Uma casa na borda do mar
Ainda criança
aprendi o que é uma ilha.
Nasci em uma!
Agora
marcado pelas memórias
descobri que podem haver outros tipos.
Descobri que uma porção de terra
cercada de poesia por todos os lados
cercada de amor
também é uma ilha.
Ontem fui à casa de Naftalí.
Lá, vi os olhos doces de sua Matilda
suas conchas queridas
seu cavalo de papel machê.
Vi sus mascarones de proa
seu barco
nunca navegado
Su comedor
onde ele era el capitan
os outros sus tripulantes.
Vi uma ancora imensa
varias bússolas
binóculos e mapas.
Vi suas roupas
seus chapéus
sua cama
seu banheiro.
Havia imensas rodas de charrete encostadas no alpendre.
Vi rostos congelados
pelo tempo
em madeira
mundo afora.
Um dia o mar lhe trouxe uma porta
ele a transformou em sua mesa de trabalho
navegou com ela
mares navegados
de forma única.
Vi o mesmo pacifico que ele via
nem sempre em paz
sentado em sua cama…
Mas o melhor de tudo
sobre ontem
vi Pablo em cada concha
em cada garrafa vazia
cheias de sueños e poesia
em cada objeto adicionado aos seus dias como o ar do qual precisava…
Entendi…
“Hoje é hoje.
Ontem se foi.
Não há dúvida.”
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