8 de março de 2010
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Não quero ser “paladino da moralidade”, mas sou absolutamente contra a utilização de dinheiro público em atividade privada como o futebol. Não me importa quanto seja nem a quem seja destinado o dinheiro, sou contra. Num país em que ainda há quem morra de fome, soa muito mal a mera insinuação do uso de verba pública, que sai do bolso do contribuinte, para pagar o que cabe à iniciativa privada.
Tenho ouvido muito o discurso da diretoria dos clubes e da Federação Maranhense de Futebol (FMF) que sem a ajuda do governo do estado o futebol não tem como melhorar. Se os dirigentes não têm competência para conseguir um contrato de patrocínio que garanta a viabilização do futebol é melhor que reconheça sua incompetência e terceirizar o esporte.
Voltemos um pouco mais no tempo. Quando foi apresentado o novo Projeto Viva Nota pelo o Governo do Estado, os dirigentes e a FMF fizeram uma enorme festa. Alguns clubes como Nacional, Bacabal e Moto que sequer disputariam a Copa União, gastaram por conta. Até membros da imprensa esportiva, que vivem as custas de dirigentes do futebol, já estavam especulando quanto receberiam do montante do programa.
Porém, a legislação eleitoral não permite que o projeto seja implantado este ano, o que provocou a irá das as aves de rapina de olho no dinheiro do Viva Nota. Sinceramente, colocar dinheiro nas mãos destes dirigentes em nada melhorará o nosso futebol, pois eles não investem nos clubes e a verba some. Foi assim nos anos do Nota na Mão. Quem não se lembra dos estádios lotados e os times falidos? Foi exatamente por este motivo que o programa foi extinto.
O programa Viva Nota só tem sentido por causa do torcedor do nosso estado, que por ser pobre não tem dinheiro para ir ao estádio todos os dias. Por outro lado, o Estado aumenta a sua arrecadação com a exigência da nota fiscal para trocar por ingressos dos jogos. O problema é que ninguém quer assistir as competições organizadas pela FMF nem de graça, pois nos jogos que tiveram portões aberto o público foi pífio. A torcida ta de olho é nos jogos das competições nacionais como Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro da Série C.
O grande problema deste tipo de programa é que ele acostuma o torcedor a entrar de graça nos estádios e quando é cobrado R$ 5 reais no ingresso ele passa a achar caro. O melhor para estimular a presença da torcida nas arquibancadas é produzir espetáculos de qualidade.
Se for para usar dinheiro público no futebol, que use essa verba para investir em infra-estrutura nos estádios, melhorar os acessos, transporte e estrutura para que recebam melhor o torcedor. Dando estas condições, os torcedores naturalmente se organizarão e cotizarão à sua maneira para fazer belos espetáculos. Até mesmo, os clubes maranhenses.