Poder e competência

A chamada grande imprensa do sul do país insistiu durante algum tempo na falsa premissa de que, o senador Edison Lobão, por não ser um técnico do setor energético, não teria a competência necessária para ser o novo ministro de Minas e Energia, e que, por essa razão, ele estaria fadado a não ter um desempenho à altura do cargo.

Que fique muito bem claro que esse mesmo Ministério de Minas e Energia, foi há tempos atrás, capitaneado pelo não menos senador, porém não tão brilhante político, José Jorge, do PFL de Pernambuco. Não me lembro de na época alguém haver feito algum tipo de pressão através dos meios de comunicação, aludindo sua clara imperícia técnica, se bem que o então ministro José Jorge, assim como Lobão agora, não iria jamais sequer trocar uma lâmpada elétrica, perfurar um poço de petróleo, garimpar ouro ou extrair areia.

Quem quer que venha analisar a indicação de Lobão para o MME não poderá deixar de reconhecer que ele foi um jornalista respeitadíssimo, que ele elegeu-se para a Câmara Federal pela primeira vez em 1978 onde representou o Maranhão por três mandatos, que ele é um homem público bastante preparado, que já foi governador de nosso Estado e que, portanto, possui experiência administrativa de sobra para chefiar um ministério e entre outras coisas, que durante dois mandatos no Senado, firmou-se como uma das grandes lideranças não só daquela casa legislativa, mas de toda a república.

Querer-se com a alegação de falta de experiência no setor e com uma ou outra calúnia, impedir que um senador da república, uma das 100 personalidades mais influentes do país segundo a revista IstoÉ, indicado por um importante partido como é o PMDB, com o respaldo de importantes lideranças como o ex-presidente José Sarney, o presidente do Senado Garibaldi Alves e o deputado Michel Temer, não seja efetivado no cargo de ministro de estado, é no mínimo menosprezar a nossa inteligência, porque todo mundo está careca de saber qual o verdadeiro motivo desta zoada toda.

Todos nós sabemos que essa campanha só foi deflagrada, e com a indispensável participação da acachapante máquina da imprensa, para tentar impedir que Lobão, um maranhense, um nordestino, de fora do círculo íntimo de poder do PT e da influência direta de Dilma, de Tasso e do empresariado sulista, chegasse ao Ministério de Minas e Energia.

Bem mesmo fez o governador Jackson Lago que apesar de adversário político de Lobão, não apenas compareceu a sua posse, mas também manifestou seu apoio incondicional à escolha do presidente Lula.

O novo ministro enfrenta com serenidade todas as maledicências, entre elas as insinuações de que não estaria preparado para assumir uma pasta que é técnica. “Não sou um técnico, mas um político”, disse Lobão, lembrando que o MME já foi comandado por “11 ministros políticos”.

Ademais não se pode ignorar o fato do ex-senador José Serra, que é economista, ter sido um dos melhores ministros da saúde que já tivemos em nosso país. A ex-governadora do Rio, Benedita da Silva, “mulher, negra e favelada” como ela mesma gostava de dizer, ter assumido o Ministério da Assistência Social, no começo do governo Lula.

Carlos Lupi, que se aproximou de Leonel Brizola quando ainda era jornaleiro e tinha uma banca em Ipanema, hoje ocupa o Ministério do Trabalho. Marta Suplicy que é sexóloga, dirige o Ministério do Turismo totalmente fora da sua área de atuação profissional.

Lobão, mesmo não sendo um técnico e não tendo nenhuma experiência anterior na área, pode ser e com toda certeza será um bom ministro. Tudo vai depender da boa equipe que ele irá certamente dispor ao seu redor, de sua capacidade de gestão e da determinação política, sua e do presidente Lula para alcançar os objetivos e as metas do setor.

Fiat Lux.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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