Marina Silva intensifica debate sobre criação de novo partido no Brasil

Marina mobiliza políticos para assegurar criação do novo partido e garantir participação nas eleições de 2014.

A ex-senadora Marina Silva (sem partido) deve intensificar a partir de fevereiro o debate sobre a criação do seu novo partido político. Na semana passada, ela se reuniu em São Paulo com simpatizantes do movimento Nova Política, para discutir a criação da legenda. A lista de participantes do encontro incluiu desde o deputado tucano Walter Feldmann (PSDB) até a herdeira do Banco Itaú, a socióloga Maria Alice Setúbal.

Marina mobiliza políticos de todos os estados para assegurar a criação do novo partido a tempo de garantir participação nas eleições de 2014. No Maranhão, a deputada estadual Eliziane Gama (PPS) coordena esta discussão, mas pode ser atropelada pelo deputado federal Domingos Dutra, que deve deixar o PT assim que a nova legenda for criada.

Para ser criado, o partido de Marina Silva precisa reunir 500 mil assinaturas em todo o país. E para participar das eleições, a legenda precisa ser homologada no Tribunal Superior Eleitoral até o dia 30 de setembro, um ano antes das eleições de 2014.

No fim de semana, tanto Dutra quanto Eliziane Gama fizeram movimentos políticos para reforçar o movimento Nova Política, que eles já batizaram no Maranhão de Alternativa Popular.

Sexta-feira, Dutra tentou chamar a atenção da mídia para um encontro no Hotel Skina Palace, em São Luís. O encontro fracassou e reuniu pouco mais de 30 participantes. Eliziane, por sua vez, foi a Imperatriz. Oficialmente, participou de encontro do PPS na Região Tocantina. Mas o evento reuniu mais gente interessada na tal Alternativa Popular – inclusive o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB).

Evangélicos – A base dos interessados no novo partido de Marina é formada por membros do Partido Verde, legenda pela qual a ex-senadora disputou as eleições presidenciais de 2010. Alguns destes verdes guardam a sete chaves para evitar melindres a Marina Silva, mas são céticos quanto ao perfil de um suposto novo partido a ser criado pela ex-senadora.

Temem que a única forma de Marina viabilizar a nova legenda seja abrir grande espaço a uma ala evangélica. Embora reconheçam que a correligionária “sempre teve o cuidado de separar religião de política”, esses verdes acreditam que as concessões seriam inevitáveis.

Alguns verdes históricos dificilmente acompanharão a ex-senadora Marina Silva na hipótese de sua saída do PV para formar uma nova legenda. O motivo: o medo de um suposto – e poderoso – peso dos evangélicos no partido a ser construído para abrigar o projeto para a eleição de 2014.

Em 2010, como se sabe, os evangélicos tiveram grande participação nos 19 milhões de votos da ex-senadora na disputa presidencial.

No ano passado, Marina Silva esteve em São Luís para participar da campanha de Eliziane Gama à Prefeitura. Isolada e sem estrutura, a deputada partiu de 2% para quase 15% nas eleições, alcançando a terceira colocação. O desempenho chamou atenção da ex-candidata a presidente, que quer um palanque forte no Maranhão em 2014.

(Jornal O Estado do Maranhão)

Perfil

Blog informativo de Direito Eleitoral, com análise das inovações legislativas e da evolução jurisprudencial.

Flávio Braga é Pós-Graduado em Direito Eleitoral, Professor da Escola Judiciária Eleitoral e Analista Judiciário do TRE/MA.

“O seu voto não tem preço, tem consequências”

Busca

E-mail

No Twitter

Posts recentes

Arquivos

Arquivos

Arquivos

Rolar para cima