O Ano da França no Brasil

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O Ano da França no Brasil se aproxima. Estima-se que todos os eventos previstos para ocorrerem neste ano, entre 21 de abril e 15 de novembro, sejam vistos em todo o país por cerca de 40 milhões de brasileiros.

Quando se fala da França muitos brasileiros pensam logo em alta costura, moda e gastronomia. Cada região se identifica com seus mais renomados produtos. Bordeaux e Bourgogne com seus vinhos maravilhosos e o nordeste da França com suas champagnes inigualáveis. A Bretanha com as mundialmente conhecidas huîtres (ostras) de Cancale e a região do Périgord com seus deliciosos foies gras, que até hoje fazem jus ao comentário do rei Henrique VI: “Boa comida e bons vinhos, a Dordogne é o paraíso sobre a terra…”

Para outros, Paris surge como o principal roteiro de viagem. A cidade Luz, cortada pelo célebre rio Sena, está entre um dos destinos mais sonhados dos brasileiros.

Os amantes da música e do cinema lembram-se de Edith Piaf, de Charles Aznavour, de Brigitte Bardot e de Juliette Binoche. Os saudosistas jamais esquecem dos filmes de Jean Cocteau,  Jacques Tati, e  François Truffaut. Catherine Deneuve continua para muitos a maior expressão da beleza feminina. Atualmente a Carla Bruni, por onde passa com seu charme e brilho próprio, ofusca até o elétrico presidente Sarkozy.

Os intelectuais não cansam de fazer as releituras das obras de Saint-Exupéry, Gustave Flaubert, Voltaire, Charles Baudelaire, Émile Zola, Guy de Maupassant,Victor Hugo, Sartre, Simone de Beauvoir… a lista preencheria todo o espaço desta crônica…

Os historiadores ficam em êxtase discorrendo sobre o período da monarquia francesa, sobre Napolão Bonaparte e principalmente sobre a revolução francesa que influenciou e pautou a conduta de inúmeras nações a partir do século XIX.

Os artistas entram em transe relembrando as obras primas dos principais de Degas, Gauguin , Manet, Monet, Pablo Picasso, Renoir e Toulouse-Lautrec, entre tantos outros.

O certo é que a França, os franceses e as francesas exercem certo hipnotismo em todos nós.

Mas a França não é só isso. É muito mais. Na verdade, utilizando-se das palavras de Olivier Poivre d’Arvor, diretor da CulturesFrance, “um dos principais objetivos do Ano da França no Brasil é trazer a cultura francesa contemporânea, mais desconhecida, atingindo também as camadas mais populares do Brasil”.

Toda a programação do Ano da França no Brasil está calcada em três principais pilares:

França de hoje – criação artística, inovação tecnológica, pesquisa científica, debate de idéias, dinamismo econômico;
França diversa – diversidade da sociedade francesa, de saberes e regional (regiões da França metropolitana e ultramar);
França aberta – busca de parcerias franco-brasileiras que devem inspirar os projetos, parcerias franco-brasileiras com outros países do mundo (África, Caribe, América Latina) e debates sobre os grandes temas da globalização.

O mais importante do Ano da França no Brasil é desenvolver e consolidar as relações culturais, políticas e econômicas entre os dois Países. E aqui no Maranhão, sobretudo em São Luís, precisamos aproveitar o momento histórico para consolidar a condição de sermos a única capital brasileira fundada pelos franceses.

Dentro de três anos São Luís vai comemorar os quatrocentos anos de fundação. Precisamos materializar os nossos laços de relacionamento através da efetivação de maiores convênios de cooperação técnico-científica e criar vínculos mais fortes entre a França e São Luís.

A Aliança Francesa recentemente inaugurou sua nova sede instalada na Casa França Maranhão no centro histórico da cidade e tem dado sua efetiva contribuição na difusão da cultura francesa com atividades as mais diversificadas possíveis.

O domínio da língua francesa passa a ser um diferencial de competência e habilidade para todo profissional que se habilite a um posto de trabalho em qualquer empresa.

Por falar nisso, lembro que em meados de século passado, havia uma freira canadense que ensinava francês no Colégio Pinheirense. Contam que “Castrol”, um de seus ex-alunos, teve que vir continuar seus estudos na capital e aqui chegando, começou logo a se gabar que dominava o idioma de Voltaire.

Na primeira prova oral da turma, o professor retirou de dentro de um pequeno saco de tecido, um papelote dobrado com uma frase escrita em francês, para que fosse traduzida pelos alunos.

− Le lion c´est le roi des animaux! Leu em voz alta o professor, ao retirar o primeiro ponto.

Antecipando-se a todos, Castrol levantou o braço e emendou:

− O leão quis urrar e desanimou… 

Não vamos desanimar. Nunca é tarde para aprender o francês.

4 comentários para "O Ano da França no Brasil"


  1. Omar

    JJ

    Sabe-se que vc é um homem da cultura, mas deverias falar também do Grand slam mais charmoso do circuito de tennis donde o nosso Guga elevou, de forma maiuscula, o nosso pais bem como o futebol donde os brasileiros como Rai Juninho Pernambucano etc. são os idolos

  2. Gabriel Costa Gomes Martins

    Dep. José Jorge . . Pablo Picasso não é francês! nasceu em Málaga é uma cidade da Andaluzia, na Espanha.

    Obrigado pela observação Gabriel.
    Na verdade já havia visto e corrigido, conforme artigo publicado no Jornal O Estado do Maranhão no caderno Opinião da semana seguinte.
    Cordialmente
    JJorge

  3. Tatiana

    seu artigo está muito bom, me interessei a pouco tempo em aprender a lingua francesa, por influencia de um amigo. estou encantada, na verdade com a língua. e mais uma correção a Carla Bruni é italiana.
    e espero que divulgue em seu blog a programação das comemorações da França no Brasil em seu blog, sempre que dá leio seu blog, é muito interessante
    abraços,,
    Tatiana

  4. evandro bessa

    Prezado Cônsul gostariamos de saber como podemos incluir a Igreja São Luís de França, situada no Calhau, dentre os eventos do Ano da França no Brasil. Gostaríamos de conhecer mais da história desse Santo Rei. Como podemos fazer contatos com Igrejas católicas francesas que nos aprofundassem na história? Afinal São Luís Rei de França não é o Padroeiro de nossa Cidade?

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