Num quadro de Monet

Quando a velhice chegar

a mim só restará

entrar num daqueles quadros de Monet

com uma de casinha de sapê

às margens de um bucólico lago

na região de vinícola de Verget…

E me por

a ouvir

os pássaros

da memória

a cantar.

4 comentários em “Num quadro de Monet”

  1. Gostei desde qdo li na primeira vez que publicaste.

    (Vinícius de Moraes)
    Virá o dia em que eu hei de ser um velho experiente
    Olhando as coisas através de uma filosofia sensata
    E lendo os clássicos com a afeição que a minha mocidade não permite.
    Nesse dia Deus talvez tenha entrado definitivamente em meu espírito
    Ou talvez tenha saído definitivamente dele.
    Então todos os meus atos serão encaminhados no sentido do túmuIo
    E todas as idéias autobiográficas da mocidade terão desaparecido:
    Ficará talvez somente a idéia do testamento bem escrito.
    Serei um velho, não terei mocidade, nem sexo, nem vida
    Só terei uma experiência extraordinária.Fecharei minha alma a todos e a tudo
    Passará por mim muito longe o ruído da vida e do mundo
    Só o ruído do coração doente me avisará de uns restos de vida em mim.
    Nem o cigarro da mocidade restará.Será um cigarro forte que satisfará os pulmões viciados
    E que dará a tudo um ar saturado de velhice.Não escreverei mais a lápis
    E só usarei pergaminhos compridos.Terei um casaco de alpaca que me fechará os olhos.
    Serei um corpo sem mocidade, inútil, vazio Cheio de irritação para com a vida
    Cheio de irritação para comigo mesmo.
    O eterno velho que nada é, nada vale, nada teveO velho cujo único valor é ser o cadáver de uma mocidade criadora.

    Velhas Árvores
    Olavo Bilac
    Olha estas velhas árvores, — mais belas,

    Do que as árvores mais moças, mais amigas,

    Tanto mais belas quanto mais antigas,

    Vencedoras da idade e das procelas . . .
    O homem, a fera e o inseto à sombra delas

    Vivem livres de fomes e fadigas;

    E em seus galhos abrigam-se as cantigas

    E alegria das aves tagarelas . . .
    Não choremos jamais a mocidade!

    Envelheçamos rindo! Envelheçamos

    Como as árvores fortes envelhecem,

    Na glória da alegria e da bondade

    Agasalhando os pássaros nos ramos,

    Dando sombra e consolo aos que padecem!

  2. Joaquim,

    Sempre admirei o trabalho de Monet… inclusive já até sonhei estando em um quadro dele. É inesquecível aquela cena do filme "Amor além da vida" em que Robin Williams e Annabella Sciorra se encontram em uma tela de Monet. Juntar poesia e Monet foi um gol de placa. Lindo!

  3. Clara Efigênia Vieira Brasil

    Joaquim,

    Vou fazer uma declaração de amor ao meu pai: Pai eu te amo!!!
    Vou dizer o quanto ele é importante para mim: Pai obrigada por ser um homem trabalhador, honesto e que demonstra seu amor à sua esposa, que é minha mãe, aos seus filhos, netos, sobrinhos, afilhados, amigos e todos os Maranhenses que ele conheceu, desde que aqui chegou, ele ama o Maranhão.
    Hoje, 15 de Janeiro é seu Aniversário.

    Pai, Feliz Aniversário!!!! Pai eu te amo!!!

    De sua filha que lhe admira,

    Clara

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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