Muito Obrigado!
Na quinta-feira, 2 de julho, recebi na casa de minha mãe, a visita de meu querido amigo Lino Moreira, presidente da Academia Maranhense de Letras, que juntamente com vários outros amigos acadêmicos lá estiveram para cumprir a formalidade de comunicar o resultado da eleição para a Academia Maranhense de Letras.
Uma semana antes, havia sido a vez de anunciarem resultado da eleição para a cadeira de número 40, que fora ocupada pelo pintor Antônio Almeida e para a qual foi eleito meu amigo Ney Bello Filho. Desta vez, em disputa estava a cadeira número 37 que pertenceu anteriormente a José Nascimento Morais Filho e para a qual, 35 dos 38 acadêmicos votantes, optaram por mim, para ocupá-la a partir de agora.
Poucas vezes em minha vida me senti tão honrado e tão realizado. Poucas vezes me senti tão orgulhoso e tão completo. Em compensação, poucas vezes na vida senti o imenso peso da responsabilidade, poucas vezes senti aquilo que certa vez, em um poema, chamei de “angústia do pronto”. A mesma coisa que sentimos ao ver um filho que acabou de nascer, aquilo que deve ter sentido Miguelangelo ao terminar o seu “Moises”, o que certamente sentiu Camões ao colocar o ponto final em “Os Lusíadas”, aquilo que costumamos sentir quando acabamos uma tarefa para a qual nos dedicamos imensamente.
Durante toda a minha vida tenho procurado trilhar caminhos que me levem a merecer o respeito das pessoas. A eleição para a Academia Maranhense de Letras foi um desses importantes degraus nesta caminhada, fato tão importante que permite citar aqui outros passos decisivos desta jornada, como ter tido a sorte de nascer em uma família maravilhosa que me proporcionou uma boa educação e uma sólida formação de caráter embasado em valiosos códigos de moral e de ética; sempre cultivei amizades verdadeiras, de amigos que estejam conosco mesmo quando estejamos distantes; formar-me advogado foi importante; fazer a revista Guarnicê, ao mesmo tempo em que “cometia” alguns contos, poemas e crônicas; eleger-me deputado estadual aos 22 anos e quatro anos depois ter sido deputado federal constituinte, tempo que usei, acima de tudo, para aprender muito sobre política e sobre as pessoas; ser pai de Laila que é filha de Ivana e ganhar de quebra Avana e Ananda; ter podido ajudar meu pai a se realizar política e empresarialmente; ter consolidado nossas empresas; ter voltado para a política quando todos achavam que sem meu pai para me apoiar eu nada conseguiria; manter-me coerente, dentro daquilo que eu acredito que seja o certo; ter idealizado a Fundação Nagib Haickel e o Museu da Memória Audiovisual do Maranhão e vê-los dar os primeiros passos rumo ao sucesso; ter sido eleito para a Academia Imperatrizense de Letras; ter realizado o filme “Pelo Ouvido” e poder sentir o reconhecimento das pessoas consubstanciado nos vários prêmios que ele ganhou; ter tido a sorte de encontrar em Jacira um amor verdadeiro e maduro, antes de ultrapassar a marca do meio centenário. Isso tudo me proporciona a possibilidade de respirar fundo e permite que eu possa olhar para trás e ver que há muito, muito, muito mais coisas boas que coisas ruins neste meu trajeto.
Por um instante, no momento em que tive certeza que eu havia sido eleito para a Academia Maranhense de Letras, todas essas coisas me passaram pela cabeça. Isso e muito mais.
Os flashbacks zuniam em minha cabeça, da mesma forma que sobre meus ombros recaia o peso do mundo. Minha mente me dizia e me perguntava mil coisas: E agora Joaquim!?… Você tem que se mostrar capaz de vencer os novos desafios que se apresentarão. Para onde ir e o que fazer depois disso? Você passará a ser cada vez mais cobrado e exigido. Não se esqueça jamais dos bons ensinamentos de seus mestres. E meu pai falou baixinho, ao meu ouvido, uma de suas frases favoritas, “O difícil se faz logo, o impossível demora um pouco mais”.
Depois de comunicado oficialmente que havia sido eleito para ocupar a cadeira 37 da Academia Maranhense de Letras, patroneada por Inácio Xavier de Carvalho, fundada por Ribamar Pereira e ocupada sucessivamente por Luiz Viana, Amaral Raposo e Nascimento Morais, só me restava fazer um agradecimento formal aos membros da maior casa de cultura de nosso estado, ali presentes. Agradeci pela grande honra de me aceitarem como um seu igual. Disse-lhes que espero aprender em seu convívio o suficiente para equalizar o desnível que certamente há entre mim e tão grandes homens de reconhecido saber literário e humanístico. Disse-lhes que me esforçarei ao máximo para compensar, com dedicação e empenho, qualquer deficiência que a minha pouca experiência e o meu modesto preparo possam acarretar. Infelizmente me esqueci de agradecer a eles por terem proporcionado a minha mãe a possibilidade ver realizar-se a profecia que um dia fizera seu bom amigo, o também imortal da AML, João Mohana, que lhe dizia sempre que o futuro de primogênito estava definitivamente ligado à literatura e às artes e que um dia ele chegaria à academia.
Dito tudo isso, só me restava dizer a eles o que digo agora, de público, a muitas outras pessoas, que direta ou indiretamente me ajudaram a chegar até aqui. Muito obrigado! Muito obrigado, de todo coração.
PS: Joaquim Nagib Haickel que já era membro da Academia Imperatrizense de Letras, acaba de ser eleito para Academia Maranhense de Letras e por enquanto continua Deputado Estadual.
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