Vale tudo para passar no vestibular? Rotina intensa, renúncias, horas de estudo… até onde vai a dedicação quando o assunto é conquistar uma vaga na universidade? No Dia do Vestibulando, comemorado em 24 de maio, o que se destaca é a importância de um caminho construído com planejamento, autoconhecimento e a percepção de que o esforço para alcançar uma vaga precisa ser intenso, mas não solitário, nem desumano.
Para a estudante Isadora Pinheiro, de 17 anos, aluna do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio e Pré-Vestibular Audaz, o caminho até a realização do sonho é feito através de escolhas e disciplina. “Procuro sempre um lugar calmo, como meu quarto ou a sala de estudos da escola. Coloco meu celular em outro local para evitar tirar a atenção das matérias.” Ela conta que segue um cronograma com cerca de quatro horas diárias de estudo, mas reserva os domingos para lazer com a família e amigos. “É importante ter um dia específico para não pensar nos estudos e na pressa do vestibular”, recomenda.
No Maranhão, os vestibulares mais disputados são os da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), cujo acesso é por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); e o da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), que mantém processo seletivo próprio. Para quem almeja uma vaga nessas instituições, o desafio é grande — e manter o equilíbrio é essencial.
De acordo com Helen Almeida, diretora pedagógica do Audaz, mais importante que estudar longas horas é manter constância e foco. “Qualidade é melhor que quantidade”, reforça. Segundo ela, é necessário reconhecer fragilidades por meio de diagnósticos seguros — como simulados — e distribuir o tempo de estudo de forma estratégica. “Cada estudante precisa encontrar o método que mais funciona com seu perfil, seja com videoaulas, podcasts, leitura ou anotações”, explica.
A estudante Mariana Noleto, também com 17 anos, afirma que o suporte escolar e emocional faz diferença na rotina. “O suporte da escola, com salas de estudo com cabines, ajuda a manter a atenção. E o incentivo da família e dos professores nos fortalece para não desistir, porque a pressão é grande”, admite.
Ela conta que organiza os estudos durante a semana e faz simulados aos sábados. Após cumprir os compromissos, reserva tempo para descansar. “Depois disso, busco sair com a família ou amigos para esfriar a cabeça”, relata. Para ela, o acompanhamento pedagógico também ajuda a manter o equilíbrio.
“A coach da escola me ajuda a separar as obrigações do momento de relaxamento, o que faz diferença para começar a semana mais tranquila”, diz.
ORGANIZAÇÃO
Segundo a Helen Almeida, uma rotina estruturada permite que o estudante mantenha uma vida equilibrada sem comprometer o rendimento nos estudos. “É possível manter uma rotina produtiva sem abrir mão de atividades que são saudáveis física e mentalmente”, afirma.
O planejamento semanal também é apontado como fator determinante para o rendimento e a motivação. Metas claras, como resolver determinado número de questões em tempo cronometrado, ajudam a medir a evolução e aumentam a confiança do estudante. “O aluno precisa visualizar o próprio progresso para manter-se motivado”, completa.
Na reta final antes das provas, a sobrecarga emocional costuma ser inevitável. A diretora pedagógica explica que mesmo os estudantes mais preparados enfrentam inseguranças sobre o futuro, as expectativas dos pais e a comparação com os colegas. “Essa ansiedade pode prejudicar o sono, a concentração e o rendimento. Por isso, estratégias emocionais também devem ser parte da preparação”, frisa.