8 de julho de 2024
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A principal preocupação da CAPS AD Estado atualmente é a necessidade de aumentar a testagem para a descoberta da doença em usuários de drogas em situação de rua
No mês de conscientização sobre as hepatites virais, conhecido como Julho Amarelo, o Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS AD Estadual) em parceria com 1º Distrito Policial da Capital, Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA) e a Comunidade Fraternidade é o Caminho, promoveram uma ação intensificando orientações sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças silenciosas que atacam o fígado, na Praça João Lisboa em São Luís (MA), na manhã desta segunda-feira (8). As hepatites virais são provocadas pelos hepatovírus A, B, C, D e E, cada uma com diferentes formas de transmissão, mas todas com potencial para causar sérias complicações hepáticas.
A principal preocupação do CAPS AD Estado atualmente é a necessidade de aumentar a testagem para a descoberta da doença em dependentes químicos em situação de rua. “Temos disponibilidade de testes para hepatite B e C nos Centros de Testagem e Aconselhamento espalhados pelo Maranhão. A população pode acessar esses exames diretamente nesses centros. Para as demais hepatites, é necessária a requisição médica para exames mais aprofundados. Diversos atendimentos foram oferecidos, principalmente na área de prevenção e tratamento das hepatites virais. Cerca de 200 testes foram realizados, além de resolução questões sociais e documentais”, explica o coordenador geral do CAPS AD Estado, Marcelo Costa.
Além da busca ativa de usuários, a Operação Resgate ofereceu atendimentos clínicos para toda a população, com avaliação dermatológica para rastreamento da hanseníase, aferição de pressão, teste de glicemia, testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite, exames laboratoriais e vacinação.
A campanha “Julho Amarelo: mês de luta contra as hepatites virais” foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença.
O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI/SVS/MS), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), realizará o Seminário: “20 anos da Política Nacional de Hepatites Virais”.
O objetivo do encontro é avaliar a trajetória e os avanços dos 20 anos da política brasileira de enfrentamento das hepatites virais, de maneira conjunta com diversos atores e instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como realizar uma reavaliação das estratégias voltadas à eliminação das hepatites até 2030, meta defendida pela Organização Mundial da Saúde/Organização Pan-americana da Saúde.
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. São infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves.
A doença pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos comum no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.
As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão.
O impacto dessas infecções acarreta aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada às do HIV e tuberculose.
Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, que estão disponíveis no SUS para toda a população. Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite. Populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente.
Além disso, ainda que a hepatite B não tenha cura, a vacina contra essa infecção é ofertada de maneira universal e gratuita no SUS, nas Unidades Básicas de Saúde.
Já a hepatite C não dispõe de uma vacina que confira proteção. Contudo, há medicamentos que permitem sua cura.
SERVIÇO
O CAPS AD é destinado ao atendimento diário, com assistência clínica, acompanhamento e reabilitação psicossocial de usuários com transtornos mentais decorrentes do uso de álcool e drogas. O CAPS AD é um serviço de saúde aberto ao público, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Quem busca acolhimento nesses espaços, que auxiliam na recuperação de usuários de entorpecentes, recorre ao CAPS AD Estado destinado para pessoas com dependência química, onde profissionais especializados fazem a avaliação e o encaminhamento as comunidades terapêuticas.
No CAPS AD são realizados atendimentos por equipe multiprofissional composta por psiquiatras, psicólogos, médicos clínicos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, farmacêutica para suporte, enfermeiro, auxiliares de enfermagem, auxiliar administrativo, auxiliares de serviços gerais, estagiários e a coordenação.
A busca pelo atendimento pode ser realizada pelos pacientes ou familiares de forma direta (porta aberta) ou através de encaminhamento dos diversos serviços da rede municipal e comunidade. O CAPS AD oferece atenção diária a pacientes, permitindo a elaboração de projetos terapêuticos dentro de uma perspectiva de evolução contínua, visando a reinserção social e a melhoria da qualidade de vida. O apoio da família e redes sociais são fundamentais neste processo.
O serviço desenvolve as atividades de acolhimento, escuta e avaliação das necessidades de quem precisa de cuidados em saúde mental relacionados ao uso de álcool e outras drogas. São realizadas oficinas e grupo terapêutico que são atividades coletivas que estimulam potencialidades, socialização e participação na comunidade.
O CAPS AD ainda oferece a psicoterapia, um espaço de escuta para abordar o sofrimento psíquico e autonomia em relação à vida e ao cuidado em saúde mental. No acompanhamento clínico e psiquiátrico é feita a avaliação do estado psíquico e da condição clínica do usuário do serviço, instituindo conduta medicamentosa e terapêutica quando necessário. Também é realizado o atendimento social através da avaliação, orientação e acompanhamento sociofamiliar, encaminhamentos para serviços da rede de saúde e assistência social, bem como espaços comunitários. O acompanhamento e orientação familiar oferecem suporte ao acompanhamento terapêutico e as visitas domiciliares também fazem parte do tratamento por meio da intervenção no domicílio.
O CAPS AD está situado na Rua Conde D’Eu, s/n, no bairro do Monte Castelo e funcionará de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, atendendo demanda espontânea.