Gás Natural ganha protagonismo na transição energética e reforça papel estratégico para indústria e mobilidade

No Maranhão insumo pode impulsionar descarbonização da indústria e do transporte 

Essa semana está acontecendo no Rio de Janeiro o 21º Seminário de Gás Natural, evento que é um dos mais relevantes fóruns para debates sobre os temas prioritários na agenda do setor de gás natural no Brasil, promovido pelo IBP / Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás.

Sob o lema “Diversificação e Competitividade: Pilares para uma Expansão Sustentável”, o evento reúne especialistas e líderes do setor para discutir assuntos cruciais, como a expansão sustentável, competitividade e desafios regulatórios, além de apontar tendências para o futuro do mercado de gás.

O primeiro dia de seminário foi dedicado à análise das perspectivas de crescimento da oferta de gás natural, tanto de origem nacional quanto por meio da importação. Outro destaque foi o debate sobre a competitividade do gás em diferentes segmentos: indústria, mobilidade urbana e de cargas e geração elétrica complementar às fontes renováveis. A crescente demanda por energia, impulsionada por data centers e tecnologias de inteligência artificial, também foi pauta prioritária.

Encerrando o evento, haverá um painel especial sobre o papel do gás natural como vetor estratégico da transição energética justa, equilibrada e segura, em linha com os compromissos de descarbonização assumidos internacionalmente. A diretora do IBP, Sylvie D’Apote, destaca; “Será uma oportunidade única para discutir o gás natural como atividade viabilizadora da descarbonização, e também, como fonte complementar à geração renovável, assegurando a resiliência do sistema frente a eventos climáticos extremos.”

O GÁS É A NECESSÁRIA E URGENTE TRANSIÇÃO DA TRANSIÇÃO

Em recente declaração nas redes sociais, Cláudia Rabello do IBP, lembrou que o gás é a matriz de transição na evolução para a deseja economia de baixo carbono. “Hoje vivemos um momento de evolução energética, que vai acontecer ainda utilizando a energia fóssil por algum tempo. E os processos de descarbonização na produção das atividades de exploração e produção são essenciais. Esse é o caminho que precisamos trilhar para chegarmos a uma economia de baixo carbono, com responsabilidade, sem risco de desabastecimento e de uma forma justa”.

Segundo o documento “Perspectivas do Gás no Rio 2024 -2025“ elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro / FIRJAN, nos últimos anos, o mercado livre de gás natural emergiu como um poderoso motor de desenvolvimento econômico e de inovação. O uso do gás natural possibilitou que grandes indústrias migrassem para o mercado livre, efetivamente movimentando o mercado de gás no Rio de Janeiro. Essa transição ampliou a demanda e a oferta de gás natural no estado, promovendo um ambiente mais competitivo e diversificado. Esse movimento reforça o papel estratégico do gás natural como insumo fundamental para a indústria e como combustível-chave na transição energética sustentável. O gás natural, além de ser uma fonte de energia mais limpa, contribui significativamente para o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e o fortalecimento da cadeia produtiva.

A Firjan lembra que, além de ser o maior produtor, o Rio de Janeiro é o segundo estado maior consumidor do gás natural no Brasil, inclusive com a maior frota de veículos movidos a GNV (Gás Natural Veicular). O levantamento destaca que 74% da produção bruta de gás do país ocorre no estado fluminense, sendo que o Rio mantém 52% da produção líquida do produto. 

Transporte e Indústria Mais Sustentáveis

No setor de transportes, a eletrificação total da frota de veículos ainda deve demorar, pois enfrenta desafios logísticos, como a falta de infraestrutura de recarga no país. Nesse contexto, o gás natural veicular (GNV) é uma solução intermediária eficaz.

Segundo a Firjan, o Rio de Janeiro implementa com sucesso o uso de GNV em sua frota de táxis, proporcionando não apenas redução de emissões de CO₂ em até 20%, mas também significativas economias para os motoristas. A adoção do GNV no Maranhão poderia seguir esse exemplo, promovendo uma mobilidade urbana mais limpa e econômica.

No setor industrial a adoção do gás natural também representa um grande passo na descarbonização; já que grande parte da indústria atualmente ainda dependente de fontes energéticas mais poluentes como o óleo diesel e o carvão mineral, e portanto, poderá se beneficiar significativamente com a troca de matriz energética.

Estudos da pesquisadora Lenice Carrilho de Oliveira Moreira, que fez uma comparação entre os poluentes atmosféricos e ruídos emitidos por uma caldeira flamotubular movida a gás natural e a óleo combustível, demonstram que o gás natural é 37,8% menos poluente que fontes como o carvão e óleo diesel. E mais, o uso do gás traz como vantagem adicional a não emissão (0%) de particulados, S02 e enxofre.  

A descarbonização dos setores industrial e de transportes no Maranhão é um passo essencial para o desenvolvimento sustentável do estado. A utilização do gás natural como matriz de transição oferece uma solução viável e eficiente, alinhando-se às melhores práticas já adotadas em outras regiões do país.

Com investimentos estratégicos privados e políticas públicas adequadas, o Maranhão pode liderar a transformação energética no Nordeste, promovendo crescimento econômico e preservação ambiental.

(*Com fontes da Firjan, IBP e Scariot 2004)

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Jornalista, formado em 2001, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Fui repórter da TV Difusora, Canal 20 e desde 2001 integro a equipe esportiva do jornal O Estado do Maranhão. Tenho pelo esporte, em especial o futebol, uma paixão. Este blog abordará não apenas a maior paixão nacional, mas também temas ligados a cidade, política, polícia, cultura entre outros…

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