A difícil arte de analisar e entender a política brasileira

A política brasileira é tão efervescente e volátil que em apenas 24 horas acumulam-se acontecimentos suficientes para preencher uma semana inteira. Esse turbilhão torna quase impossível uma análise mais efetiva, eficiente e eficaz  dos fatos que, de modo brutal e definitivo, regem nossas vidas e nossos destinos. Ainda assim, arrisco destacar aqui alguns desses episódios, sem me eximir de comentá-los e dar minha opinião sobre eles.

1 – O ministro Flávio Dino decidiu que leis estrangeiras só produzem efeito no Brasil após o aval do STF. Decisão que, para além do juridiquês, gerou perdas de mais de 42 bilhões de reais aos maiores bancos brasileiros. E como se não bastasse essa tragédia econômica, Dino debochou do fato, tentando fazer piada de mau gosto sobre rombo bilionário que causou.

2 – Na Câmara dos Deputados, seu presidente, Hugo Mota, resolveu agir como o dono da bola. Trapaceou em uma votação de pedido de vista de um projeto e usurpou o poder soberano do plenário, numa atitude infantil, como o garoto que interrompe a pelada e se declara dono também do campo de jogo.

3 – Enquanto isso, Alexandre de Moraes, em seu papel de xerife supremo, ultrapassou todos os limites de razoabilidade ao conceder entrevista à Reuters, “ameaçando” Trump e o governo americano, com sua conhecida arrogância digna de doentia megalomania.

4 – O Centrão mostrou mais uma vez sua habilidade e manobrou para eleger o presidente e o relator da CPMI do INSS, deixando o governo e os presidentes da Câmara e do Senado em uma situação constrangedora e periclitante.

5 – Moraes, sempre em evidência, indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo, obstrução de justiça e tentativa de abolição do estado democrático de direito. O pastor Silas Malafaia foi incluído na mesma investigação, sendo suspeito de financiamento de tentativa de golpe de estado, e foi detido ao desembarcar no Brasil, teve seu passaporte apreendido e seu celular confiscado.

6 – A Polícia Federal, por sua vez, liberou transcrições de conversas comprometedoras constantes desse processo e extraídas do celular do ex-presidente que havia sido confiscado, quando da decretação de sua prisão domiciliar. Nelas, o óbvio se revela cristalino: como eu sempre afirmei, os Bolsonaros são apenas e tão somente uma caricatura grotesca de políticos. Idiotas, imbecis e boçais. Criaturas despreparadas para a vida pública e incapazes de compreender minimamente os acontecimentos. Essa indigência intelectual torna todas as suas ações desastrosas, não apenas para eles, mas também para todos que, como eu, desejam livrar o Brasil da dupla ameaça que enfrentamos: o jugo corrosivo das políticas esquerdizantes e a usurpação autoritária do Supremo Tribunal Federal.

Sobre esse último fato, a mim parece que Alexandre de Moraes perdeu completamente o discernimento. Esse processo movido contra os Bolsonaros é completamente inconsequente, sem a mínima fundamentação fática, se baseia em conversas telefônicas que giram em torno de opiniões, de desejos e não de fatos. No Direito Penal, não se pune o pensamento, a intenção ou o desejo, mas sim a ação concreta, tipificada em lei.

Em meu modesto entendimento, não há nenhum crime que possa ser materialmente tipificado em todas as mais de 70 páginas disponibilizadas pela PF para a imprensa. O que parece é que Alexandre de Moraes precisa se manter no ataque pois se parar de bater, teme que possa ser atingido violentamente e ser definitivamente nocauteado.

Uma coisa é certa, A imprensa, a venal e a incorruptível, adora o fato de não faltar assunto para que eles escarafunchem e saboreiem de forma gulosa e voraz.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

Busca

E-mail

No Twitter

Posts recentes

Comentários

Arquivos

Arquivos

Categorias

Mais Blogs

Rolar para cima