TRISTE FIM DO BABAÇU

0comentário

Ao longo do século passado, o babaçu foi o produto do reino vegetal mais cotado para promover a salvação da economia do Maranhão. Por causa desse sonho, setores da iniciativa privada e da área pública trabalharam juntas e harmoniosamente em torno de políticas voltadas para o aproveitamento integral do epicarpo, mesocarpo e endocarpo dessa planta nativa, abundantemente encontrada em terras maranhenses.

Com os olhos de ontem, ainda lembro das enormes quantidades de amêndoas de babaçu que os caminhões de meu pai conduziam de Itapecuru para São Luís, destinadas às fábricas que as transformavam em produtos para o consumo doméstico ou em óleo, este, vendido para grandes empresas do sul do país – União Fabril Exportadora, Casas da Banha, Gessy Lever, Indústrias Matarazzo, Colgate Palmolive, Refinaria de Óleo do Brasil e Sambra.

Nessa viagem ao passado, não há como esquecer os esforços e as ações arregimentadas nas décadas de 1930 e 1940, pelo interventor Paulo Ramos e pela Associação Comercial do Maranhão, no afã de fazerem do nosso babaçu um produto, que pelo seu rico teor nutritivo, poderia ser uma extraordinária fonte de divisas para o Brasil.

Paulo Ramos, nesse sentido, convenceu um poderoso grupo paulista a investir recursos fabulosos no povoado Kelru, município de Itapecuru, para ali instalar um parque industrial de grande porte, para transformar a matéria-prima do babaçu em bens alimentícios (margarina, óleo comestível e gordura vegetal) e produtos da indústria química (sabão, sabonete, xampu velas, etc).

A fábrica, inaugurada com tamanha pompa e esperança, fez Getúlio Vargas mandar o seu ministro da Agricultura representá-lo naquele ato festivo em que as Indústrias do Babaçu Ltda, prometeram colocar no mercado interno e externo produtos de boa qualidade.

Mas a empresa paulista, à falta de gerenciamento, de conhecimento da realidade maranhense e dos percalços advindos do término da Guerra Mundial, fechou as portas intempestivamente.

O setor empresarial, por sua vez, para não ficar inerte, caiu em campo e criou a Campanha da Produção, para dar ao homem rural e aos comerciantes do interior do Estado, mecanismos creditícios, instrumentos agrícolas e até a assistência médica, tudo isso para incrementar e melhorar a qualidade da produção do setor primário.

Em outro momento da vida econômica do Maranhão – 1960 a 1980, o babaçu teve seus dias de glória e de ufanismo, graças a dois organismos criados pelo Governo Federal – SUDENE e SUDAM, com atuações, respectivamente no Nordeste e na Amazônia, que através de incentivos fiscais, inflaram o empresariado das regiões mais atrasadas do país com recursos substanciais, para tirá-lo do marasmo econômico.

Essa injeção de recursos, proveniente dos artigos 34 e 18, relativos aos Decretos 3.995 e 4.239, deu novo alento ao mundo empresarial maranhense, repleto de firmas familiares, mas transformadas em Sociedades Anônimas, para se habilitaram a correr atrás dos incentivos financeiros das duas autarquias.

A farta liberação dos mecanismos fiscais da SUDENE e da Sudam, resultou na instalação de numerosas usinas e fábricas no interior e na capital do Maranhão, que passaram a produzir em larga escala óleo e torta de babaçu. No final da década de 1970, 34 empresas oleíferas dominavam o mercado e dessa maneira: São Luís 9, Caxias 6, Bacabal 4, Timon 3, Coroatá, Paraibano, Barão de Grajaú e Vargem Grande 2, Imperatriz, Codó e São João dos Patos 1.

Esse impulso gigantesco, deflagrado na economia maranhense, de repente começou a virar pó por dois motivos. 1) o aparecimento de uma oleaginosa no sudeste brasileiro – a soja, preferida no mercado por não ser nociva à saúde humana se comparada ao babaçu, acusado de ser um óleo portador de colesterol. 2) o desvirtuamento dos recursos de incentivos fiscais para atividades comerciais e políticas. Resultado: os empresários faliram e as fábricas viram sucatas.

