Efemérides

Antes, o planejamento tácito:

O Nascimento.

Os olhos de minha mãe por trás daqueles óculos grossos;

A voz forte de meu pai e seu olhar reprovador…

O primeiro dentinho encrustado em suporte de ouro para pendurar no cordão;

A morte de Kennedy, exibida com alguns dias de atraso;

O sarampo, convalecido na casa dos avós, para não contaminar os outros;

Os livros;

A escola;

Os amigos;

Aquele homem saltitando na lua;

O cinema.

O primeiro amor;

O medo de perder o único irmão.

O basquetebol;

O segundo amor;

O primeiro livro, coisa que se deve lembrar de esquecer;

Os outros amores…

A primeira vez.

A universidade, mais amigos.

O primeiro emprego, caminho sem volta…

Os outros livros, lembrança distante.

O Guarnicê…

O cinema… Sempre o cinema!

O aprendizado de todas aquelas outras vezes;

O primeiro mandato.

As mortes passando por nós;

Os discursos não proferidos, sentenças não prolatadas.

Os posicionamentos necessários,

Os posicionamentos desnecessários.

O nascimento e a consolidação de minhas empresas.

Ivana…

Avana…

Ananda…

O sorriso de Nelson Mandela, O sorriso de Tenzin Gyatso, O sorriso de Albino Luciani, O sorriso de Karol Wojtyła …

O segundo mandato e a derrota do ícone.

A viagens: China, Europa, América…

Laila! Minha noite mais bela, mais perfeita.

A luta do estudante contra o tanque e a queda do muro…

Os discursos abortados;

A morte continuando sua trajetória…

A Ponte, livro primeiro, jamais esquecido;

A morte do pai.

A coragem que não se sabe de onde sai;

As responsabilidades,

As escolhas,

A consequente maturidade.

As mudanças.

Mais mandatos;

Os primeiros discursos, verdadeiros.

As crônicas, prática de tempo e espaço.

Vanessa, Tiego, Ian…

O Guarnicê revisto 20 anos depois;

A verdade,

A realidade,

A possibilidade.

A liberdade.

A consciência.

A busca da felicidade…

O cinema na veia…

Pelo Ouvido…

Muito mais viagens, o mundo todo na janela…

A primeira imortalidade…

A vida como música de Vinícius, amores rápidos, mas verdadeiros;

Mais coragem…Muita coragem para abrir mão de tudo.

A escolha do tudo ou do nada… Tudo!

Meu passado.

Meu destino: Jacira!

Meu presente, meu futuro.

A segunda imortalidade.

Cenas dos próximos 50 anos…

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

Busca

E-mail

No Twitter

Posts recentes

Comentários

Arquivos

Arquivos

Categorias

Mais Blogs

Rolar para cima