Livro inédito de Jerônimo de Viveiros

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Jerônimo de Viveiros, nasceu em São Luís a 11 de agosto de 1884. Seus antepassados, de origem espanhola chegaram ao Maranhão por volta de 1780 e se estabeleceram em Alcântara, em cujo meio se tornaram uma das famílias mais influentes. Seu bisavô (1789-1857), que tinha o seu mesmo nome, foi senador do Império. Seu avô, Francisco Mariano de Viveiros Sobrinho (1819-1860), barão de São Bento, foi deputado provincial e geral (10ª Legislatura, de 1857 a 1860), chefe do partido Conservador, fidalgo e cavaleiro da Casa Imperial.
Jerônimo era um dos cinco filhos de Maria Francisca e Jerônimo José Viveiros.
Ficando órfão de pai aos dois anos de idade, Jerônimo foi criado em um ambiente extremamente conservador e, em São Luis, iniciou o caminho das letras através de professores particulares, passando pelo Colégio Nossa Senhora da Glória, até a chegada ao Liceu maranhense.
Decidindo-se pelo Curso de Direito, viajou ao Rio de Janeiro para ingressar, sem maiores dificuldades, no Curso de Direito da então capital federal. Devido à fragilidade da saúde de sua mãe, teve que abandonar o curso, a essa altura no terceiro ano, para retornar ao Maranhão.
Estava com 22 anos quando se decidiu pelo magistério, como sendo uma das alternativas disponíveis para um jovem inteligente e amante das letras.
Assim, após um processo de seleção em que foi sabatinado pelo próprio governador do Estado, Dr. Benedito Leite, foi selecionado e nomeado para o Liceu Maranhense, como professor de História Universal. Sempre se destacando como professor, esteve à frente da Imprensa Oficial do Estado, foi diretor da Instrução Pública, além de fundar e dirigir com zelo e competência, o Instituto Viveiros.
Na década de trinta, com o advento do Estado Novo, o professor Jerônimo já era respeitado no seio da comunidade maranhense, e teve destacada atuação cívica e política contestando as ações do governo local.
No dia 6 de outubro de 1937, quando a Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, votava a peça do Orçamento para o ano vindouro, os deputados que faziam oposição ao Governo Paulo Ramos, se mobilizaram para boicotar a sessão. O professor Jerônimo de Viveiros, funcionário público estadual e do município de São Luís a esse tempo, liderou uma grande manifestação nas galerias da Casa. A Polícia Militar teve que intervir por ordem da Presidência da Assembléia, que suspendeu a sessão e evacuou as galerias.
Por essa ocasião, o professor Jerônimo de Viveiros era catedrático de História Universal do Liceu Maranhense e ajudante de Inspetor do Ensino Municipal de São Luís.
Por conta desse episódio, Jerônimo de Viveiros foi submetido a um inquérito administrativo e a outro policial, que culminou com seu afastamento, a bem do serviço público, em 29 de dezembro de 1937, conforme publicado no Diário Oficial do dia seguinte.
A perseguição política estendeu-se a ponto de o prefeito municipal de São Luís, Dr. Pedro Neiva de Santana, também exonerá-lo pelo mesmo motivo, do quadro de servidores do município, conforme ato publicado no Diário Oficial de 30 de dezembro de 1937.
Ao ver que lhe foram retiradas, à força, as suas alternativas de subsistência, ele foi obrigado a se transferir para o Rio de Janeiro, onde graças às suas habilidades e competência, logo se tornou professor da renomada instituição de ensino, o Colégio Pedro II.
Nessa sua segunda passagem pelo Rio de Janeiro, que durou cerca de 10 anos, colaborou na obra de Astolfo Serra, “A Balaiada” além de ter sido autor de 48 artigos especializados sobre a indústria açucareira do país. Além disso, escreveu biografias de Gonçalves Dias e Celso Magalhães.
Em 24 de fevereiro de 1950, tomou posse na Academia Maranhense de Letras, após ter sido eleito para a Cadeira no. 8, patroneada por Gomes de Sousa.
Bem antes das comemorações do primeiro centenário de Pinheiro, Clodoaldo Cardoso e o desembargador Elisabetho Barbosa de Carvalho, ambos amigos próximos do professor Jerônimo de Viveiros, solicitaram-lhe que elaborasse um trabalho sobre a cidade de Pinheiro, semelhante ao que havia sido por ele publicado, Quadros da Vida Maranhense.
O historiador dedicou-se com afinco em pesquisas, sobretudo nas consultas aos arquivos do jornal Cidade de Pinheiro, produzindo o que ele denominou Quadros da Vida Pinheirense.
Quando da cerimônia oficial das comemorações do centenário de Pinheiro, ocorrida na sede do Instituto de História e Geografia de Pinheiro, o escritor entregou em mãos do então prefeito municipal Dico Araújo, os originais para que fossem publicados. Presente à cerimônia, representando o presidente da República Juscelino Kubitschek, estava o senador Assis Chateaubriand que se prontificou a editar o livro tão sonhado pelo desembargador Elisabetho.
Quando das pesquisas para a elaboração do meu livro Lugar das Águas, chegaram às minhas mãos documentos que estavam em mãos do jornalista Cloves Moraes, que os havia cedido ao senador José Sarney. Como os originais não foram encontrados até hoje, nos valemos dos arquivos do jornal Cidade de Pinheiro, resgatando toda esta obra escrita pelo pesquisador Jerônimo de Viveiros, e agora, cinqüenta anos mais tarde, ao reuni-la em livro, conferimos permanência a mais esse trabalho do importante historiador maranhense.
O Instituto Geia, que vem se destacando na publicação de importantes títulos da história maranhense, se prepara para lançar em breve esta substancial parcela da história de Pinheiro, pintada com as letras desse grande pesquisador e historiador que foi o professor Jerônimo de Viveiros.
Aguardem!

