São Luís 400 anos

2comentários

Várias frentes vêm sendo constituídas para conduzir as comemorações dos 400 anos de São Luís. O governo do Estado discute a construção de um imponente marco comemorativo, assinado por um dos mais renomados artistas plásticos de nossa terra, para registrar a passagem dessa data histórica além de preparar uma série de eventos significativos.

A prefeitura de São Luís, por sua vez, instituiu um Conselho Gestor Central, envolvendo sete secretarias municipais e planeja construir, também, outro monumento, “implantar projetos estruturantes e impactantes” e realizar ao longo de todo o ano inúmeros “eventos culturais, artísticos, históricos” e até religiosos!

O Convention Visitors Bureau se movimenta para dar maior brilho à extensa programação da data, atraindo encontros, seminários e congressos, potencializando os resultados em benefício da economia maranhense.

A Universidade Federal do Maranhão incorpora-se nos festejos do quarto centenário abrigando a SBPC e se propõe a dar sua contribuição com uma extensa programação de eventos acadêmicos da maior importância.

Por sua vez, a Aliança Francesa de São Luís já está com sua programação fechada dando ênfase aos eventos culturais que recebem a chancela da Delegação Nacional das Alianças Francesas no Brasil.

Para engrossar as fileiras daqueles que querem contribuir para o brilhantismo da Festa, a Assembléia Legislativa do Maranhão, através de Resolução Administrativa instituiu uma Comissão Consultiva para sugerir ações em homenagem à cidade pelos quatrocentos anos de sua fundação.

Tomei conhecimento de que até a paróquia de São Paulo também quer participar e busca parceiros para construir mais um marco comemorativo, em frente à Igreja do Calhau, desta feita uma estátua gigante de São Luís; não do rei Luís XIII e sim do São Luís; o santo.

Compartilho com os leitores minha preocupação quanto à pulverização de ações, sem uma coordenação e um amplo entendimento em torno das comemorações dos 400 anos de São Luís. Tem muita gente pensando muito e poucos agindo menos ainda.

Atrevo-me a sugerir que os governos, tanto Estadual quanto Municipal, busquem um entendimento institucional entre si e com o governo Francês através de sua embaixada em Brasília. Seria uma forma de racionalizar recursos, evitar redundância de ações e de gastos públicos e envolver o governo francês na programação oficial dando uma conotação mais ampla a data em questão.

Sem isso, vamos ficar no campo das idéias e das sugestões.

E por falar em sugestão, já que muitas estão na ordem do dia, tomo a liberdade de externar uma delas. E para justificá-la lembro de que a cidade de Paris, com seus quase 5 milhões de habitantes, é  pródiga em Parques e Jardins. O Bois de Boulogne, com seus 846 ha e o Bois de Vincennes, de dimensões semelhantes, são legados de reinados distantes para as gerações futuras. Antes, estações de caça da realeza, estas florestas nativas foram transformadas, por decisão de Napoleão III, em Bosques para usufruto da população. Atualmente, esses espaços públicos são os verdadeiros pulmões da cidade luz que com seus gramados impecáveis, suas alamedas, caminhos e trilhas bem cuidadas, recheados de lagos e adornados com pássaros e flores, encantam os olhos dos turistas e descansam as mentes daqueles que valorizam a natureza e buscam um pouco de paz.

Aqui em São Luís, por conta do Decreto Estadual No. 21797 de 2005, foi instituída a Reserva Ecológica do Rangedor. Recentemente a Assembléia Legislativa do Maranhão construiu sua nova sede utilizando-se de um pequeno naco desse precioso espaço.

Mesmo não fazendo parte da Comissão Consultiva da Assembléia e mais ainda, sem voz no plenário da Casa, deixo aqui a minha sugestão: que tal a Assembleia Legislativa do Maranhão entabular um contato com o Governo francês, em busca de uma parceria no sentido desenvolver um projeto e transformar a Estação Ecológica do Rangedor em um grande parque a ser ofertado à população de São Luís? Seria uma forma, inclusive de evitar que outras construções se façam nesse precioso espaço da Ilha do Amor.

A partir de um projeto bem concebido, poderá ser feito um levantamento das espécies da flora e da fauna ainda remanescentes nessa área e destinar espaços voltados para a prática de esporte e lazer, repletos de gramados e trilhas para pedestres e ciclistas, sites para apresentações musicais, etc.

Alguns pessimistas podem argumentar que a Assembléia não dispõe de recursos financeiros para implantar o projeto e muito menos ainda para garantir sua permanente conservação. Ledo engano! As grandes empresas, como a Petrobrás e Vale do Rio Doce dispõem, sim, de recursos destinados a compensação ambiental e teriam o maior interesse em participar de um projeto dessa magnitude.

Em assim procedendo, o Poder Legislativo ofertaria um belo presente pelo aniversário da cidade. Um precioso legado que as gerações futuras agradeceriam.

Com a palavra o presidente Deputado Arnaldo Melo!

2 comentários »
https://www.blogsoestado.com/josejorge/wp-admin/
Twitter Facebook RSS