A PRESIDÊNCIA DA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS

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Ingressei na Academia Maranhense de Letras a convite do então presidente Jomar Moraes, para ocupar a Cadeira 13, vaga com o falecimento do inesquecível amigo e professor Fernando Eugênio dos Reis Perdigão, que ministrava a disciplina Economia Política, na antiga Faculdade de Direito, que funcionava na Rua do Sol.

A minha eleição ocorreu  a 2 de agosto de 1990. Participaram da eleição  37 acadêmicos. Oito dias após a eleição, ou seja, a 10 de agosto, em solenidade festiva, eu tomava posse, sendo recebido pelo jornalista Mílson Coutinho.

À época da minha eleição e posse, exercia o cargo de secretário da Cultura, na gestão do governador João Alberto de Sousa, colega de turma, no Liceu Maranhense, que ofereceu bela recepção no Palácio dos Leões aos amigos e convidados.

Três anos após ingressar na Casa de Antônio Lobo, pela minha ativa participação nas sessões e nas atividades acadêmicas, Jomar  passou a convocar-me a tomar parte nas diretorias que bienalmente dirigiam a AML, ora como secretário, ora como tesoureiro, cargos que ocupei com lisura e eficiência.

Nas eleições para o biênio 2010-2012, nas quais o acadêmico Mílson Coutinho elegeu-se presidente, figurei na chapa como vice-presidente.

Substituto eventual de Mílson, nas ocasiões em que ele, por motivo de saúde, não podia ocupar o cargo, eu o substituía, com lealdade e firmeza, até o dia em que decidiu renunciar definitivamente ao posto de presidente, por recomendação médica.

Com a vacância do cargo, em 17 de março de 2011, galguei a presidência da AML, e completei o mandato para o qual fui eleito, num dos momentos mais difíceis e complicados da instituição, que atravessava  enormes dificuldades financeiras.

Pela maneira como me conduzi à frente da AML, não deixando que a Casa sucumbisse diante de tantos problemas, os confrades acharam por bem  eleger-me presidente para o biênio 2012-2014, quando enfrentei as mesmas agruras e dissabores, mas consegui ultrapassá-las com determinação e coragem, fato que me levou à reeleição e a continuar na direção da Instituição, por insistência de meus companheiros, nos biênios de 2014 a 2016 e de 2016 a 2018, períodos em que a Academia Maranhense de Letras, viveu, modéstia a parte, momentos gloriosos, do ponto de vista acadêmico, sobretudo no último biênio, ao levá-la ao encontro da juventude maranhense e editar e reeditar 24 livros, graças ao projeto realizado em parceria com a Secretaria da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura.

Como não desejava perpetuar-me no comando da AML, tive a precaução de reiteradamente avisar aos confrades que este biênio era o último à frente da Instituição, razão pela qual os concitava a se apresentarem candidatos às eleições de novembro deste ano.

A princípio, dois valorosos confrades manifestaram a vontade de ocupar o posto de presidente, mas, por motivos particulares, acabaram desistindo. Resultado: diante dos apelos, recuei e, pela quinta vez, concordei ser indicado para dirigir a Casa de Antônio Lobo.

Para a AML não ficar acéfala e à deriva, curvei-me aos ditames dos confrades, que confiaram no meu modo de agir, sempre com lisura, e de  conduzir  com seriedade uma Instituição conceituada, prestigiada e respeitada pela sociedade maranhense.

Com esse sentimento e essa determinação, espero, mais uma vez,  com a ajuda dos companheiros da diretoria e a colaboração dos confrades, lutar para a Academia Maranhense de Letras não se apequenar diante das dificuldades, mas, ao contrário, agigantar-se e contribuir para o engrandecimento da cultura de nossa terra e de nossa gente.

DE SARNEY PARA BUZAR

Eis o teor da mensagem de José Sarney enviada a este jornalista: “Assistimos no último sábado, dia 18, a uma cerimônia comovente, cheia de significado humano e de um amor desses raros e que marcam a vida não só das pessoas envolvidas, mas de toda a sociedade: a celebração das Bodas de Ouro de vocês, na qual, numa frase, Buzar tocou o coração de todos nós ao dizer que se tiver outra vida quer nascer casado com Solange, disse isso com os olhos cheios de lágrimas e chorando mesmo”.

“Buzar contou a história fascinante de seu romance com Solange, de sua obstinação em conquistá-la, e depois de anos de namoro, nascer uma relação marcada pelo mais sublime de todos os sentimentos humanos, o amor, que São João dizia ser Cristo em luz e amor”.

“Mas esse amor não é árvore que nasce em qualquer lugar, precisa de terra onde possa florescer e ser fértil, como na parábola contada pelo Evangelista”.

“Esta terra tem em Solange, criatura admirável e educadora extraordinária, que inclusive muito fez pela implantação do CEMA, hoje TV Educativa, que colocou o Maranhão na modernidade digital, um terreno no qual o amor pode crescer de maneira sublime”.

“Solange encontrou o parceiro certo numa criatura rara, Buzar, inteligência privilegiada, grande coração, homem de cultura, dono de uma bagagem literária que o coloca entre os grandes historiadores do Maranhão, cidadão exemplar, companheiro leal e respeitado por todos, sendo o presidente julgado imprescindível de nossa Academia Maranhense de Letras”.

“Eu e Marly estivemos presentes na celebração das Bodas de Ouro, uma festa belíssima, organizado com mãos-de-fada, carinho e marcada pela emoção que dominou a todos”.

“Nossos parabéns a Solange e Buzar, que, com  seus exemplos, contagiaram os presentes, no desejo da contínua felicidade e no agradecimento a Deus pela oportunidade de compartilharmos da celebração de um amor que é eterno”.

O INJUSTIÇADO JOSUÉ MONTELLO

A última edição da revista Veja dedica ampla matéria à situação do negro no Brasil, mas discrimina de modo inaceitável o escritor maranhense, Josué Montello, autor de um dos livros mais importantes, publicados no Brasil, tendo como foco a escravatura: Os Tambores de São Luís.

A revista pecou ao recomendar aos leitores cinco livros considerados obras fundamentais sobre a história dos negros no Brasil: “O Abolicionismo, de Joaquim Nabuco,  Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire, O Negro no Futebol Brasileiro, de Mário Filho, Branco e Negros em São Paulo, de Roger Bastide e Florestan Fernandes, e o Genocídio do Negro Brasileiro, de Abdias Nascimento”.

O livro de Josué, Tambores de São Luís, não poderia deixar de fazer parte dessa coletânea, pois mostra, de forma romanceada, a saga vivida pelo negro em terras maranhenses, onde a escravatura foi usada de maneira abusiva para manter a classe rica no poder.

SOBRADO AMARELO

Um dos mais belos sobrados coloniais do Maranhão, localizado na cidade de Viana, que pertencia aos herdeiros da família Gaspar, passou a ter outro destino.

Por  interferência da Academia Maranhense de Letras, o Sobrado Amarelo, mesmo em situação de abandono, agora  integra o patrimônio da municipalidade vianense, que envidará esforços para conseguir recursos federais para recuperá-lo e transformá-lo num grande centro cultural.

Em Viana, membros da Academia Maranhense de Letras e da Academia Vianense de Letras, assistiram os irmãos Carlos, Antônio e Raimundo Gaspar assinarem a escritura pública que transferia a propriedade do Sobrado Amarelo para o domínio municipal.

 

 

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