Como somos diferentes!

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Nada melhor que uns bons dias de férias para recarregar as baterias e, após o merecido descanso, retornar ao cotidiano enfrentando os novos desafios com muito mais energia. Muito embora nossa mente se mostre completamente oxigenada, quase sempre voltamos fisicamente mais cansados de que antes da partida. Uns dois dias a mais bem que poderiam ser úteis para proporcionar o descanso das férias…

Durante as minhas viagens procuro sempre observar como vivem as pessoas, o que comem, que lugares freqüentam, enfim, conhecer um pouco mais do dia-a-dia de cada povo. Diferentemente do olhar curioso do turista, procuro fazer minhas próprias análises para depois, então, tirar as minhas próprias conclusões.

Em recente passagem pelo Interior da França, presenciei a cena de uma turista brasileira, que pelo gestual apresentado mais parecia uma expert em linguagem corporal, querendo comprar um pão francês numa tradicional e charmosa Boulangerie.

− Não! Não é esse não! Eu quero é o pão francês. Aquele pequenininho…

Ante a negativa da jovem vendedora, a turista não se conteve:

−Mas como aqui não tem pão francês?! Aquele pãozinho de massa grossa! Então me enganaram! Passei a minha vida inteira comendo aquele pãozinho como se fosse francês e agora chego aqui na França e a senhora me diz que não tem pão francês!…

− Desolé, madame! Mas aqui todos os pães são franceses… Temos pain aux raisins, pain au chocolat, croissant, chausson aux pommes, brioches e as nossas tradicionais baguettes. Aliás, aproveite e leve uma que está bem quentinha!

Inconsolada, porém com pinta de francesa, a turista saiu da padaria carregando debaixo do braço uma baguette enrolada num pequeno papel de embrulho. Deve estar até hoje agradecendo à vendedora pelo melhor pão que certamente ela já comeu na vida!

Nos trens, ônibus e metrôs, vê-se muita gente triste. Desemprego e custo de vida elevado ameaçam a todos por aquelas bandas. Inclusive para eles, que ganham em Euro, a vida não está nada fácil. A crise afeta até o humor das pessoas.
Nos transportes públicos, mesmo sentados um ao lado do outro, dificilmente alguém puxa uma conversa com o vizinho. Se você não toma a iniciativa de engrenar um papo, não espere que seu vizinho lhe dirija uma simples palavra. E agora, com essa onda de i-Phone e i-Pod, até os jovens, que em princípio são mais extrovertidos, estão se tornando a cada dia mais fechados em seu próprio mundo.

De volta ao Brasil, constato que a realidade é outra. Completamente diferente! Colocando à parte a temperatura, os buracos, a quantidade de crianças pelas ruas, o barulho etc… o que chama atenção, mesmo, é o comportamento de nosso povo. A alegria é vista no brilho dos olhos das crianças que fazem da imaginação o combustível de seus sonhos, e é presente até mesmo nos semblantes dos mais humildes. 

Chego cedo à padaria para comprar leite, pão e umas frutas. Na fila me deparo com uma jovem morena. Mesmo sem me conhecer, ela me mostra o estrago no corpo causado pelas picadas dos insetos. Piúns! Diz ela.

− Fui passar um final de semana em Morros, pra conhecer a Cachoeira dos Arrudas, e olha como ficou o meu corpo? Mostrava os braços, ombros e pernas, todos marcados pelo apetite voraz desse pequeno inseto borrachudo.

Minha mulher que estava ao lado, logo engrenou uma conversa. Relatou que já havia passado por uma experiência semelhante, que tinha ido parar no hospital e até corticóide havia tomado… Quando me deparei já estavam as duas trocando o endereço do médico especialista e coisa e tal… Coisa de louco!

Em raríssimos países no mundo se conseguiria imaginar uma cena dessas! Aliás, aqui em nossa terra, brasileiro que se preza não precisa de psicólogo…

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