Dilúvio na Baixada e seca iminente

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O Maranhão, em geral, e a Baixada Maranhense, em particular, têm experimentado  uma precipitação pluviométrica sem precedentes nas últimas décadas. O volume das fortes chuvas acarreta o aumento dos níveis dos rios e lagos, provocando enchentes e inundações nas comunidades ribeirinhas. O rosário de lagos da Baixada transborda, se interliga e se converte em uma vasta extensão de água doce.

Na estação chuvosa anual, a Baixada se transforma em uma imponente planície alagada, que adorna o majestoso Pantanal Maranhense. Em 2019, esse fenômeno tem atingido proporções hiperbólicas.

Para surpresa de ninguém, uma situação insólita se avizinha. Daqui a alguns meses, essa mesma Baixada estará agonizando com o martírio da estiagem, desnudando um paradoxo sinistro, que mutila as regras da lógica e as leis da razão. A falta de água já se tornou uma calamidade pública anual, que submete as comunidades baixadeiras às mesmas privações e ao mesmo suplício durante o período crítico do verão maranhense.

Esse quadro de penúria é uma tragédia previsível e anunciada, mas incapaz de sensibilizar as autoridades que têm o poder de minimizar tamanho sofrimento, as quais fazem ouvido mouco para o grito de socorro ecoado da voz dos baixadeiros.

Causa assombro lembrar que entre os meses de abril e agosto de cada ano a Baixada fica envolta num verdadeiro mar de água doce. Entretanto, na época do abaixamento (entre julho e setembro), essa exuberância de água escoa para o mar e os campos da Baixada se transformam numa paisagem árida, imprópria para qualquer atividade produtiva, como consequência direta da omissão, descaso e negligência do Poder Público.

Conforme já enfatizamos repetidas vezes, as soluções para melhorar as condições de vida do povo que habita a Baixada são baratas, simples e de fácil resolução. Só depende da vontade política dos nossos governantes.

Quem conhece de perto a realidade da Baixada tem a noção exata do quanto são singelas as intervenções necessárias para represar a abundância de água das chuvas e salvar a Baixada do drama da escassez de água anual: açudes e barragens para conter a fuga da água doce dos campos e lagos da Baixada para a Baía de São Marcos. Simples assim.

Com efeito, a retenção da água doce nos campos da Baixada representa a maior riqueza para as atividades de pesca de subsistência, pecuária, piscicultura, agricultura familiar e pequenas criações, como galinhas, patos, porcos, caprinos e ovinos.

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