do Planalto, firma um acordo de mão dupla, em que o sarneísmo se comprometia a votar na candidata do PT a Presidente da República, e Lula, por sua vez, garantia a presença no palanque roseanista dos petistas tupiniquins. Para fechar solenemente o acordo, Lula ainda emplaca o seu lugar-tenente no Maranhão, Washington Oliveira, na chapa de Roseana, como vice-governador.

Realizado o pleito em 3 de outubro de 2010, ao qual compareceram 4.320.748 eleitores, com 3.285.100 votos apurados,  Roseana conquista 1.459.792 sufrágios, Flávio Dino, 859.402, e Jackson Lago, 569.412, votação que assegura a ela uma espetacular vitória no primeiro turno.

Em 1º de janeiro de 2011, Roseana, pela quarta vez, é empossada no cargo de governadora, para cumprir o mandato que acabaria a 31 de dezembro de 2014. Eu disse acabaria, porque antes de seu mandato chegar ao final, ela, estranhamente, renuncia ao cargo que ocupava a 10 de dezembro de 2014, ato que conduziu o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo, ao comando do Poder Executivo.

Antes disso, em 27 de outubro de 2011, a governadora se licencia para tratamento de saúde e transmite o governo ao vice, Washington Oliveira, o qual, a 31 de outubro daquele ano, entrega o poder ao presidente da Assembleia, Arnaldo Melo, este, por sua vez, transfere a 3 de novembro de 2011, ao presidente do Poder Judiciário, desembargador Jamil Gedeon, que permanece no cargo até 7 de novembro de 2011, quando, finalmente, o devolve a Roseana Sarney.

 

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