Padre Nosso.

Hoje vou contar-lhes uma rápida historia. Na tela, para os mais poéticos, ela dura apenas 59 segundos, para os mais cinematográficos desenrola-se em pouco mais de 3 minutos.

Havia resolvido que finalmente era chegada a hora de fazer um filme baseado num conto que eu escrevera no inicio dos anos 80 e que causou, na época, uma grande polemica. O conto chamava-se “Pelo Ouvido”.

A colaboração de algumas pessoas muito queridas seria indispensável para que eu pudesse realizar esse sonho em celulóide.

Quando Cássia Melo voltou a morar em São Luis, ganhei o primeiro reforço para o time da Guarnicê Produções. Cássia então me indicou Arturo Sabóia que havia acabado de realizar seu filme, “Borralho”, baseado no conto homônimo de autoria do escritor moçambicano Mia Couto.

Passei um dia inteiro com Arturo e Cássia. Expliquei-lhes como pensava em fazer o filme, como imaginava a ação, com que enquadramento de câmera, qual era o tipo de enfoque queria dar, que cor queria imprimir. Qual ênfase devia prevalecer, qual tempo seria utilizado, que tipo de corte e edição preferia. No final daquele dia, incumbi Cássia a me ajudar a produzir e Arturo a fazer comigo o roteiro. A primeira versão do roteiro ficaria sob responsabilidade dele, pois me sentia incapaz de mexer em algo que considerava acabado, e irretocável. Depois disso eu poderia interferir e retocar.

Começamos a trabalhar até que certo dia eu resolvi que antes de enfrentarmos aquele desafio que se apresentava gigantesco, deveríamos treinar um pouco. Para isso resolvemos fazer um outro filme, este baseado num poema meu chamado “

7 comentários em “Padre Nosso.”

  1. De sua literatura, poemas, crônicas ou contos, para o cinema, só falta a câmera! Seus textos são extremamente visuais. Gostaria de ver seu filme! Onde posso encontrá-lo?

  2. Sendo um curta não tem como ter trilha, não é? Dei-me conta disso agora.
    Gostaria de ver. Se vc tiver divulgando por e-mail como ter acesso ao filme, por favor, me diga tbm!!!

  3. Nossa, tô me sentindo!
    Pude assistir aos dois filmes, incluindo as duas versões de padre Nosso.
    Engraçado, compartilho da mesma idéia de sua mãe. O filme é lindo. Cenário, luz, planos, e blablablá! Mas, ainda assim, a temática me choca! =P
    Quanto a visualização dos poemas, algo que foi comentado anteriormente, isso está muito próximo ao concretismo, no qual você mesmo disse seguir.
    Parabéns!
    Quero uma cópia!
    rsrsrsrs

  4. A versão 59 segundos de “Padre Nosso” está de altíssima qualidade, ‘injustiça’ querer concorrer com os filmes no estilo “câmera na mão e uma idéia na cabeça”, que bastam ter sacações de mundo. Concordo com o M. Marzagão em ‘boicotar’ o filme. (Percebeu a minha intimindade com o diretor citado? É por que só vi “Nós que aqui estamos…”)
    Ah, mais uma coisinha… já que eu tenho o roteiro de “Pelo ouvido”, nada mais justo que ter em mãos a versão multicolorida e caprichada da telona!
    =)

  5. Raimundo Furtado Silva

    Alguém que viu o seu filme me disse que ele é muito bom mesmo. Disse que viu as duas versões e que gostou das duas mas que prefere a menor. Disse também que você está preparando um outro curta-metragem para mandar para diversos festivais nacionais e internacionais e que o passo seguinte é um longa-metragem.
    Gostaria muito de saber como posso fazer para ver seus filmes.

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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