Conchavo!?

Nos últimos dias tenho sido submetido a uma enorme bateria de questionamentos acerca da possibilidade de participar da composição da lista de seis advogados que será submetida ao Tribunal de Justiça do Estado, para a formação de lista tríplice a ser encaminhada à governadora do Estado, para a escolha e nomeação de mais um desembargador indicado pela OAB.

Tais questionamentos surgiram depois de uma matéria postada pelo jornalista Marco D’Eça em seu Blog, fato que acabou causando o maior reboliço junto, principalmente, a setores mais ligados à direção da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Maranhão.

Vejamos um trecho dessa matéria: “O deputado estadual e vice-líder do governo na Assembléia Legislativa, Joaquim Nagib Haickel (PMDB), deve concorrer à vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão a ser preenchida por um membro da Ordem dos Advogados do Brasil.

Haickel era candidato a um dos cargos da Ordem na chapa encabeçada pelo então candidato a presidente, Daniel Blume. Quando Blume aceitou compor com Roberto Feitosa, o deputado abriu mão da presença na chapa para facilitar a composição.

Agora, pode ser o indicado do grupo Feitosa/Blume à lista sêxtupla que será encaminhada ao Tribunal de Justiça para análise dos desembargadores. (…)”

Dentre as muitas reações à matéria do jornalista Marco D’Eça, umas elogiosas, outras carinhosas e diversas de irrestrito apoio, uma delas me causou espécie: Aquela que enxergava um espúrio conchavo entre mim e os meus amigos e futuros dirigentes da OAB no Maranhão, Roberto Feitosa e Daniel Blume.

E mais, a nota de D’Eça deu origem à matéria que se segue, publicada num site da campanha do meu querido amigo e também candidato à presidência da OAB, Mário Macieira: “Caiu como uma bomba a notícia, divulgada ontem pelo blog do jornalista Marco Deça (http://colunas.imirante.com/platb/marcosdeca) que o deputado estadual e vice-líder do Governo Roseana Sarney na Assembléia Legislativa, Joaquim Nagib Haickel (PMDB), deve ser o indicado pela chapa formada pelos advogados Roberto Feitosa e Daniel Blume para concorrer à vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão, a ser preenchida por um membro da Ordem dos Advogados do Brasil.

Dezenas de advogados repudiaram ontem o acordo, que já teria sido fechado em favor do deputado governista para sua indicação na vaga. O principal motivo de protesto por parte dos advogados é que a chapa Juntos pela Ordem havia divulgado, publicamente, como proposta de campanha, que defendia a escolha para a lista sêxtupla de nomes para concorrerem ao cargo de desembargador, como resultado de uma consulta feita a todos os advogados inscritos na Ordem”.

Nunca houve qualquer acordo no sentido de apoio a uma eventual candidatura minha à vaga de desembargador pelo quinto constitucional, mas se acaso houvesse uma simples manifestação de apoio, nada possuiria de estranho ou espúrio, até porque, a chapa contrária à dos meus amigos, tem preferência clara e sinalizada para outros advogados, que possuem até muito mais chances do que eu na disputa.

Se bem lida a nota do jornalista Marco D’Eça, nela percebe-se que em momento algum ele afirma categoricamente que eu e os doutores Roberto Feitosa e Daniel Blume firmamos um acordo no sentido de apoiar quem quer que seja para o pleito. Afirma o jornalista tão somente que o grupo de Daniel Blume e Roberto Feitosa poderia me apoiar sem meias palavras, o que é absolutamente óbvio, pois deles sou amigo e na chapa de Daniel faria parte, até abrir mão de participar de sua composição final para ajudar na viabilização do acordo eleitoral com o doutor Roberto Feitosa.

Sobre a existência de um “conchavo”, palavra equivocadamente usada no sentido de criticar um acordo inexistente, cumpre deixar claro que isto seria impossível de ocorrer, pois tanto eu quanto Daniel e Roberto apoiamos irrestritamente a escolha da lista sêxtupla por consulta direta a todos nós os advogados inscritos na Ordem. Jamais deverá ser esta ou aquela diretoria, por razões estritamente pessoais, que deverá escolher quem são os seis causídicos aptos a compor os quadros do Tribunal de Justiça como representantes de nossa classe.

Senti-me honrado com a lembrança de diversos conhecidos e amigos do meio-jurídico, e mais honrado ainda com a lembrança de muitas pessoas que nenhuma relação possuem com a Justiça do Maranhão, mas que se disseram felizes com uma minha possível futura investidura junto ao Tribunal de Justiça.

Mesmo vendo a notícia da minha possível participação na disputa ser erroneamente deturpada, devo dizer que me senti honrado com a lembrança e que mais honrado eu estaria em compor a Justiça Maranhense em vaga antes ocupada pelos desembargadores Esmaragdo Sousa Silva, Jouglas Bezerra e Milson Coutinho, que tanto honraram a toga e o Estado.

Tenho certeza que a vitória de Feitosa e Blume elevará a totalidade dos advogados à condição de eleitores, deixando de ser meros sujeitos indiretos e passivos de uma disputa essa sim, de conchavos, com os quais não concordo e não participo.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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