Carta-Poema 3: Correspondência PB

(era o que ela diria se pudesse) 

Ombros largos,
peito aconchegante,
braços fortes,
cabeça no lugar…
Mas sem lá muito juízo.
Vê se pode!
Morre de medo de mim.
Não posso nem me aproximar.
Olhos expressivos,
marcantes…
Penetrantes.
Nariz impostado,
de personalidade
grande,
saliente…
Não só ele.
Voz grave,
barba macia,
clara,
pensamentos também,
translucidos.
Envolvente,
mas sem envolvimento.
O casual lhe cai melhor,
combina mais com a idéia que faço dele.
O vejo assim,
enquanto ele permitir
enquanto a vida permitir
vou estar por perto.

10 comentários em “Carta-Poema 3: Correspondência PB”

  1. Já que você pode e ela não
    Já que você é outro e ela não
    Já que você sabe tudo
    Como se fosse ela
    O que você diz a ela
    Quando não está escrevendo
    O que ela diria
    Se ela fosse você,
    Se fosse outra,
    E se ela pudesse?

    O que afinal você diz a ela
    Quando não está ocupado
    Tentando ser ela?

    Ela…

    Que apesar de não ser você
    De não ser outra
    E não poder
    Diz tudo
    O que você gosta
    De ouvir e sentir

    O que você diz a ela
    Quando não está ocupado
    Dizendo as palavras dela?

    O que você diz a ela
    Já que sabes tudo
    E podes tudo dizer?

    O que você diria a ela
    Se você é você
    E tudo pode ser?

    Já que ela já disse tudo
    Mesmo não sendo você,
    Nem outra e nem podendo
    Quando você vai ter
    O que dizer por você?

    Resposta: “…tem certas coisas que eu não sei dizer…”

  2. Estas cartas-poemas fez-me refletir sobre os desencontros entre homens e mulheres…mais frequentes que nunca atualmente. O que é uma pena, sabe por que?
    Nós só temos uma vida e para alguns aspectos, como por exemplo, se permitir um encontro amoroso, o tempo ganha outra dimensão por causa das questões que cercam o sentimento amoroso. Para se viver um amor é preciso ter coragem, tempo, resignação, e lógico, ser um pouco “louco” só dá para tentar ser feliz assim… Ou então, as pessoas “sublimam” com cartas-poemas, não é??????

  3. Não sabes dizer
    Ou não tens coragem?

    Coitada dela
    Cadela fiel
    De um covarde

    Triste sina a dela
    Ser morta
    Sem que o covarde
    Ensaie abrir a boca
    E descruzar os braços

    Triste carma
    O do covarde
    Sofrer na cama
    A ausência do sutra

    Onde há covardia
    A nobreza passa longe
    E a morte espreita
    Sorrindo de prazer

    Resposta: Bem ruinzinha a sua tentativa de poema, viu!

  4. Ela ou eu

    Já me penitenciei demais!
    que ingenuidade a minha
    pensar assim
    Logo com você…
    Não posso ser tão irresponsável
    E,pensar que a nossa vida
    paralela…Nos afasta cada dia
    Quase falei a verdade naquele momento.
    Peguei uma flor e tentei te dar
    mas, eu sou do asfaldo…
    Tenho que voltar para a realidade
    É melhor te guardar na memória…
    Já fiz a minha escolha…

  5. Ei Joka,

    Estou achando que neste tribunal
    você vai ser condenado fácil, fácil.
    Estão todos do lado “dela”.
    Esperando que você diga coisas para “ela”.
    Querendo que você seja você mesmo e não “ela”…
    que se exponha, se envolva…que se permita…
    enquanto a vida ainda
    permite você por perto “dela”.

  6. Joaquim,

    Olá, que coisa linda estas cartas…são para quem?
    Vou arriscar um palpite, certo? Imagino que estas cartas são para um pedacinho de delicado, sensível e feminino que cada ser humano pode trazer consigo. Acertei?

    Envio-lhe um abraço e parabéns por tão lindas cartas.

    Clara

  7. (É o que digo porque posso)

    Ombros largos,
    peito aconchegante,
    braços fortes,
    cabeça no lugar…
    Mas sem lá muito juízo.
    Vê se pode!
    Morre de medo de mim.
    Não posso nem me aproximar.
    Olhos expressivos,
    marcantes…
    Penetrantes.
    Nariz impostado,
    de personalidade
    grande,
    saliente…
    Não só ele.
    Voz grave,
    barba macia,
    clara,
    pensamentos também,
    translucidos.
    Envolvente,
    mas sem envolvimento.
    O casual lhe cai melhor,
    combina mais com a idéia que faço dele.
    O vejo assim,
    enquanto ele permitir
    enquanto a vida permitir
    vou estar por perto.

    Aqui já é dia 13….aí quase…faço minhas, suas palavras.

    Resposta: Existem músicas que em algumas situações expressam muito bem o que nós sentimos. Várias me vêem a minha mente agora. Tenho vontade de usá-las para que com elas pudesse dizer muitas coisas para você, mas acho que a única que devo usar é… “Tem certas coisas que eu não sei dizer…”
    Obrigado por mesmo sem que eu lhe “conhecer” e sem que você me “conheça”, você consiga ser tão próxima de mim, com seus comentários, com suas reflexões, com seus pensamentos.
    Forte abraço,
    JH.

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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