Grande público prestigia palestra de Frei Betto na 8ª FeliS

Frei Betto
Depois de esgotar os livros que trouxe para autógrafo, Frei Betto proferiu uma das palestras mais concorridas da 8ª Feira do Livro de São Luís na noite desta quinta-feira (6), na sede da Fundação da Memória Republicana, no Convento das Mercês. A exposição abordou a temática “Direitos humanos e religião na literatura”, com mediação da representante da Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos, Josiane Gamba.

Frei Betto enfatizou a importância da leitura e destacou a Bíblia como livro fundamental na luta pelos direitos humanos. Logo no início da palestra, recomendou a leitura do trabalho da escritora mineira Maria Valéria Vasconcelos Rezende, responsável pela publicação do seu livro de estreia, Cartas de Prisão. “A minha literatura começa em torno dos direitos humanos, e da religião”, definiu o escritor.

Na palestra, Frei Betto citou autores estrangeiros e brasileiros que considera importantes na defesa dos direitos humanos, como Jorge Amado, por exemplo. Ainda comentando sobre literatura, Frei Betto criticou os livros de autoajuda que povoam as listas de best sellers. “Eles te ensinam milhões de atitudes de como melhorar a sua vida espiritual, mas em nenhum momento te ensinam como amar o próximo, como amar a natureza. É como se fosse o que chamo de religião do umbigo. Você lê para você se salvar e ficar bem consigo mesmo, o resto que se dane”, disse.

Ao longo da palestra, o escritor e religioso emoldurou a ficção como principal gênero literário e método para amenizar o racionalismo encerrado pelos ensaios literários. “Os grandes gênios da humanidade leram muito ficção. Eu desconfio de quem não gosta de ler ficção”, afirmou para a plateia formada por estudantes, professores e militantes dos movimentos social e político.

O religioso abordou temas sobre a elaboração e compromisso da literatura, referenciando trabalhos históricos da escrita universal. “[Karl] Marx dizia que ninguém traduziu melhor o que é o capitalista do que os romances do Balzac. Só que Balzac era um cara de direita, mas era um escritor tão talentoso que ao descrever a sua parte social expôs o que é o espírito do capitalismo”, refletiu.

Ele adiantou que em breve deve acrescentar mais um livro à sua bibliografia, com mais de 40 títulos: a tradução de O Pequeno Príncipe, clássico do escritor francês Antonio de Saint – Exupéry, persistente na lista de mais vendidos. Ao fim do evento, o escritor deixou um conselho aos presentes. “Ande sempre com um livro debaixo do braço, mesmo sabendo que não vai ler uma linha sequer. No final de semana vai acabar se surpreendendo”, disse.

SOBRE A FELIS
A 8ª edição da Feira do Livro será realizada até este domingo (9) no bairro do Desterro e este ano traz como tema “Literatura Infantil: aqui começa a magia da leitura”. Entre as várias atividades promovidas ao longo do evento está a aproximação do público com os escritores através de palestras e momentos de debate e até de autógrafos. A 8ª FeliS é realizada pela Prefeitura de São Luís, através da Fundação Municipal de Cultura (Func) e Secretaria Municipal de Educação (Semed), com correalização do Serviço Social do Comércio (Sesc/MA), patrocínio da Vale e apoio da Associação dos Livreiros do Estado do Maranhão (Alem) e Fundação da Memória Republicana Brasileira.

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Jornalista, formado em 2001, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Fui repórter da TV Difusora, Canal 20 e desde 2001 integro a equipe esportiva do jornal O Estado do Maranhão. Tenho pelo esporte, em especial o futebol, uma paixão. Este blog abordará não apenas a maior paixão nacional, mas também temas ligados a cidade, política, polícia, cultura entre outros…

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