De olho em 2008 I

Não tenho escrito nem publicado crônicas nas ultimas semanas porque tenho andado bastante ocupado com outros afazeres tão prazerosos quanto escrever, e pelo andar da carruagem tais afazeres ainda vão me ocupar por bastante tempo, porem sempre que conseguir um fôlegozinho extra eu apareço por aqui pra comentar algo que eu ache relevante.

Algumas pessoas me cobraram que não tenho comentado nada sobre política. Realmente. Não tenho feito isso porque o clima de sectarismo que já era grande em nosso estado, tornou-se insuportável. O que se imagina é que os membros de cada um dos dois grupos políticos, ou são anjos ou são demônios, e com isso, se eu não concordava antes, não posso pactuar agora.

Mas hoje quero tratar de um tema político mais amplo e que tem tempo de validade. É que se aproxima o prazo limite para filiação dos candidatos a prefeitos e vereadores nas próximas eleições. Esta é na verdade a largada para as eleições municipais de 2008.

Quem não estiver filiado a um partido que possibilite sua candidatura ao pleito do ano que vem, até 30 de setembro, não poderá ser candidato.

Para os pretensos candidatos a vereador, essa é uma corrida quase tão importante quanto à gincana pelo voto do eleitor. É neste momento que muita gente se elege ou perde eleição. Tenho um exemplo disso dentro de minha própria família. Um primo meu filiou-se a um partido que dificilmente alcançaria o coeficiente capaz de eleger um único vereador e que não tendo se coligado com ninguém ficou com a responsabilidade de obter quase que sozinho o numero de votos necessário para se eleger. O que era uma eleição proporcional, para ele transformou-se numa eleição majoritária. Resultado, ele foi o terceiro vereador mais votado, mas seu partido obteve 48 votos a menos do que precisava para eleger um vereador. Ele não se elegeu e viu pessoas com menos da metade de seus votos conseguirem seu intento.

Há um outro fator importante a ser ressaltado. Uma pergunta que deve ser feita e que precisa ser respondida objetivamente, no mais tardar em trinta dias. Sob que regras acontecerão a eleição do ano que vem? O que pode ser feito e o que não pode? Como é que podemos desenhar os possíveis cenários se não sabemos com certeza quais tintas poderão ser usadas, quais serão as regras do jogo!?

Nessa incerteza deve-se ser ortodoxo, conservador e pragmático. Se preparar para o pior cenário possível, pois se vier um menos pior, melhor.

Nos casos de candidaturas majoritárias, para prefeitos, a coisa é um pouco menos complicada. Basta o pretenso candidato está filiado e ter certeza que tem o controle do diretório municipal e a simpatia do comando estadual do partido para ser candidato. Os casos mais complicados são nas grandes cidades ou onde haja propaganda eleitoral através das emissoras de rádio e televisão. Nestes casos, caso a legislação permita o agrupamento de partidos, as tais coligações, haverá a soma dos tempos dos partidos em beneficio de um candidato comum.

A eleição municipal entre duas eleições estaduais serve de pesquisa sobre o presente e de previa para o futuro. Em 2008 se travará a primeira batalha da próxima eleição para governador do estado e muitas fichas serão colocadas na mesa, muitos ases e coringas vão ter que sair das mangas dos jogadores mais poderosos e importantes.

Sou daqueles que advogam eleições gerais, onde se escolha de uma única vez todos os nossos representantes para os três níveis. Essa medida por si só já reduzira em muito a incidência de desvio de função e o mau uso dos recursos eleitorais.

Timom, Caxias, Codó, Coroatá, Pedreiras, Presidente Dutra, Barra do Corda, Bacabal, Santa Inês, Zé Doca, Santa Luzia, Viana, Pinheiro, Itapecuru, Chapadinha, Barreirinhas e mais Imperatriz, Açailandia, Porto Franco, Estreito, Grajaú e Balsas serão os maiores campos de batalha. Haverá, no entanto, dois outros tipos de batalha. As de sobrevivência onde os deputados e seus grupos políticos municipais farão o possível para permanecerem no poder ou passarem a tê-lo pelo voto popular e a luta pela capital, a jóia da coroa, a cabeça de praia que quem controlar terá importante e decisiva vantagem estratégica na peleja.

São Luis já é uma outra história e sobre ela falaremos na semana que vem.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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