Combatendo cólica menstrual

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Todo mês aparecem os mesmos sintomas: dores no ventre, na região lombar, de cabeça, mal-estar e, em alguns casos, até vômitos ou diarreia. A dismenorreia, também conhecida como cólica menstrual, pode ser tão forte que chega a alterar a rotina de muitas mulheres.
— Algumas pacientes que apresentam casos mais severos chegam a programar atividades pessoais ou profissionais com base no período menstrual, devido às cólicas — explica o ginecologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo Ben-Hur Albergaria.
O desconforto é tão grande que a cólica está entre os três tipos de dores que mais atrapalham o humor e a disposição das mulheres, assim como as dores de cabeça e nas costas. Além disso, um estudo indica que a taxa de incidência de dismenorreia é de aproximadamente 70% em adolescentes brasileiras.
Existem dois tipos de dismenorreia, sendo que a primária está associada a ciclos menstruais normais. — Ela é mais comum nas adolescentes, pois a ovulação ainda é recente, e os ovários estão em fase de adaptação — aponta Albergaria. — Outro fator que contribui para a maior frequência nas cólicas nessa idade é a produção do nível de prostaglandina, que está sendo modulada. A substância, responsável pelas contrações que causam dor, é produzida pelo útero em maior quantidade nas primeiras menstruações — complementa o ginecologista.
Os tipos
— Dismenorreia primária

Cólica menstrual que acompanha as mulheres principalmente na adolescência e tende a diminuir ou até desaparecer após os 20 anos. Acontece devido à maior produção de prostaglandina pelo útero, substância que provoca as contrações uterinas e, consequentemente, as dores .
— Dismenorreia secundária

Geralmente, ocorre alguns anos após a primeira menstruação e tem como causa outros problemas no sistema reprodutivo. Assim, em vez de tratar uma dor comum ao ciclo menstrual, como a dismenorreia primária, a secundaria está associada a alterações nos ovários, útero ou vagina, endometriose, miomas, infecção pélvica, tumores, entre outros fatores.
Algumas medidas podem contribuir para que as mulheres consigam conviver pacificamente com a dismenorreia primária. Atividades físicas e dietas balanceadas podem amenizar as dores.
— No entanto, é importante ressaltar que estes não podem ser tomados como únicos ou principais métodos de combate às cólicas, especialmente nos casos moderados e graves. Eles devem acompanhar o tratamento com medicamentos antiinflamatórios, antiespasmódicos ou anticoncepcionais — alerta Albergaria.
A dismenorreia secundária precisa ser investigada e exige exames complementares, já que pode ter diferentes causas. Porém, para os dois tipos de dismenorreia, é essencial consultar um médico para obter acompanhamento e tratamento corretos.
Dicas para amenizar a dor
— Atividades físicas
Após cerca de 30 minutos de exercícios, o organismo passa a liberar endorfina, substância responsável pela modulação da dor e do humor. Além disso, a prática regular de atividades físicas pode reduzir as dores, pois aumenta o tônus muscular e fortalece o assoalho pélvico.
— Alimentação balanceada
Uma dieta equilibrada só traz vantagens para a mulher. No caso das cólicas, não é diferente: vegetais, nozes e peixes, entre outros, são aliados para diminuir a dor. O cálcio (encontrado em derivados do leite), por exemplo, pode ajudar a regular a atividade de contração do músculo uterino. A cafeína (encontrada em alguns chás, como o preto, refrigerantes e chocolate) deve ser evitada, já que provoca a contração dos vasos sanguíneos do endométrio, causando ainda mais desconforto.
— Calor
Por provocar vasodilatação, o calor aumenta o fluxo sanguíneo e ajuda a relaxar os músculos contraídos. Para isso, basta recorrer a uma bolsa térmica, um cobertor ou um banho quente.
Estudo destaca ação do leite
Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Ciências e Tecnologia da Jordânia revela que o consumo de leite e derivados pode amenizar os sintomas das cólicas menstruais. O estudo avaliou a reação de 127 estudantes universitárias, sendo que 87% relatavam apresentar cólicas menstruais. Metade das pesquisadas classificou suas dores como severas.
Os resultados mostram que as mulheres que consumiram de três a quatro porções por dia de leite e derivados apresentaram uma redução acentuada nas dores.

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