O ESPÍRITO BRIGUENTO DOS MARANHENSES

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Hoje, divido este espaço jornalístico com o saudoso professor Jerônimo de Viveiros, um dos maiores historiadores do Maranhão, pelo acervo de obras que nos legou sobre atos, episódios e acontecimentos ocorridos no passado.

No recente livro organizado pelo pesquisador Luiz de Mello, intitulado Dois Estudos Históricos, da autoria de Jerônimo de Viveiros, encontram-se dois extraordinários trabalhos da rica historiografia maranhense: “Esforço da história do açúcar no Maranhão” e “No tempo das eleições a cacete”.

Neste último, o assunto abordado refere-se ao espírito briguento dos maranhenses, a respeito do qual questiona a origem, chegando a desafiar os sociólogos à sua elucidação.

Para esclarecer a tão instigante situação, Viveiros oferece exemplos históricos, ocorridos nas fases colonial e imperial, que comprovam a belicosidade maranhense. No período colonial, com o predomínio das lutas entre “colonos e jesuítas na solução do problema da mão de obra, e entre capitães-generais, governadores e camaristas no exercício da administração da cidade”.

Na fase da independência, o enfrentamento com os portugueses, que nos queriam subjugar à metrópole. Brigamos muito, mas, ao final, aderimos ao Grito do Ipiranga.

Acabada a Independência, nos insurgimos destemidamente contra a Junta Governativa dos três Bês – Belfort, Burgos e Bruce, este, o executor das Brucinadas, que primava pelo regime da extorsão e da violência.

Com a abdicação de Dom Pedro, no interior do Maranhão, o estouro das revoltas populares contra os fazendeiros e os governantes, que custaram milhares de vidas. Conhecidas como Guerra da Balaiada, teve no Negro Cosme a figura de maior realce, o qual, na condição de Tutor e Imperador das Liberdades Bem-te-vis, fez o Governo Imperial mandar para o Maranhão o coronel Luiz Alves e Silva, o Duque de Caxias, que comandou as tropas oficiais e sufocou os balaios.

Após a Balaiada, cresceram as lutas partidárias. De um lado, o Partido Liberal ou Exaltado, Bem-te-vis e Luzias; de outro, o Partido Conservador ou Moderador, conhecido por Cabano e Saquarema, que se alternavam no poder e conduziram a província à intranqüilidade social e à ingovernabilidade. Não por acaso, nessa época, foram proclamadas no Maranhão as Repúblicas de Pastos Bons, de São Bento e a Revolta dos Frades.

No estudo que fez sobre o “espírito briguento dos maranhenses”, Viveiros aborda apenas os entreveros das fases colonial e imperial, deixando em aberto as lutas do período republicano, algumas das quais ora registro. Proclamada a República, um ato intempestivo do governador provisório, Pedro Augusto Tavares Junior, leva o governo do marechal Deodoro à polvorosa, por assinar um decreto estabelecendo a liberdade de cultos e suspende os pagamentos à Igreja Católica. Resultado: o Maranhão cria o primeiro conflito no regime republicano e logo com a clerocracia, que vivia à custa de recursos públicos.

No segundo quadriênio republicano (1898-1902), no governo de João Gualberto Torreão da Costa, vieram à tona duas ocorrências graves: a luta aberta entre os líderes Jeferson Nunes (governista) e Leão Leda (oposicionista), conhecida como Conflito de Grajaú ou Guerra dos Ledas, e  o “Morticínio de Alto Alegre”, em que índios assassinaram dezenas de capuchinhos italianos, estes, em missão de catequese.

No oitavo quadriênio governamental (1922-1926), grupos da Polícia Militar, depuseram o vice-presidente, Raul Machado e empossaram uma Junta Governativa, que, com menos de 24 horas, o tenente-coronel Cunha Leal, comandante do 24º Batalhão de Caçadores, domina o movimento e restabelece o governo constitucional.

