De olho em 2008 II

Domingo passado, comecei abordar um tema que suscitou muitas conversas durante toda a semana, principalmente em torno de algo que não foi nem sequer aprofundado por mim. Apenas disse que a eleição de São Luis era um capitulo aparte e que sobre ela falarei nesta semana, mas foi o suficiente para abrir a discussão a respeito da sucessão municipal em nossa capital.

Como disse antes, São Luis é a jóia da coroa e a disputa pelo palácio Daniel de la Touche será uma das maiores contendas jamais realizadas em nosso estado.

Os motivos para isso são diversos. Vai desde a ausência de um nome hegemônico ou imbatível eleitoralmente, o que é muito bom e saudável para o processo eleitoral, até a necessidade de sobrevivência de alguns partidos ou políticos de qualidade que precisam de uma oportunidade para mostrar suas propostas, sob pena de envelhecerem sem ter uma chance para fazê-lo.

Mas não é só isso. A coisa é muito mais complicada do que possa parecer.

A primeira grande questão será saber quais serão as regras a serem seguidas. Haverá coligações. Em tendo será só para prefeitos? E para os vereadores, como será?

Vamos imaginar que as regras sejam a mesma da ultima eleição.

Pela primeira vez em muitos anos governador e prefeito da capital são do mesmo partido e mesmo tendo suas diferenças, se partirem unidos, dificilmente perderão a disputa. Isso se, por pior que as coisas estejam agora, nada mudar até lá. O problema será saber quem será o candidato do PDT. São varias as opções: Julião Amim, Clodomir Paz, Canindé Barros e Sandra Torres. Qualquer um, desde se apoiado pelo governador e pelo prefeito, tem vitória quase certa. O problema acontecerá na escolha do nome e no empenho dos apoiadores. Nessa engenharia consiste o sucesso ou o desastre deste projeto.

Por fora corre o PSB que antes tem que resolver quem será seu candidato, Zé Reinaldo ou Vidigal. Depois disso a dificuldade será convencer Jackson dar o mínimo de apoio à candidatura do partido.

Também indefinida é a situação do PSDB. Há quem aposte que Castelo queira disputar mais uma vez a prefeitura de São Luis. Eu creio que não. Ficam então Pinto e Evangelista como postulantes pelo partido. O fato de no ninho tucano não ficar bem claro qual das correntes internas controla o partido, faz com que a situação dos bicudos emplumados seja a mais complicada entre todos os partidos.

Há também o PT e o PC do B que trazem os fortes nomes de Bira do Pindaré e Flavio Dino para a disputa.

Fechando o grupo de partidos ligados ao governo do estado, aparece o PR que deve ir de Kleber Verde.

Ainda alinhados ao governo devem ficar PPS, PSC, PMN, PTC, PT do B, PHS, PSL e PSC. Resta saber se eles vão se aventurar a ter candidatos próprios ou se coligaram, caso a legislação permita.

Do outro lado, os cinco grandes partidos que formam a oposição, PMDB, Dem, PTB, PV e PP deverão antes decidir qual será a melhor estratégia pra tentar chegar ao segundo turno com alguma chance na disputa. Se saírem com um candidato único ou tentarem a sorte individualmente no primeiro turno e agruparem-se apenas na segunda etapa da disputa.

Gastão Vieira é pra mim o melhor nome no PMDB. No Dem, Raimundo Cutrim aparece como favorito. E Pedro Fernandes deve ser o único pretendente no PTB.

PV e PP devem acompanhar PMDB e Dem respectivamente, até para garantir a chance de eleger algum vereador.

Nesse quadro vemos nove candidatos, seis ligados ao governo e três contrários a ele.

Há também outros partidos que possivelmente terão candidatos, e que atiraram para todos os lados, como é o caso do PSTU, do PSOL, do PCB e do PCO. Talvez se juntassem forças, resultasse em uma candidatura menos surreal.

Não se pode prever as posições de pequenos partidos, como PRP, PRTB e PSDC.

Existem alguns partidos que nem se sabe se ainda existem e cada partido que entrar na disputa agravará ainda mais a situação do cenário eleitoral de São Luis.

Jackson e Tadeu com a palavra. Dessa conversa depende todo o quadro eleitoral de São Luis. Caso eles não cheguem a um bom entendimento as chances da oposição cresceram enormemente.

Das decisões pendentes na justiça eleitoral depende todo o quadro sucessório de nosso estado, principalmente o da capital.

Como dizia um grande político do passado: “Quem viver, verá”.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

Busca

E-mail

No Twitter

Posts recentes

Comentários

Arquivos

Arquivos

Categorias

Mais Blogs

Rolar para cima