Um grande líder, mas um terrorista

O Theodoro, comentarista do meu Blog, me mandou um artigo escrito por Avraham Tsvi Beuthner. Nele há um trecho que acredito ser bastante relevante, tanto que meu texto de hoje será baseado nele. Uso-o como contraponto. Espero que apreciem.

“(…) O Corão ensina que quando Maomé quis conquistar Meca e não conseguiu, ele fez um acordo de não agressão de dez anos com a tribo de kuraysh (que dominava Meca) e assim entrou pacificamente na cidade. Dois anos depois, quando sentiu que as defesas de kuraysh baixaram, ele os atacou impiedosamente massacrando-os e conquistando Meca.
Quando seus fiéis lhe perguntaram como um profeta podia mentir, pois ele assinou um acordo com eles de não-agressão, Maomé lhes disse [preste atenção, pois esta é uma pérola da filosofia e mentalidade árabe que todos os pobres ocidentais incultos deveriam aprender.

Você pode massacrar os kuraysh mesmo depois de assinar um acordo de paz com eles pois “um acordo com infiéis (=aqueles que não são muçulmanos) não é um acordo. (…)”.

Pois Bem! Alguém poderia me dizer quem foi um dos maiores terroristas que já existiu?

A grande maioria dirá Osama Bin Laden e estarão corretos, pois ele é realmente um dos maiores, se não for o maior. Muitos falarão de Hitler, de Gengis Khan, de Átila… Existiram muitos bárbaros sanguinários e infames. Mas haverá um importante personagem histórico o qual ninguém falará, porque a história sempre o tratou como herói, e ele foi mesmo um grande herói, um grande líder, mas de certa forma também foi um grande terrorista.

Estou falando de Moisés. É isso mesmo! O grande Moisés, aquele que quando bebê foi tirado das águas do Nilo e criado como um príncipe, filho da filha do faraó do Egito.

Libertador, segundo os estudiosos da religião de mais de um milhão de judeus. Segundo alguns arqueólogos seriam apenas uns 200 mil. Esse homem, Moisés, foi um dos maiores terroristas de todos os tempos.

Não entendeu ainda como!? Por que!? Eu explico!

Moisés fez cair sobre o Egito dez pragas até que o faraó libertasse seu povo da escravidão. Pelo menos é isso que dizem as escrituras. As pragas aconteceram como se fossem atentados contra o estado que escravizava o povo judeu. Uma a uma elas se sucederam causando danos às pessoas e ao país, implantando o caos, até que não mais suportando o faraó autorizou a partida dos escravos que estavam ali desde quando José os trouxe séculos antes, para que não morressem de fome durante os sete anos de privação. José os livrou da fome e acabou permitindo que eles fossem escravizados. Coisas da história que se repete ciclicamente.

Pois bem, Moisés mandou as pragas. Fez as águas do rio Nilo se transformarem em sangue causando um verdadeiro caos para toda a população que dependia dela. Depois, mandou que as rãs invadissem as cidades. Puro terrorismo. Depois foi o surto de piolhos. Deve ter sido horrível. Imaginem um surto incontrolável de piolhos em Nova York!? Seria um pandemônio. O mesmo aconteceu com as moscas. Depois ele mandou doenças sobre os animais, liquidando com os domésticos e destruindo os rebanhos, trazendo com isso a fome. Depois, foi a vez das sarnas que se transformavam em úlceras horríveis e doloridas. Uma peste. Como o faraó não cedia, ele mandou uma grande chuva de granizos. As pedras dos meninos palestinos não são nada perto disso. Depois foi a vez dos gafanhotos comerem o que restou das plantações. Até aqui, Moisés se preocupará em quebrar a economia e destruir a vida diária do Egito e de seu povo. Foi o equivalente a uma bomba que destruísse Wall Street. Em seguida, ele fez cair as trevas em pleno dia. Tentou incutir no povo o medo da falta de seu Deus maior, o Sol. Foi quase o ápice de seu terror. Mas o pior ainda estava por vir. No final Moisés fez morrer todos os primogênitos de todas as famílias, a não ser daquelas que sacrificassem um cordeiro e manchassem as portas de suas casas com o sangue do animal, ou seja, só os primogênitos judeus sobreviveram. O assassinato de crianças já acontecera antes, no mesmo Egito. Moisés escapou porque sua mãe ao invés de jogá-lo no Nilo como mandava a lei, o colocou num cesto de vime e o fez chegar nas mãos da princesa. Séculos depois, crueldade similar aconteceria novamente, perto dali, desta vez na Judéia, quando Herodes, no afã de destruir o Messias, mandou que todos os meninos recém-nascidos fossem assassinados. Tudo isso é puro terrorismo de Estado.

Agora você concorda ou não comigo que Moisés foi um dos maiores terroristas que já viveu sobre a terra? Não importa se seus motivos eram justos, pois os imbecis radicais do Hamas e do Hezbollah acreditam que sejam justos os seus motivos e os do infame Osama Bin Laden e de seus homens-bomba.

Não importa que Moisés tenha sido um grande líder de seu povo, o que importa é que ele usou de todos os meios ao seu alcance para atingir seu objetivo, e é isso que caracteriza um terrorista.

O tempo passou e naquelas terras tudo continua como antes, a única coisa que mudou em mais de 3.000 anos foi a posição dos contendores. Antes, um era o escravizado, o oprimido, agora é ele o opressor.

Que Deus, que Alah, lhes dê sabedoria e que ela traga consigo a tolerância e a paz.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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