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Mistura de chuva com álcool

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Se, ao término da leitura deste texto, o leitor se conscientizar do problema e o compartilhar com um amigo, já me darei por satisfeito. A sensação do dever cumprido me acompanhará por um bom tempo…
Muito usada no meio rural, a mistura de pinga com mel de abelha é conhecida como batida. Cura dores de cabeça, previne gripes e resfriados também. Um santo remédio!
Nas cidades maiores, a mistura de pinga com limão, um pouco de açúcar e gelo, tem a preferência nacional dos drinks: é a nossa tradicional caipirinha, que durante muito tempo foi conhecida como batida de limão.
No mundo globalizado de hoje, a cachaça brasileira adquiriu status internacional, muitas delas vendidas a preços comparados aos melhores whiskies escoceses. Nos pubs londrinos, nos bristrots e brasseries parisienses e nos bares dos mais requintados hotéis em todo o mundo, a caipirinha é a pedida do momento. Virou marca registrada e símbolo nacional.
Em São Luís do Maranhão, vem se destacando um outro tipo de batida. Desta vez, a junção de álcool com água de chuva é responsável por uma nova batida: a batida de carro.
No início de cada ano, quando as fortes chuvas desabam sobre a Ilha dos Amores, os motoristas menos atentos e os mais afoitos na direção abusam do consumo de álcool nos finais de semana: os acidentes acontecem a todo instante. Muitos motoristas, ao acordarem debaixo dos postes, ou mais tarde nas UTI´s dos hospitais, relatam que conduziam o veículo em baixa velocidade quando, de repente, um poste apareceu em sua direção….
Segundo os registros da Cemar, somente nos primeiros meses deste ano, de janeiro a final de maio, 176 postes foram abatidos, sem pena, por motoristas em sua grande maioria alcoolizados. Os mais sortudos conseguem sair ilesos do acidente e contribuem, apenas, para tirar o conforto das pessoas que nada têm a ver com a sua (dele) imprudência, acordadas no meio da noite com a falta de energia causada pela ação desses motoristas inconseqüentes.
Outros, sofrem graves ferimentos e muitos deles carregam até hoje marcas desses acidentes. A visita aos hospitais e pronto socorros da cidade durante os finais de semana mostra a grande quantidade de acidentados, muitos deles com seqüelas permanentes. Sem falar naqueles que perdem a sua vida e provocam o sofrimento de seus familiares e amigos.
Campanhas esclarecedoras devem ser adotadas pelas autoridades. As escolas, tanto da rede pública quanto as particulares, precisam alertar os jovens para o risco dessa mistura. É uma batida cara demais.

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