GEISEL, VITORINO E SARNEY

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Dias atrás, o nome do general Ernesto Geisel, que governou o Brasil no período de 1974 a 1979, voltou ao noticiário nacional por causa de um documento secreto de 1974, liberado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, segundo o qual teria aprovado a continuidade de uma política de execuções sumárias de adversários da ditadura militar, bem como orientado o Chefe do Serviço Nacional de Informação, João Batista Figueiredo, seu sucessor na Presidência da República, a autorizar pessoalmente os assassinatos.

O documento, emanado de uma fonte do porte do Departamento de Estado do EUA, repercutiu no Brasil, onde o General Ernesto Geisel, por não ser considerado adepto da linha dura, tentou evitar que  o seu governo  fosse marcado por torturas e sevícias aos que faziam oposição ao regime militar.

A notícia, que tanta celeuma provocou nos meios políticos, chegou ao meu conhecimento no exato momento em que me entregava à leitura do livro intitulado “Ernesto Geisel”, organizado pelos historiadores Maria Celina D’Araújo Castro e Celso Castro, publicado pela Fundação Getúlio Vargas.

O livro, com quase 500 páginas, pautado em perguntas e respostas, mostra de forma eloquente a história de vida do ex-presidente da República, desde que ingressou na carreira militar até o momento em que chegou ao Palácio do Planalto, como sucessor de seu colega de farda, Emílio Garrastazu Médice.

Um ponto interessante do livro é a instigação dos historiadores ao entrevistado, com respeito ao Estado brasileiro que mais lhe deu problema no processo sucessório de governadores. A resposta do militar foi sem rodeios e taxativa: – O Maranhão.

Segundo Geisel, “No Maranhão, houve um problema difícil na indicação do candidato a governador, por causa do conflito existente entre Sarney e Vitorino Freire”. E prossegue: “Eu era amigo há vários anos do Vitorino, como também fui do Sarney, mas os dois eram completamente irreconciliáveis”.  E concluiu: “O Vitorino era muito desabrido. Dizia desaforos  sobre o Sarney, por isso, acabei por escolher um governador que era um homem probo, mas estabanado”.

A apreciação do general Geisel sobre o indicado para governar o Maranhão, merece, de minha parte, um reparo para corrigir uma gritante injustiça contra o cidadão Osvaldo da Costa Nunes Freire, por ele apontado como “um homem estabanado”.

Em hipótese alguma concordo com tamanha grosseria,   imputada a uma pessoa que ao longo da vida profissional (médico) e política (deputado estadual e federal),  não descambou para a prática de atos que o identificassem  como um troglodita ou que usasse a violência para se impor na sociedade. Quem o conheceu, sabe que era um homem dotado de forte personalidade, mas não fazia disso um instrumento para passar por cima de seus semelhantes, que fazia questão de respeitá-los em qualquer circunstância.

Convivi com Nunes Freire nos idos de 1964, na Assembleia Legislativa, como deputados de oposição ao Governo Newton Bello. Não esqueço a sua brava resistência às pressões militares para votar no projeto de cassação de mandatos parlamentares meu e de Sálvio Dino, que o povo maranhense  nos outorgou nas eleições de 1962.

FEIRAS DA CIDADE

Nos supermercados de São Luís, os produtos que mais faltaram, por ocasião da greve  dos caminhoneiros, foram frutas, verduras e legumes.

Mas quem procurou esses produtos nas feiras da cidade,  naqueles dias de angústia e apreensão, não se arrependeu e voltou satisfeito para casa.

Eu sou um frequentador semanal da feira do bairro de São Francisco, por isso, vi, em plena crise de desabastecimento,  os feirantes em suas barracas,  oferecendo em abundância os produtos hortifrutigranjeiros, exatamente os carentes nos supermercados.

Que se louve a prefeitura de São Luís por esse trabalho.

MILITARES E GABINETES

O Governo do Estado prestaria um grande serviço à segurança pública se em vez de nomear pastores evangélicos para capelães da Polícia Militar, procurasse acabar com uma prática nociva ao serviço público do Maranhão: a cessão de centenas de policiais para atuar como assessores administrativos e seguranças de autoridades.

Se o Governo providenciasse o retorno desses militares às suas corporações, a Polícia Militar passaria a contar com um reforço numeroso de profissionais, há anos  afastados de suas atividades específicas, os quais, reintegrados às suas origens, certamente prestariam serviços mais úteis à sociedade.

UM NOVO ROMANCISTA

As letras maranhenses acabam de ser enriquecidas com mais um valoroso romancista.

Trata-se do jovem Vinicius Bogéa, com o seu novo romance, Belo Maldito, publicado pela editora paulista, Novo Século, premiado em terceiro lugar num concurso   literário de âmbito nacional, promovido pela editora carioca Oito e Meio.

Antes de Belo Maldito, Vinicius Bogéa publicou três romances – Roubando Sonhos, Céu de Ilusões e Diário Oculto, todos elogiados pela crítica.

O IMBATÍVEL GUSTAVO

Em agosto vindouro haverá eleição na Universidade Estadual do Maranhão.

Pela positiva gestão que realiza na UEMA será inquestionável a recondução do  professor Gustavo  Costa ao cargo de reitor, para cumprir mais um mandato de quatro anos.

A reeleição do atual reitor é de tal forma insofismável que provavelmente não aparecerá  nenhum  candidato com coragem suficiente para enfrentá-lo.

CULTURA NA PONTA D’AREIA

O imponente prédio de azulejos ocupado pela Secretaria da Cultura, na Praia Grande, vai passar por ampla reforma.

Sendo um órgão que cuida, preserva e promove as tradições artísticas e culturais de nosso povo e de nossa gente, esperava-se que as suas atividades funcionais continuassem no Centro Histórico, onde o Estado dispõe de uma quantidade de imóveis desocupados.

Lamentavelmente, a Secretaria da Cultura transferiu-se de armas e bagagens para uma casa alugada, na Ponta D’Areia.

ZEZÉ E ELIR

No final do ano passado, Zezé e Elir Gomes, trocaram a velha São Luís pela moderna Guaratinguetá.

Não foi uma decisão fácil para um casal, nascido e criado em São Luís, onde vivia cercado do carinho de numerosos familiares e da admiração de amigos fraternais.

Mas a mudança aconteceu para atender ao chamamento dos filhos, radicados profissionalmente na progressista cidade paulista.

Este mês, Zezé e Elir retornaram a São Luís para matar as  saudades de parentes e amigos e assistirem o nascimento do segundo bisneto.

UM CANTOR BOEIRO

Acho Agnaldo Timóteo, como figura humana, um chato, mas como cantor, inegavelmente, é um extraordinário interprete da música popular brasileira, principalmente  na arte de cantar melodias românticas.

Por isso, não se justifica a presença de Agnaldo Timóteo nos arraiais juninos de São Luís, à custa do dinheiro público, para cantar um repertório musical que não tem nada a ver com o evento.

Para se adequar ao espírito junino, o cantor pretende se apresentar no show com indumentária de boeiro e cantando toadas do bumba-boi maranhense.

MARLON MELOU

O juiz Marlon Reis conquistou notoriedade nacional por defender uma ideia que virou lei e conhecida por Ficha Suja, que proíbe candidaturas a cargos eletivos de figuras políticas marcadamente comprometidas com a corrupção e condenadas pela Justiça.

Por ser oriundo da região do Tocantins, disputou as eleições de governador do Estado mais novo da Federação brasileira.

Como era um ilustre desconhecido, a sua votação foi desprezível, fato revelador de uma campanha política mal projetada.

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