Um dia memorável!

A última terça-feira, 2 de dezembro deste 2014 passa a constar na folhinha do ano que se finda como sendo um dia para ficar marcado em minha memória, um dia perfeito.

Como fui dormir muito cedo na noite anterior, acordei uma hora da madrugada e fui fazer uma das coisas que mais gosto: assistir filmes.

Peguei um pacote de DVDs que comprara em minha última viagem a São Paulo e escolhi um filme que vi mais de 40 anos atrás, um filme que ficou em minha memória durante todo esse tempo e que procurava todas as vezes em que entrava em uma vídeo-locadora ou em uma livraria. “A montanha dos sete abutres” é um filme que tem Kirk Douglas no papel de um jornalista que é o primeiro a chegar a uma mina que desaba e soterra alguns mineiros.

Vi este filme quando a televisão aberta brasileira ainda era uma boa opção de entretenimento nos finais de noite.

O tal filme me apresentou pela primeira vez a manipulação que os jornalistas, de uma forma ou de outra, de um lado ou de outro, impõem ao grande público consumidor, ávido de notícia, que nem sempre é informação confiável. Em 1997 um filme de Costa-Gavras abordou o mesmo tema usando um outro fato, “O quarto poder”.

Depois disso voltei a dormir o sono dos justos, mas ao acordar, minha primeira visão foi minha mulher madrugadora lendo ao meu lado e meu primeiro pensamento foi para minha filha, Laila, que completava naquele dia 26 anos.

Laila sou eu, só que muito mais bonita e de saia. Quem me conhecer e vê-la sorrir fechando os olhinhos vai saber que ela é minha filha. Meu amor por ela é incomensurável.

Naquele dia, meu café da manhã foi um presente de minha mãe. Ela compra um quitute no Seminário do Cantinho do Céu e manda bem cedo pra mim. Minha mãe é uma dessas criaturas a quem o mundo deveria pagar pedágio.

Meu primeiro compromisso naquele dia era comparecer à inauguração do Centro Cultural da Vale, no prédio onde funcionou o antigo Liceu, no Centro Histórico.

Vanessa Tavares havia me ligado para me convidar e um convite dela não se pode recusar.

Uma obra fantástica! Só o restauro do prédio já é impressionante. Naquele espaço acontecerão eventos que movimentarão nosso meio cultural. Um belíssimo equipamento a serviço de nossa cultura.

Saí de lá com uma proposta de parceria engatilhada. O MAVAM fornecerá seu acervo para exposição permanente numa das salas do CCV.

Depois me desloquei para o MAVAM, Museu da Memória Audiovisual do Maranhão, da Fundação Nagib Haickel. Lá me encontrei com Joan Carlos, Fernando Baima e Beto Matuck, voluntários no trabalho de preservar algumas histórias do Maranhão em meios audiovisuais.

Joan desenvolve comigo uma série de documentários sobre os radialistas de nossa terra. Com Fernando estou realizando um Doc. sobre o ex-prefeito Haroldo Tavares e outro sobre o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Nagib Haickel, que nas horas vagas também era meu pai. Com Beto, o último projeto que estamos realizando este ano é uma série de documentários sobre os artistas plásticos do Maranhão.

Depois fui visitar as obras do Ginásio Costa Rodrigues, sob a responsabilidade da Sinfra.

Muita gente tem me perguntado o que farei, agora que estou deixando a Sedel, e depois de não ter mais me candidatado a deputado. A resposta é essa: vou me dedicar exclusivamente a produzir e dirigir filmes…

Mas voltemos à última terça-feira. Depois do Costa voltei para almoçar com o pessoal do MAVAM, até porque às duas horas daquela tarde deveríamos ir até a sede da Vale, no Itaqui, para o lançamento oficial de um projeto patrocinado por eles. O documentário “Velho Moleque” que trata da vida e da obra do compositor maranhense António Vieira.

O filme se baseia em entrevistas e coberturas de shows de Vieira feitas por Beto Matuk, além de entrevistas feitas com amigos do genial compositor azul.

A reação do público presente foi a melhor possível. Todos adoraram o trabalho. É um documento que comprova a força e a importância cultural de nossa terra, representada neste caso por seu mais doce filho.

Saindo da Vale encaminhei-me para a Sedel, para cumprir expediente. Despachos e reuniões.

No fim da tarde, convidado pela professora Cecília Leite, do curso de Comunicação da UFMA, fui conversar com seus alunos sobre direção de cinema.

Falei-lhes sobre o ato de dirigir filmes. Sobre o ato de viver, pois somos o roteirista, o produtor e o diretor do filme de nossa vida, tal qual é no cinema. Disse-lhes que a direção é compartilhada com quem produz, com quem roteiriza, com quem fotografa, com quem faz a trilha, a cenografia, o figurino… Dirigir é um trabalho de grupo, mas há quem como Alfred Hitchcock, ache que o diretor de cinema é um Deus. Pobre Hitch!

Depois da UFMA fui ao encontro da Governadora Roseana e de colegas secretários de governo, no Palácio dos Leões, para uma confraternização de fim de ano e de gestão.

Ainda na noite daquele movimentado dia, fui dar um beijo em minha cria que apesar da idade, fazia uma festinha de aniversário com motivos circenses e infantis.

Foi um dia quase perfeito. Não foi perfeito porque não acredito em perfeição, mas são apenas dias assim que eu gostaria de ter daqui por diante… Pra todo o sempre… Amém!

 

PS: Para ser mais perfeito e memorável, só tendo reinaugurado o Ginásio Costa Rodrigues naquela terça-feira, 2 de dezembro de 2014, mas isso acontecerá em outro dia que ficará na historia, dia 30 de dezembro de 2014.

 

 

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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