Cólica pode ser combatida com exercícios e medicamentos
Os homens podem até imaginar que a TPM (tensão pré-menstrual), alvo de freqüentes reclamações femininas, é o pior sintoma enfrentado pelas mulheres durante o ciclo menstrual. Mas nem sempre é assim.Para muitas delas, as cólicas –dores na parte inferior da barriga que se repetem a cada ciclo e também são chamadas dismenorréias–, são mais incômodas do que as mudanças de humor causadas pela TPM. Para combater o problema, normalmente são usados remédios, mas exercícios físicos também ajudam a evitar os sintomas.
“As dores podem durar até dez dias, mas normalmente permanecem de três a cinco dias, no período entre o 25º dia de um ciclo menstrual e o 5º dia do seguinte”, diz o médico Fernando Moreira de Andrade, ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, na capital. Segundo ele, a dor geralmente é maior nos primeiros dias e vai diminuindo com o passar dos dias.
O surgimento da cólica tem a ver com a liberação de prostaglandina e progesterona no organismo. A prostaglandina é um tipo de hormônio que estimula a compressão do músculo uterino. A progesterona é outro hormônio, este responsável principalmente por preparar o interior do útero para receber o ovo fecundado e iniciar a gestação.
Antes da primeira menstruação, é impossível prever se uma mulher terá cólicas ou não. “Não existe um perfil de pessoas mais sujeitas ao problema nem uma interferência hereditária decisiva. Muitas vezes uma mulher é vítima de cólicas terríveis e a irmã dela nunca teve esse problema”, afirma Andrade.
Solução
Para combater o problema são recomendados medicamentos, mas também é possível usar outros recursos. “Em casos mais amenos, atividade física regular, dieta rica em fibras e analgésicos comuns podem ser suficientes”, diz Roney Signorini Filho, ginecologista do Hospital Estadual Pérola Byington, na capital.
“Em caso de queixas mais importantes, pode ser necessário recorrer a antiinflamatórios mais potentes, uso crônico de pílulas anticoncepcionais e, em situações extremas, bloqueio da menstruação.”
Segundo Fernando de Andrade, se a intenção é apenas combater a cólica –sem preocupação com gravidez–, antiinflamatórios são mais indicados que anticoncepcionais.
Como a maioria das mulheres não apresenta causa aparente para a dismenorréia, é essencial haver bom senso na escolha dos exames e do tratamento, diz Signorini Filho. “É imprescindível uma relação de confiança entre o médico e a paciente.”
É duro ser mulher.
Homem ainda reclama.