Luis Fabuloso foi duas vezes genial

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Ao marcar o segundo gol da Seleção Brasileira sobre a Costa do Marfin na vitória por 3 x 1, o atacante Luís Fabiano conseguiu em um mesmo lance fazer referência há dois craques: o gol de Pelé na Copa de 58 depois de um chapéu na área e o gol de Maradona na Copa 86 depois de colocar a mão na bola. O gol foi lindo e ajudou a desencantar a Seleção Canarinho, que anda mostrando um futebol mais feio que Carlitos Tevéz na Copa da África.

É claro que não gosto de comparar Pelé e Maradona, mas a jogada realmente lembra dois marcos que entraram para a história das copas: a genialidade de Pelé e a malandragem de Maradona. Porém, Luís Fabiano fez tudo isso, e em dobro: deu dois chapéus na área e conduziu a bola com o braço duas vezes, antes de estufar as redes do goleiro Barry.

O árbitro francês Stephane Lannoy estava de frente para o lance e viu a irregularidade, mas preferiu rir e bater no braço falando com Luís Fabiano logo após o gol. Diante de tantos erros cometidos por ele na partida ao deixar a porrada comer solta por partes da Costa do Marfim, anular um gol tão bonito seria imperdoável.

Aliás, na França eles já estão acostumados com esse tipo de jogada, pois basta lembrar como a seleção deles classificou-se para a Copa da África. Os franceses venceram a Irlanda na prorrogação da repescagem com um lance totalmente irregular. Em primeiro lugar, a bola ia na direção de Squillaci, que estava impedido. Squillaci não alcançou e sobrou para Henry, que tocou a bola duas vezes com a mão, primeiro para evitar que ela escapasse pela linha de fundo e depois para ajeitar para fazer o passe para Gallas, que tocou livre pro gol. E árbitro Martin Hansson, da Suécia, assim como Stephane Lannony validou o lance.

Porém, o gol de Luis Fabiano em nada parece com aquele lance da França, pois a jogada dele foi típica de centroavante que quer fazer um gol de placa e não seria justo anular um lance tão bonito por um detalhe.

Eu diria que a jogada que originou o gol do Fabuloso é o que os poetas chamam de licença poética (uma incorreção de linguagem permitida na poesia). Em sentido mais amplo, são opiniões, afirmações, teorias e situações que não seriam aceitáveis fora do campo da literatura. E como artista da bola acho que Luís Fabiano tem direito de tal artimanha.

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Jornalista, formado em 2001, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Fui repórter da TV Difusora, Canal 20 e desde 2001 integro a equipe esportiva do jornal O Estado do Maranhão. Tenho pelo esporte, em especial o futebol, uma paixão. Este blog abordará não apenas a maior paixão nacional, mas também temas ligados a cidade, política, polícia, cultura entre outros…

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