Quando retirar o glúten da dieta

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Presente em pães, bolos, biscoitos e em quase todos os produtos industrializados, o glúten não deve fazer parte da dieta em dois casos: quando a pessoa é portadora da doença celíaca e ou tem hipersensibilidade à substância. Os celíacos têm intolerância permanente e não podem ingeri-lo de forma alguma. A doença não tem cura, mas, quando a proteína é retirada da dieta, é possível levar uma vida saudável e normal. No caso da hipersensibilidade, a pessoa sente desconforto — como é uma alergia mais leve, o paciente não é diagnosticado como celíaco.
A nutricionista Flávia Morais explica que existem diversas pesquisas que sugerem que a ingestão de glúten por pessoas hipersensíveis afeta a função normal do cérebro e pode causar sintomas como constipação intestinal, rinite, asma, artrite, prurido, dermatite e acne, além de alterações de humor, ansiedade, depressão e síndrome do pânico.
— Quando não são imediatos, os sintomas podem se manifestar até quatro dias depois da ingestão do alimento, e muitas vezes de maneira crônica. Por isso, torna-se difícil para a maioria das pessoas identificar qual alimento ocasionou o sintoma. Daí a necessidade de observar permanentemente e, se possível, anotar em um papel como o corpo responde após a ingestão dos alimentos — alerta.
No caso do glúten, um grande número de pessoas observa que os sintomas são atenuados e até desaparecem com a retirada do componente alergênico. Por isso, a dieta é sugerida para verificar se a exclusão da proteína proporciona melhoria nos sinais.
É o caso da aposentada Sônia Regina Moreira Cobo, 58 anos, que cortou o glúten de sua dieta há cerca de um ano. Ela não é celíaca, mas sentia mal-estar e foi orientada a fazer o teste da dieta sem glúten:
— Eu sentia um desconforto intestinal muito grande e fiz o teste durante um mês. Mesmo com pouco tempo, a melhora já foi significativa, então resolvi segui-la. Hoje posso dizer que obtive uma melhora de 70%.
Para pessoas que apresentam problemas crônicos de constipação, flatulência, artrite, coceiras pelo corpo, enxaqueca, alterações de humor e ansiedade e que ingerem glúten com frequência, a sugestão é restringir o consumo para observar se há melhora dos sintomas.
— É preciso lembrar que o glúten não é um nutriente essencial para a saúde. A sua retirada da dieta não causa prejuízos — afirma Flávia.
Dicas para uma dieta sem glúten
Preste atenção: antes de tomar qualquer decisão, é sempre importante consultar um profissional de nutrição para que não haja prejuízos à saúde.
— A restrição ao glúten deve ser feita pelo período de duas semanas a 40 dias. Nesta fase, não se deve ingerir qualquer alimento que contenha a proteína em sua formulação. A leitura do rótulo é fundamental para identificar a ausência de glúten nos produtos.
— Após o período de exclusão, o glúten deve ser reintroduzido na dieta, em três refeições, num mesmo dia. Depois, volta-se a excluir o glúten da dieta. Observa-se se, nos quatro dias seguintes, os sintomas indesejados se manifestam novamente. Se for identificada a melhora dos sintomas, a sugestão é persistir na dieta sem a proteína.
— Durante o período de exclusão, trigo, aveia, centeio e cevada podem ser substituídos por arroz integral, trigo sarraceno, quinua, soja, milho, tapioca e tubérculos como batata, mandioca e inhame.
— Frutas, de todos os tipos, não contêm glúten e são ótimas opções para lanches no meio da manhã e da tarde.
— Lembre-se: esta não é uma dieta com a finalidade de perda de peso, mas isso pode acontecer devido ao melhor funcionamento do corpo sem a exposição ao alérgeno.
— É importante ainda manter bons hábitos: escolher lugares calmos para realizar as refeições, mastigar bem os alimentos, evitar a ingestão de líquido durante as refeições para não prejudicar o processo de digestão e diminuir o consumo de alimentos refinados e industrializados.
— Também é recomendável aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, de preferência orgânicos. Incluia no cardápio óleos vegetais como óleos de linhaça e de gergelim e azeite de oliva extravirgem, além de oleaginosas como castanha do Brasil, amêndoas, sementes de abóbora, linhaça e girassol.

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