No Governo Pires Sexto, irrompe em outubro de 1930, a chamada Revolução de Trinta, liderada pelo jornalista José Maria dos Reis Perdigão, que consegue sublevar o 24º BC. O governador é deposto e foge para Belém. Uma Junta Governativa, formada pelos tenentes do Exército, do qual fazia parte Reis Perdigão, assume o Governo do Estado. Nesse período revolucionário, as disputas se dão entre os próprios interventores e entre estes e as lideranças empresariais.

Com a derrubada do Estado Novo, que vigorou de 1937-1945, sob o tacão do interventor Paulo Ramos, o Maranhão reencontra-se com a democracia, agora sob o reinado do senador Vitorino Freire, que trava duros combates com os adversários. De 1946 a 1965, vitorinistas e oposicionistas esgrimem as armas nas urnas e nas ruas, no interior e na capital do Estado. Não foram poucas as vezes que São Luis paralisou as suas atividades públicas e privadas, por conta das turbulências políticas. Em 1951, a posse do governador Eugênio Barros foi turbada porque o povo, em praça publica questiona a sua eleição, segundo as Oposições, feita sob o império da fraude eleitoral.

Nem mesmo no regime da ditadura militar (1964- 1985), cessaram as disputas políticas no Maranhão.  As eleições indiretas, que na maioria dos Estados, ocorriam sem sobressaltos ou tumultos, entre nós, realizavam-se sob o império das intimidações, das ameaças e das retaliações. Esse clima de discórdia não se dava apenas entre as agremiações governistas e oposicionistas. A guerra era dentro do próprio partido do governo – a Arena, de onde emanava o ungido pelo Palácio do Planalto.

SARENEY NAS OLÍMPIADAS

Em São Luis, o ex-presidente José Sarney recebeu um convite especial.

Do Comitê dos Jogos Olímpicos para marcar presença na abertura do maior certame esportivo mundial.

Sarney, por motivos particulares, não deve comparecer ao evento.

JANTAR COM LULA

O senador Roberto Rocha foi o único representante do Maranhão a comparecer ao jantar que o senador Roberto Requião ofereceu, na semana passada, ao ex-presidente Lula.

Roberto foi convidado por um motivo muito simples: ainda não definiu o seu voto na segunda etapa do impeachement.

Na votação pela admissibilidade do impeachement da presidente Dilma Roussef, votou a favor.

AMOR E ÓDIO

Fácil entender o tipo de relação entre os deputados Eduardo Cunha e Waldir Maranhão.

Não há vaga para outro sentimento que não seja amor e ódio.

No começo, o amor aflorou. Ao final, o ódio vicejou em toda plenitude.

CANDIDATO A VICE

O deputado João Marcelo, do mesmo partido do vereador Fábio Câmara, defende uma solução para resolver o problema do PMDB nestas eleições ao cargo de prefeito de São Luis.

O vereador Fábio Câmara retira a candidatura a prefeito e o PMDB, faz uma aliança com o Partido Progressista, e vira o vice na chapa encabeçada pelo deputado Wellington do Curso.

Consolidada essa chapa, não há como perder a corrida sucessória para a prefeitura de São Luis, afirma João Marcelo.

BATIZADO NA FRANÇA

Valéria e Nelson Almada Lima acabam de regressar de Paris, onde assistiram ao batizado da neta dele e filha de Camila.

Voltaram impressionados como o sacramento do batismo é praticado na capital da França, que foge literalmente ao ritual católico brasileiro.

Estavam em Paris no domingo em que a seleção da França perdeu o título de campeão da Eurocopa para Portugal e viram de perto a tristeza do povo gaulês.

PV NO CASAMENTO

Poucos políticos no casamento de Ana Theresa e Felipe Carvalho. Destaque para o ex-deputado federal Eduardo Jorge, do PV de São Paulo.

Circulou na recepção sempre ao lado do ministro Sarney Filho, seu companheiro de partido.

 

 

 

 

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