Por que mulheres morrem mais do que os homens após ataques cardíacos?

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Esse é um tema que abordo há pelo menos 10 anos em todos os Congressos no Brasil quando somos convidados.
As conclusões de um estudo sueco, publicado essa semana e de grande repercussão na mídia.
Eles analisaram 180.368 pacientes e descobriram que as mulheres tinha três vezes mais chances de morrer de um ataque cardíaco no ano seguintes após sofrer um infarto.
Aqui no Brasil já sabíamos que quase a metade delas tem menos chances de se submeterem a cirurgia de ponte de safena e até mesmo de implante de stents.
A superfície corporal das mulheres é menor e isso propicia a maior risco de sangramento quando se usa medicamentos que ajudam a dissolver ou prevenir coágulos sanguíneos. O uso de estatinas que diminui o colesterol e reduz a formação de placas nas artérias não é usada por pelo 25% das mulheres quando comparada aos homens.
A maior agravante é no diagnóstico. Nem a mulher sabe reconhecer os sintomas do ataque cardíaco e também os médicos do setor emergência. O sintoma clássico de dor no peito só acontece em 30% delas. Fadiga, náuseas e tontura são sintomas que aparece na maioria das vezes e não são dadas a devida importância. A mulher demora mais a procurar o serviço de emergência.
Muitas das vezes o infarto é a primeira manifestação da doença.
A mulher que infarta tem mais co- morbidades:diabetes e hipertensão.

Por muitos anos as mulheres direcionou as suas avaliações médicas para ginecologia e atenção ao risco de câncer de mama.
A mortalidade cardiovascular na mulher é pelo menos 5 vezes maior do que a morte por Câncer de Mama.
Até alguns anos mulher nem participava ou era arrolada nas investigações científicas. Mesmo hoje a relação é 70% para os homens e 30% para mulheres.

Sempre finalizo minhas aulas com essas mensagens.

A Doença Coronária na mulher:
“Sub-diagnosticada”
“Sub-tratada”
“Sub-pesquisada”

Essa repercussão veio em boa hora.
Nós precisamos urgentemente nos conscientizar desse problema, pode ser facilmente corrigido. Ao assegurar que mais mulheres recebam diagnóstico e tratamento adequados, estaremos ajudando a evitar que famílias passem pela dor de perder entes queridos por problemas cardíacos

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