No Outubro Rosa, o CAPS AD alerta que as mulheres precisam ter cuidado além do câncer de mamam com a dependência química

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Criada em 1990, em Nova Iorque, a Campanha Outubro Rosa  surgiu com o objetivo de fomentar a conscientização quanto à prevenção e ao controle do câncer de mama. Indo além desse conceito, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) Estado adota a perspectiva de cuidado integral e completo, em que os profissionais de saúde considerem as singularidades das mulheres, como suas histórias, hábitos e contextos familiares. “As mulheres representam um dos maiores grupos de risco de dependência química no Brasil. Apesar das taxas de consumo de substâncias de abuso entre as mulheres se aproximarem cada vez mais dos homens, elas ainda bebem menos, mas adoecem mais cedo e de forma mais grave”, explica Marcelo Soares Costa, coordenador geral do CAPS AD Estado. A encontra-se em fase de finalização e será amplamente divulgada nos próximos dias.

“Hoje o diretor do CAPS AD recebeu a visita de Inar,a ex-paciente nossa , que por meio da unidade de tratamento ela e seu marido enfrentaram juntos a recuperação das drogas, ela faz parte das mais de 390 mulheres que já passaram por nossa unidade e se recuperaram do vício das droga. Importante falar sobre a dependência química no gênero feminino, uma vez que estamos no Outubro Rosa, mês alusivo a saúde da mulher”, disse Marcelo Soares Costa.

As drogas mais recorrentes no grupo são o álcool, tabaco, cannabis e solventes. Além disso, o consumo de benzodiazepinicos (calmantes) é três vezes maior por mulheres do que por homens, perdendo apenas para as anfetaminas, consumida cinco vezes mais pelo público feminino. Ainda que pesquisas apontem um consumo maior por pessoas em situação de rua do que a população geral, ao fazer uma análise por classe econômica, infere-se que mulheres de classe A e B usam mais drogas do que jovens das classes D e E.

Entre os anos de 2006 e 2012, o consumo feminino de drogas e bebidas alcoólicas teve os maiores índices de aumento. No Nordeste, as mulheres usuárias de crack chegam a fumar em média 21 pedras por dia, enquanto os homens fumam 13. Os dados, levantados pelo Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostram a importância de se entender o estigma social e as diferenças do tratamento entre homens e mulheres dependentes de substâncias psicoativas.

Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o índice do vício em crack entre as mulheres é de 74%, enquanto o de homens é de 29%.

No que tange às diferenças dos efeitos nos usuários homens e mulheres,  a probabilidade de uma mulher se tornar dependente química é mais alta do que a de um homem e elas possuem uma maior taxa de mortalidade ocasionada pela injeção de drogas. Soma-se a isso que o consumo de drogas pelo sexo feminino está relacionado com o aumento de risco de desenvolvimento de tipos de canceres ginecológicos, complicações nas gestações e alterações no ciclo menstrual.  Drogas como o ectasy, citando caso análogo, tem seus efeitos mais fortes nas mulheres, segundo pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos Psiquiátricos da Universidade de Melbourne.

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