 Depois dessa debacle, o babaçu passou a viver a sua eutanásia, mas ainda não recebeu o atestado de morte por que as quebradeiras de coco o adotaram como meio de sobrevivência.   

DEMISSÃO NO ARQUIVO

Na semana passada, escrevi uma nota dizendo que o governador Flávio Dino demitira injustamente a diretora do Arquivo Público, Helena Spíndola.

Quero publicamente pedir a ele desculpas, pois a demissão da diretora do órgão deu-se a pedido da própria servidora por motivo de aposentadoria do serviço público.  

Como dizia o grande compositor Ataulfo Alves, perdão foi feito pra gente pedir.

COMANDANTE DA AERONÁUTICA

O novo comandante da Aeronáutica, Antônio Carlos Bermudez, não é maranhense, mas por laços de família, tem vínculo sentimental com a nossa terra.

Ele é casado com a maranhense e prima do engenheiro Francisco Batista Ferreira, por isso vem sempre a São Luís rever os familiares da esposa.

Sônia e Chico Batista assistiram em Brasília, no mês passado, a solenidade de posse do brilhante oficial no comando da Aeronáutica.

SUSTO DO DEPUTADO

Antes de assumir o mandato de deputado federal, o pastor Gildenemyr passou por um baita susto, em Brasília.

Ao abrir o jornal Folha de São Paulo, edição de 30 de janeiro passado, viu a sua fotografia estampada, com destaque, na página 4, do primeiro caderno.

Pensou que a matéria fosse alguma denúncia contra a sua pessoa. Ledo engano, pois dizia respeito à sua transferência do PMN para o PSL, partido do Presidente Jair Bolsonaro.

O DEPUTADO RESSUSSITADO

O grande estadista Winston Churchill dizia com toda sabedoria que só a política tem a capacidade de fazer a gente ressuscitar quantas vezes morrer.

O caxiense José Gentil acaba de provar a veracidade da máxima do estadista inglês.

Depois de eleito deputado estadual em 1986, ficou 32 anos fora das lutas políticas. Em 2018 deu a volta por cima e se elegeu para uma Assembleia Legislativa cuja grande maioria é constituída de gente jovem.         

BOLSONARO E O MARANHÃO

Com relação aos maranhenses, a caneta do Presidente Bolsonaro tem sido mais cruel do que misericordiosa.

Até agora, quatro maranhenses passaram pelo crivo do Palácio do Planalto.

Três foram exonerados: Chiquinho Scórcio, Márcio Lobão e Ana Graziela Neiva Garrido. Apenas Kátia Bogéa se manteve no cargo de Presidente do IPHAN.

ESSE FUFUQUINHA

Quando Fufuquinha se elegeu, pela primeira vez, deputado estadual, era um ilustre desconhecido e não passava de um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones.

Sem ninguém esperar, deu um espantoso salto: saiu da Assembleia Legislativa, quase no anonimato, para a Câmara Federal, onde, no primeiro mandato, realizou uma proeza que poucos políticos maranhenses conseguiram: ocupar um lugar de destaque na Mesa do Parlamento.

Quem apostou na sua derrota nas eleições de 2018, caiu do cavalo. Elegeu-se e novamente manobrou competentemente para figurar na atual Mesa da Câmara Federal, da qual é o quarto secretário, na condição de representante do PP.  

VOZES ESTRANHAS

O Governo está anunciando a presença de alguns cantores de nomeada expressão no carnaval de São Luís.

Tudo bem, mas alguém poderia explicar o que Chico César, Lucy Alves e Vanessa da Mata têm a ver com o carnaval de rua?

GOVERNO ATÍPICO

No Governo Bolsonaro, se os militares falam quase sempre a mesma língua e dizem coisas ponderadas, os civis, ao contrário, esmeram-se em tumultuar o ambiente e extravasar coisas insensatas.        

Sem comentário para "TRISTE FIM DO BABAÇU"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS