Espero Que a Minha Verdade Não Ofenda Ninguém.
Recebi um comentário em meu blog sugerindo que falasse sobre isso tudo que está acontecendo no Senado e resolvi estender a resposta de lá para este que em minha opinião é o maior e mais importante veículo de comunicação de minha terra. Já comentei várias vezes sobre esse assunto, tanto aqui quanto na Assembléia Legislativa. Mais lá que aqui, pois acredito que lá seja o ambiente mais propício para fazer isso. Porém acho oportuno voltar a esse assunto.
Você acredita que se Sarney simplesmente renunciasse ao cargo de presidente do Senado os problemas que lá acontecem se resolveriam, assim, num passe de mágica? Imagino que a sua resposta, bem como a de qualquer pessoa de bom senso será, “NÃO”, e o motivo é claro para qualquer pessoa que não esteja comprometida com a partidarização do assunto ou com a vontade de vender notícias, de controlar e de manipular a opinião pública.
O problema em tela é bem mais profundo que a simples existência de um senador ou do presidente do Senado. É algo estrutural, inerente à mecânica do poder. Algo sedimentado e arraigado em qualquer estrutura burocrática repleta de benefícios como a do senado, que nunca sofreu uma modernização profunda e verdadeira ou qualquer ruptura em sua oligarquia funcional, que contabiliza benefícios seculares, coisas que ninguém jamais teve vontade ou coragem de tocar, até porque não interessava a ninguém fazer isso, pelo menos até agora.
Esse mundão de gente que alguns dizem querer que Sarney renuncie à presidência do Senado, não é nada mais nada menos que a mídia nacional querendo substituir a verdadeira opinião publica por sua opinião publicada. Os donos de jornais de São Paulo que estão a serviço do PSDB, tentando facilitar a vida de Zé Serra que quer porque quer ser presidente da república.
Você pode até dizer que estou simplificando a coisa, mas pense um pouco. Sarney já foi presidente do Senado duas vezes anteriormente, pelo menos uma delas no tempo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Por que isso não veio à tona naquela ocasião se todos dizem hoje que isso tudo sempre aconteceu? Que isso é coisa de longas datas? Eu lhe digo o por que. Porque não interessava a ninguém naquela época desestabilizar o governo de então, mas o de agora sim. Os paulistas quatrocentões não admitem que a Dilma possa vir continuar fazendo o que Lula vem fazendo na presidência da república. Querem porque querem mudar a gerência do poder central de nosso país. É muito, muito, muito dinheiro… É muito, muito, muito poder que está em jogo, não é apenas Zé Sarney ou o Senado. Como dizia W.S. “Há mais coisa…”
Acredite, qualquer um que estivesse no lugar de Sarney, sendo quem Sarney é representando o que ele representa, estaria passando pela mesma situação, pelo mesmo suplício e se fosse realmente como Sarney, esse alguém teria que resistir a todo custo, pois assim estaria fazendo um grande serviço ao Brasil. Estaria impedindo que alguns poucos manipulassem a opinião pública, subvertendo a verdadeira vontade popular sem uma eleição democrática, apenas com páginas de jornais e reportagens televisivas, munidos de denuncismo, hipocrisia e motivados por interesses subalternos.
Não pense que eu acredite que Sarney seja um Santo. Alguém sem defeitos. Ele os tem, mas nenhum que eu ou você, ou Artur Virgilio ou Pedro Simon também não tenhamos. Queira Deus, os nossos sejam menores que os dele. Não pense que eu acredite que não haja nada de errado no Senado. Tenho certeza que há, só não concordo que a execração pública do presidente do Senado, sua crucificação, sua imolação, seu sacrifício público, seja a maneira correta ou justa de resolvermos esse assunto.
Pelo menos uma coisa já está acontecendo de bom nisso tudo, começaram a organizar de forma clara e transparente a estrutura administrativa e funcional do Senado Federal e é bem possível que toda essa celeuma sirva para consolidar essas mudanças.
Respeito e defendo o direito de quem se opuser a mim ou a Sarney. Para um político um adversário é quase tão importante quanto um correligionário, mas é necessário que tanto correligionário quanto adversário saibam quais os seus papéis e que tenham a mínima noção de como devem desempenhá-lo. Correligionário não pode ser capacho e adversário não tem que ser escroque.
Essa é a verdade em que eu acredito.
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