Lula e o calção encarnado

1comentário

lula2.jpgAo longo dos últimos anos, o Brasil vem conquistando posição de destaque na economia mundial.

Em 2001 foi incluído como parte integrante do BRIC (grupo econômico inventado pelo Jim O’Neill do grupo Goldman Sachs: Brasil, Rússia, Índia e China). Este bloco econômico emergente vem despontando no cenário mundial pela pujança de suas economias e pelas elevadas taxas de crescimento vivenciadas na última década. O Brasil é voz cada vez mais ouvida nos Fóruns internacionais.

No entanto, em que pese sua força hegemônica indiscutível no continente Sul Americano, o País não tem feito valer sua importância nos embates regionais. Vez por outra tem cedido aos caprichos dos vizinhos comandados por lideranças populistas e antidemocráticas. Exemplos recentes como a crise do gás da Bolívia, o estremecimento das relações com o Equador e os freqüentes arrojos do Hugo Chaves, da Venezuela, precisam ser “peitados” pelo presidente Lula. Este sim, grande liderança política com credibilidade internacional.

Em contra partida, acompanhamos pela imprensa internacional a postura independente e dura do chanceler Celso Amorim na defesa da quebra dos subsídios agrícolas impostos pelos Países desenvolvidos. Mas, de nada adianta isso, se nos embates mais simples não somos capazes de sequer fazer valer nossos contratos previamente acordados com os Países vizinhos.

Para cada situação há que se adotar uma estratégia diferente.

Está sendo preparado pelo Palácio do Planalto, um encontro de cúpula das lideranças Sul-americanas para discutirem a oferta de energia para o Continente. Espera-se que saibamos defender e fazer valer nossos interesses.

O Ex-deputado Jurandy Leite, meu tio, gaba-se que quando criança era conhecido em Pinheiro como campeão de briga de rua, muito comum entre os meninos daquela época. Adotava, para isso, diferentes táticas para encarar uma briga.

Quando via que o opositor era fraco, não conversava muito. Não era nem preciso fazer a risca no chão para esperar que o outro cuspisse do seu lado (Isso era o mesmo que cuspir na cara da mãe!). Partia logo para cima, enchia de “bogue” o adversário e saía vitorioso sob os aplausos dos colegas. (Para quem não conhece o termo, o dicionário popular maranhense esclarece que bogue é o mesmo que soco).

Por outro lado, quando não conhecia o adversário, ficava analisando e lançava mão de outra estratégia. Para intimidar, ameaçava tirar a camisa desabotoando botão após botão, dizendo que só brigava sem camisa e que, quando retirasse o último botão, iria sobrar “sopapo pra tudo o quanto é lado…”

Conta Jurandy, que ele ganhou muita briga sem brigar, pois o adversário desistia ao longo da cerimônia da retirada dos botões…

Como a fama de “bom de briga” havia se espalhado pela cidade, vira e volta Jurandy era ameaçado por um outro garoto que queria desbancá-lo do ranking.

Para essas situações desenvolveu outra tática. Quando percebia que o adversário era mais forte que ele, e que certamente iria apanhar, caso partisse para os finalmente, Jurandy apelava dizendo:

 – Eu só brigo com o meu calção encarnado! (do Latin incarnatu, cor de carne, vermelho).

Como não estava preparado… teria que adiar a briga. Chegava até a mandar buscar o calção em casa, que nunca aparecia… Com isso adiava a briga e a surra que levaria com certeza.

Segundo suas próprias palavras, o presidente Lula não é muito chegado ao hábito da leitura e prefere tomar conhecimento dos fatos através de seus assessores de confiança.

Neste caso, espero que seus assessores atendam ao desejo presidencial e façam chegar aos ouvidos dele os ensinamentos de um caboclo bom de briga.

1 comentário para "Lula e o calção encarnado"


  1. francisco soares

    ZE JORGE,

    QUANDO SE SABE UTILIZAR A CSMOVISÃO , A MUNDIVISÃO, ATÉ UM CAUSO TRIVIAL ACONTECIDO EM PINHEIRO , É TEMA PARA REFLEXÃO !

    ESSA VSÃO DE MUNDO TORNA NOSSA VIZINHANÇA O PRÓPRIO MUNDO !!!

    PARABE NS PELO TEXTO

deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS